Por: Leak
Está numa loja, leva um casaco
para experimentar, passa pela saída como toda a gente faz e de repente um
alarme estridente dispara. Um segurança aproxima-se, pede para abrir a mala,
confere, pede o talão. Entre o desconforto e a vergonha, lá fica retido uns
minutos. Quando finalmente o deixam ir embora, descobre a pior parte: a pessoa
que vinha logo atrás passou pelo mesmo portão… e desapareceu com uma peça
roubada. Não é ficção. É uma variação sofisticada de truque antigo. Mas como
funciona este truque do alarme nos centros comerciais.
Como
funciona o truque do alarme nos centros comerciais?
Alguém cola (ou coloca
discretamente) um pequeno dispositivo, um alarme/etiqueta, no seu bolso, no
fundo da sua mala ou numa etiqueta de roupa. Quando passa pela zona de deteção,
o alarme soa e toda a atenção recai sobre si. Enquanto está a explicar, a polícia
(ou os seguranças) distraídos, o verdadeiro autor do furto move-se com calma e
sai da loja sem levantar suspeitas. O objectivo é simples e cruel:
transformar-lhe em bode expiatório.
Porque é
que isto funciona tão bem
Há três razões que tornam este
golpe eficaz:
Instinto humano de culpa:
quando um alarme soa, quem está mais próximo costuma sentir-se automaticamente
responsável ou suspeito. A loja e os seguranças focam-se em quem está a
disparar a alarme.
Caos e confusão: o barulho dá
cobertura à acção do cúmplice: mover sacos, levar produtos, cruzar saídas
secundárias.
Vergonha e pressa: muitas
vítimas querem evitar cena e constrangimento; ficam ansiosas, aceitam
explicações rápidas e não exigem provas, o que facilita a fuga do verdadeiro
ladrão.
Isto é um golpe psicológico:
explora o reflexo humano de “parar e justificar” em vez de agir com cautela.
Como
reconhecer que pode estar a acontecer
Detectar a situação no momento
nem sempre é trivial, mas alguns padrões repetem-se:
O alarme soa exactamente
quando está a passar numa porta e parece “apontado” para si.
Há movimento suspeito de
pessoas que se aproximaram da mesma peça pouco antes de sair.
Pessoas que abordam com
desculpas exageradas (p.ex.: “Desculpe, acho que isto era meu”) e que depois
fogem quando tem de prestar atenção.
Elementos do staff apenas lhe
falam a si e não olham para outras possíveis saídas.
O que
fazer imediatamente
Se o alarme tocar e sentir que
algo não bate certo, faça isto sem drama e sem se pôr em risco:
Mantenha a calma. Não se meta
em cenas físicas, não corra, não grite.
Pessa ao segurança que mostre
a base do alarme ou a imagem da câmara que o detetou (quando possível). Exija
que a verificação seja feita de forma objetiva, na presença de testemunhas.
Se for necessário abrir a mala
ou a roupa, pede que o façam sempre com um funcionário da loja e, se possível,
na presença de outros clientes. Evita lugares isolados.
Exi um comprovativo (recibo ou
registo) da revista ou do incidente da mesma forma que os lojistas documentam o
que fizeram consigo.
Se suspeitar que foi vítima
(se foi confundido e alguém foi o verdadeiro autor), telefone imediatamente
para a polícia local e faça participação. Registe tudo: nomes dos funcionários,
hora, descrição das pessoas que estavam consigo na fila.
Bloquei cartões e/ou telemóvel
se estes desapareceram; avise o banco e a operadora de imediato.
Estas medidas protegem-no
legalmente e criam um rasto documental que ajuda a provar a sua inocência
depois.
Pequenas
mudanças que reduzem o risco
Alguns hábitos simples
diminuem a probabilidade de ser alvo:
Mantenha a carteira/telemóvel
em bolsos interiores com fecho, ou dentro de pochetes discretas.
Evite deixar sacos ou casacos
soltos enquanto experimenta roupa. Por sempre num cabide ou num local visível.
Se um alarme dispara, não se
isole com o segurança; peça que outro funcionário ou cliente fique presente
como testemunha.
Fotografe (com o telemóvel) o
recibo da compra ou o código de barras da peça enquanto a experimenta. É prova
de posse.
Evite ir sozinho a zonas menos
movimentadas da loja à hora de fechar.
Como consumidor, exija
profissionalismo: se algo lhe acontecer, peça a gravação, o registo do
incidente e um contacto da loja para futuras queixas.
Fonte: MSN