quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

“Depressão no idoso: uma realidade “bem” presente”


Elisabeth Sousa; Enfermeira de Reabilitação; Associação Portuguesa dos Enfermeiros de Reabilitação - APER

O envelhecimento da população é um fenómeno à escala mundial. Portugal, à semelhança dos restantes países, apresenta um aumento progressivo da população idosa em detrimento da população jovem. Com o envelhecimento populacional é previsível um número crescente de casos de demências e um aumento de doenças crónicas que levam à uma maior vulnerabilidade da pessoa idosa e consequente incapacidade no desempenho dos autocuidados. O aumento da população idosa é um fenómeno global que tem transformado a sociedade de várias maneiras. A crescente evolução da longevidade, põe questões ao nível da sua qualidade de vida, e também da qualidade dos cuidados de saúde que lhes são prestados, no que respeita ao diagnóstico e tratamento da depressão na pessoa idosa. Este aspeto é de crucial importância na promoção de um envelhecimento ativo, conceito que nos remete para a manutenção da motivação na vida laboral e social do idoso, mantendo a sua participação, dignidade e autorrealização.

As causas de depressão no idoso configuram-se dentro de um conjunto amplo de componentes onde atuam fatores genéticos, eventos vitais, como luto, abandono e doenças incapacitantes, entre outros. Cabe ressaltar que a depressão no idoso frequentemente surge em um contexto de perda da qualidade de vida associada ao isolamento social e ao surgimento de doenças clínicas graves. Sentimentos de frustração perante os anseios de vida não realizados e a própria história da pessoa, marcada por perdas progressivas, do companheiro, dos laços afetivos e da capacidade de trabalho; bem como o abandono, o isolamento social, a aposentadoria que mina os recursos mínimos de sobrevivência, são fatores que comprometem a qualidade de vida e predispõem o idoso ao desenvolvimento de depressão (Pacheco, 2012).

A depressão na pessoa idosa por vezes nem sempre é diagnosticada. É fundamental que os profissionais de saúde em parceria com a família e/ou cuidador estejam atentos aos sinais de alerta. Deve-se, ainda, ter em conta que períodos prolongados de dor, comprometimento da nutrição, emagrecimento e fatores oriundos de doenças físicas que conduzem à diminuição da autonomia e perda de mobilidade física contribuem decisivamente para a instalação da depressão. O medo da progressão da doença física, da perda da dignidade e o medo de se transformar em sobrecarga aos familiares também são fenómenos psicológicos que acompanham o comprometimento da condição física (Forlenza, 2010).

A consciência da perda das capacidades leva por vezes a depressão e ao isolamento. Os idosos podem enfrentar solidão e isolamento, especialmente se não possuírem uma rede de apoio social adequada, como no caso de idosos que vivem em aldeias isoladas, onde na maioria das vezes a população é constituída apenas por pessoas idosas, porque os filhos da “terra” emigraram. São os amigos da mesma idade que já partiram, uma sensação de que o fim estará próximo. Por outro lado, a perda da mobilidade, da força, do apetite, alterações nas pupilas degustativas e na deglutição, devido as mudanças fisiológicas e/ou patológicas levam a uma diminuição do aporte de nutrientes o que provoca um emagrecimento acentuado e perda de massa muscular. Uma inquietação persistente, apatia, falta de energia, alterações no sono e falta de “liberdade” imposta por vezes, pelos filhos, pelo medo de quedas ou de se perderem na rua, leva muitas vezes à tristeza e desmotivação perante a vida. Viver mais tempo não significa necessariamente viver com qualidade. É importante focar em uma vida saudável e ativa para garantir bem-estar na terceira idade. “Tenho 90 anos …os médicos dizem que é um privilégio chegar a essa idade…mas para mim não é privilégio nenhum, porque não posso fazer nada sozinho …nem posso andar …tenho medo de me desequilibrar e cair…” (J.S 2023).

De acordo com o regulamento das competências específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação (EEER) da Ordem dos Enfermeiros (OE, 2011), os programas/planos de cuidados no âmbito da atuação com a pessoa, no sentido de desenvolver atividades que permitam maximizar as suas capacidades funcionais e assim permitir um melhor desempenho motor, cardíaco e respiratório, potenciando o rendimento e o desenvolvimento pessoal. Os programas de reabilitação devem envolver programas de atividades físicas para a manutenção da capacidade funcional, uma vez que, realizada regularmente, pode reduzir ou prevenir inúmeras incapacidades funcionais, associadas ao envelhecimento.

A atividade física contribui de diferentes maneiras para melhorar a condição clínica geral e a condição mental do idoso deprimido. Do ponto de vista biológico, a atividade física tem sido associada a vários fatores favoráveis, a uma melhor qualidade de vida no idoso, ganhos de força muscular e de massa óssea com melhor desempenho das articulações. Em relação à condição mental, a atividade física, sobretudo quando praticada em grupo, eleva a autoestima do idoso, contribui para a implementação das relações psicossociais e estimula as funções cognitivas.

Sentimentos contínuos de tristeza ou desânimo; Perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas; Sentimentos excessivos de culpa ou inutilidade; Insônia ou sonolência excessiva; Perda significativo de peso; Problemas para se concentrar ou tomar decisões; Esquecimentos frequentes, entre outros, são sinais que não devem passar despercebidos. Cabe aos profissionais de saúde estarem atentos aos sinais comportamentais e sintomas que possa apresentar seja no internamento, ambulatório ou comunidade. A depressão em idosos é uma realidade bem presente, que merece uma atenção especial por toda a equipe multidisciplinar de saúde. O suporte familiar é fundamental para a recuperação.

Fonte: Health News

“AUTARQUIA DA AMADORA COMEMORA DIA INTERNACIONAL DA PROTEÇÃO CIVIL E DIA MUNDIAL DA FLORESTA DURANTE O MÊS DE MARÇO"


CONJUNTO DE INICIATIVAS VISA SENSIBILIZAR E INFORMAR A POPULAÇÃO PARA A REDUÇÃO DO RISCO DE CATÁSTROFE E PROMOVER A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

 

O Município da Amadora irá, durante o mês de março, celebrar o "Dia Internacional da Proteção Civil" (1 de março) e o "Dia Mundial da Floresta" (21 de março), com um conjunto de iniciativas junto da população, com o objetivo de a sensibilizar para a problemática da redução do risco de catástrofe e da sustentabilidade ambiental.

Ao longo do mês, em vários pontos da cidade, irão decorrer exercícios de proteção civil, mass training, tertúlias temáticas, workshops sobre alterações climáticas, caminhadas, percursos em parque florestal, plantações de árvores e uma exposição de pintura sobre resiliência.

 

Consulte abaixo toda a programação.

 

[27 fevereiro - 30 março]

Exposição "Resiliência Artística II: Um espaço (ação) sobre a intergeracionalidade na prevenção e proteção civil”

Espaço Delfim Guimarães

[6 ou 10 março]

Workshops sobre Alterações Climáticas

Escola Secundária Fernando Namora

[11, 18 e 25 março]

Exercidos de evacuação

Escolas, IPSSs e empresas da Amadora

[13 março]

Tertúlia "Zonas de Concentração e Apoio à População (ZCAPs): Casos Práticos"

Auditório Biblioteca Municipal Dr. Fernando Piteira Santos

[15 março]

Exercício LIVEX Proteção Civil

Forum Luis de Camões

[20 e 21 março]

Percursos em parque florestal

Fonte das Avencas

[20, 21 e 24 março]

Plantações de árvores

Escolas da Amadora

[22 março]

Caminhada "Prevenção é a solução!"

Amadora

[24 março]

Plantação de árvores

Parque Central da Amadora

[29 março]

Mass Training

Ikea Alfragide

Enquadrado nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Fonte: Câmara Municipal Amadora