Nesta edição será possível
ainda assistir a programação especial sobre o 25 de Abril
A 12ª edição do Festival
Amadora Jazz regressa entre os dias 9 e 12 de maio, entre os Recreios da
Amadora, o Cineteatro D. João V e o Auditório de Alfornelos e tem lugar no
contexto das celebrações dos 50 anos do 25 de abril "Amadora, Cidade de
Abril”.
Em 2024, o Amadora Jazz
reafirma o seu papel vital na vida cultural do Município da Amadora,
consolidando a sua posição como um dos principais eventos jazzísticos do país.
Com um cartaz cuidadosamente selecionado e em linha com as comemorações dos 100
anos de Luis Villas-Boas e as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, o
festival procura continuar a atrair a atenção nacional e a posicionar a cidade
como um destino imperdível para os amantes do jazz.
O Festival é organizado pela
Câmara Municipal da Amadora, tendo como parceiro de programação a associação
Jazz ao Centro Clube. Toda a programação paralela tem a parceria da Égide –
Associação Portuguesa das Artes.
Para a Câmara Municipal da
Amadora, "o Amadora Jazz é um evento que
tem contado com figuras cimeiras do jazz nacional e internacional”.
Nesta edição estarão presentes projetos significantes do meio jazzístico,
dirigidos aos mais diversos públicos, apostando mais uma vez na diversificação
da oferta e na qualidade das propostas apresentadas, procurando em simultâneo
fidelizar públicos reforçando a aposta no universo jazzístico. Especial
destaque para os projetos de Isabel Rato e Júlio Resende que celebram os 50
anos do 25 de Abril.
Para José Miguel, director da
JACC, "a programação reflete o legado de
Abril, fazendo incluir, na sua programação, dois concertos de artistas
portugueses Isabel Rato e Júlio Resende que lidam diretamente com a herança
sócio-cultural daquele que foi um momento determinante da sociedade portuguesa
contemporânea.
Por outro
lado, o Amadora Jazz procura manter e consolidar a sua trajetória enquanto
momento relevante na oferta cultural do concelho e da Área Metropolitana de
Lisboa, interpelando públicos que, sendo conhecedores ou simplesmente curiosos,
poderão identificar no festival a marca de uma programação cuidada e
distintiva, que junta artistas de diferentes proveniências e percursos,
permitindo o acesso à realidade viva do Jazz.
Se é
certo que a presença de David Murray merece destaque, dado o seu papel central
nesta música, ao longo das últimas cinco décadas, a 12ª edição do Amadora Jazz
apresenta muitos e bons motivos para celebrar Abril (em Maio), ao som da melhor
música!".
DESTAQUES
Entre os espetáculos desta 12ª
edição do Amadora Jazz, surgem os nomes de alguns dos artistas mais importantes
do panorama musical nacional e internacional, como David Murray Quartet, Isabel
Rato Quinteto, Júlio Resende com a apresentação do projecto Fado Jazz,
Lokomotiv de Carlos Barretto, Mário Delgado, José Salgueiro e Ricardo Toscano.
Ainda será tempo de ouvir o projeto GeraJazz.
Isabel
Rato Quinteto | 9 de maio, 21h00 | Recreios da Amadora | M/6
Isabel Rato piano e arranjos
João David Almeida voz
João Capinha saxofones
João Custódio contrabaixo
Alexandre Ferreira Alves
bateria
Isabel Rato, pianista,
compositora, arranjadora e produtora portuguesa, é um dos nomes mais destacados
do panorama do Jazz Português.
No contexto das comemorações
dos 50 anos do 25 de Abril, Isabel Rato apresenta o seu novo disco “Vale das Flores”
que terá uma das suas primeiras apresentações no Amadora Jazz.
Aquele que será o quarto disco
da pianista em nome próprio é uma homenagem à Liberdade, e propondo relentaras
de autores incontornáveis da música portuguesa e vitais na luta pela liberdade,
como José Afonso e Sérgio Godinho. Ouviremos, também, algumas das canções
tradicionais portuguesas do nosso património universal das melodias
intemporais.
Júlio
Resende Fado Jazz “Filhos da Revolução” | 10 de maio, 21h00 | Recreios da
Amadora | M/6
Júlio Resende piano
Bruno Chaveiro guitarra
portuguesa
André Rosinha contrabaixo
Alexandre Frazão bateria
“Júlio
Resende tem a capacidade profunda de reinventar a música tradicional
portuguesa, intensa e emocional, através do piano",
escreve a renomada revista de música mundial “Songlines” sobre o pianista e compositor português.
O seu conceito de “Fado Jazz”
é um exemplo perfeito do Jazz como uma linguagem global de expressão musical
livre. A liberdade do povo português está intimamente associada à Revolução dos
Cravos de 1974, à qual Júlio Resende dedica a música "Filhos da Revolução".
O derrube pacífico do ditador
Salazar não só abriu caminho para a democracia, mas também marcou o fim das
guerras coloniais portuguesas em Moçambique e Angola. "Sem a revolução, eu nem sequer existiria",
diz Júlio Resende. "Meu pai é de Angola,
e depois da revolução, emigrou para Portugal, onde conheceu a minha mãe”.
LOKOMOTIV
| 10 de maio, 23h00 | Auditório de Alfornelos | M/6
Carlos Barretto contrabaixo
Mário Delgado guitarra
José Salgueiro bateria
Ricardo Toscano saxofone alto
Os Lokomotiv têm-se destacado
pela sua enorme flexibilidade estética, interessados apenas em praticar um jazz
que tenha tudo a ver com o nosso tempo. Barretto, Delgado e Salgueiro há muito
que vêm revelando um grande leque de interesses musicais que cobrem tendências como
o rock, o jazz, as músicas do mundo e a clássica, situando-se entre os
expoentes portugueses de um ecletismo que é bem a marca deste início de século.
A fim de celebrar os 25 anos
de atividade lançaram convite ao saxofonista Ricardo Toscano para fazer parte
da banda e gravam o álbum 25 em quarteto com temas originais.
David
Murray Quartet | 11 de maio, 21h00 | Recreios da Amadora | M/6
David Murray sax tenor
Marta Sanchez piano
Luke Stewart contrabaixo
Russel Carter bateria
David Murray é um prolífico e
multifacetado músico e compositor, cuja obra, composta por cerca de duzentos
álbuns, entre os quais mais de cento e trinta em seu nome próprio, demonstra
uma abordagem eclética do jazz, exprimida não apenas em termos das linguagens
musicais que nela confluem, mas também pelo facto de se aventurar por outros
territórios artísticos como o cinema, a dança, o teatro e a ópera.
Murray nasceu em Oakland,
cresceu em Berkeley, onde estudou com Bobby Bradford, Arthur Blythe, Stanley
Crouch. Em 1975 mudou-se para Nova Iorque, onde encontrou Cecil Taylor que,
juntamente com Dewey Redman, se encarregaram de encorajar o jovem Murray. Em
Nova Iorque, tocou com Sunny Murray, Oliver Lake e Don Cherry, conhecendo
Hamiet Bluiett, Lester Bowie e Frank Lowe na Energy Band de Ted Daniel.
Em 1976, depois de uma
digressão europeia, juntamente com Oliver Lake, Hamiet Bluiett e Julius
Hemphil, criou o World Saxophone Quartet, formação absolutamente fundamental na
historiografia do Jazz. Até 1978 ocupou-se de trabalhar em contextos muito
diversos (de Jerry Garcia a Max Roach, de Randy Weston a Elvin Jones).
À entrada da década de 80,
David Murray estava numa fase particularmente criativa da sua carreira,
assumindo trabalhos em nome próprio, com múltiplas gravações em variados contextos.
Manteve-se extremamente produtivo ao longo das décadas de 80 e 90, construindo
uma sólida reputação e acumulando reconhecimento.
Chegados ao novo milénio e
apesar de relativamente novo, Murray parecia já ter feito tudo, mergulhando na
cultura das Índias Ocidentais e das América Central, na cultura africana (com
estadias na frica do Sul e do Senegal).
Não admira que Murray, cidadão
de Mundo, tenha também passado por Portugal, mantendo uma casa em Sines.
O seu novo quarteto, estreado
em 2023, junta Murray a três jovens músicos escolhidos a dedo pelo próprio.
GeraJazz
| 12 de Maio, 17h00 | Cineteatro D. João V | M/6
Entrada gratuita, mediante
levantamento de ingresso e limitada à lotação da sala
O GeraJazz é, como o nome
indica, um projeto dedicado ao jazz que nasceu no ano de 2010/2011 no seio da
Orquestra Geração, que se inspira no Sistema de “Orquestras
Infantiles e Juveniles” da
Venezuela. Com direção artística do maestro e professor Eduardo Lála, o
GeraJazz tem vindo a desenvolver um intenso trabalho de formação de jovens com
vista à constituição de uma orquestra de jazz. Passando pela tradição popular
afro-americana e pelo jazz modal de Herbie Hancock, bem como pelo swing e o
funk soul de Jaco Pastorius e Nina Simone, ou pela bateria enraizada na
tradição de Art Blakey, entre outras influências, o GeraJazz trabalha
importantes temas do jazz internacional. Vários músicos de jazz têm colaborado
com o GeraJazz ao longo destes anos, como Mário Laginha, Salvador Sobral,
Ricardo Toscano, Mário Delgado, Filipe Melo, Carlos Martins, Pedro Segundo e
Tomás Marques, entre outros, em diversos festivais, concertos e ações de formação
PROGRAMAÇÃO
PARALELA
Em 2024 assinala-se um duplo
centenário com muito significado no panorama do jazz nacional: o nascimento de
Luís Villas-Boas (1924-1999) considerado o “pai” do jazz em Portugal e o primeiro concerto de jazz
efetuado no país por um grupo estrangeiro, a Pan-American Ragtime Band,
ocorrido em 1924 no Teatro da Trindade, em Lisboa. Para celebrar essa dupla
efeméride, a 12.ª edição do Amadora Jazz recebe no dia 11 de Maio um programa
completo criado pela Égide – Associação Portuguesa das Artes, evento que
integra uma exposição de pintura pelo artista plástico Xico Fran, a
apresentação do livro "Luís Villas-Boas, o
pai do Jazz em Portugal", de João Moreira dos Santos, e ainda a
atuação do sexteto Syncopators, que recria a música do primeiro grupo de jazz
norte-americano a tocar em Portugal, em 1927. Todo o programa acontece no
Cineteatro D. João V, tendo entrada gratuita e limitada à lotação da sala.
PROGRAMA
16h00 – Inauguração da
exposição 100 anos de Jazz em Portugal, de Xico Fran.
16h30 – Apresentação do livro
Luís Villas-Boas, o pai do Jazz em Portugal, de João Moreira dos Santos.
17h00 – Atuação do sexteto
Syncopators: Moisés Fernandes (cornetim), Alexandre Castaldo
(saxofone-soprano), Ricardo Sousa (trombone), Cláudio Campos (guitarra e
banjo), José Amoreira (contrabaixo) e Martim Correia (bateria).
BILHETEIRA
Bilhetes do Amadora Jazz à
venda em www.ticktline.sapo.pt e no local duas horas antes do início dos
concertos, sendo que os seus preços variam entre os 10 e os 20 euros.
SOBRE O
AMADORA JAZZ
Organizado pela Câmara
Municipal da Amadora em parceria com o Jazz ao Centro Clube (JACC).
As primeiras edições do
Festival foram feitas sob a designação Ciclo de Jazz da Amadora (2011-2017).
Durante esse período, a orientação artística esteve ancorada na vontade de
criar um momento privilegiado para o contacto com as propostas mais relevantes
do Jazz feito em Portugal, tendo como protagonistas tanto artistas consolidados
quanto nomes valores cujo trabalho merecia visibilidade e palco.
O sucesso desta fórmula
permitiu que, a partir da 9ª edição, em 2019, o Amadora Jazz pudesse devotar um
lugar no seu cartaz para artistas internacionais sem, no entanto, abandonar as
suas premissas fundamentais.
Fonte: Câmara Municipal
Amadora