sábado, 31 de maio de 2025

Garrafas de água de metal: uma boa ideia ou um mau amigo para sua saúde? O que você precisa saber antes de beber!


Por: Adèle Peyches @Petitchef

 

Sejamos francos, muitos de nós adotaram a garrafa de água de metal. Prática, ecológica, bonita... ela tem tudo! Colocada em uma bolsa para o escritório, para uma caminhada ou até mesmo para a academia, ela vai conosco para todos os lugares. Mas, por trás dessa companheira diária, às vezes surgem algumas perguntas: ela é realmente segura para a nossa saúde? O metal da garrafa não vai parar em nossas bebidas?

 

Alumínio: leve, prático... mas nem sempre tranquilizador

 

Quando se trata de garrafas de água de metal, muitas são feitas de alumínio. Vantagem: é leve e não pesa muito na bolsa. Mas o alumínio puro não é exatamente uma boa ideia em uma garrafa de água. Por isso, muitas vezes ele é coberto com um revestimento interno para evitar que o metal vaze em nossas bebidas.

O problema é que alguns desses revestimentos contêm BPA, um conhecido desregulador endócrino (La Boîte à Objets). E quando a garrafa esquenta ou quando você coloca uma bebida levemente ácida nela, isso pode estimular a migração de substâncias para o líquido (Healthy Lunch).

E, com o tempo, o revestimento pode ser danificado, especialmente se a garrafa cair ou não for limpa adequadamente. Como resultado, há o risco de partículas de alumínio entrarem na bebida. Nada bom, especialmente se você a usa todos os dias (Healthy Lunch).

 

Aço inoxidável: mais seguro, mas também não é perfeito

 

Diante dessas dúvidas, muitos recorrem ao aço inoxidável, muitas vezes apresentado como o Rolls Royce das garrafas de água. E é verdade que o aço inoxidável é muito mais estável do que o alumínio. Não há revestimentos duvidosos aqui, e ele se mantém bem ao longo do tempo.

Mas mesmo o aço inoxidável tem seus pequenos defeitos. Líquidos muito ácidos (por exemplo, suco de limão) ou muito quentes podem causar uma leve migração de níquel ou cromo para a bebida (Voyager Vert). Nada catastrófico para a maioria de nós, fique tranquilo. Mas se você for sensível ou alérgico ao níquel, é melhor saber.

Uma dica simples: opte por garrafas de aço inoxidável de grau alimentício certificado e varie suas bebidas para não usar sempre sucos ácidos.

 

Higiene: o essencial que nunca deve ser negligenciado

 

Independentemente do material da sua garrafa de água, há um ponto que você não pode esquecer: a limpeza. Você poderia pensar que, com água dentro, a limpeza não seria tão importante... mas é!

Garrafas mal limpas são verdadeiros criadouros de bactérias, especialmente se forem deixadas fechadas com o fundo da bebida estagnado. Lembre-se de dar uma boa esfregada no gargalo e na tampa e deixe a garrafa secar ao ar livre após cada lavagem. Um pequeno gesto que muda tudo!

 

Resumindo: use sim, mas não de qualquer maneira

 

Não há dúvida de que devemos jogar fora nossas lindas garrafas de água. Usadas corretamente, elas ainda são valiosas aliadas no dia a dia, tanto para nossa saúde quanto para o planeta. Tudo o que precisamos fazer é adotar alguns bons hábitos simples.

Escolha aço inoxidável de qualidade alimentar, evite bebidas muito ácidas ou muito quentes, fique de olho nas condições da sua garrafa de água (especialmente se for de alumínio) e, acima de tudo, limpe-a com carinho após cada uso.

Dessa forma, você poderá continuar a saborear suas bebidas caseiras com tranquilidade e um sorriso no rosto. Porque se satisfazer enquanto cuida de si mesmo ainda é a melhor receita.

“Já ouviu falar do Osteossarcoma? É o cancro ósseo mais frequente, apesar de raro”


Por: J.M.A

Foto: Freepik

O osteossarcoma é um tumor maligno do osso que afeta sobretudo adolescentes e idosos, sendo essencial reconhecer os sinais precoces. A dor persistente e localizada, sobretudo no joelho, pode ser mais do que uma lesão comum. O diagnóstico precoce é determinante para salvar vidas e preservar a qualidade funcional dos doentes.

Tem dois picos de incidência, o primeiro, e de maior predomínio, entre os dez e os 25 anos (osteossarcoma primário), e o segundo acima dos 60 anos (normalmente é um osteossarcoma secundário).

É ligeiramente mais prevalente no género masculino e, dos dez aos 30 anos, terão maior risco. De facto, em crianças e jovens adolescentes associa-se à fase de maior e mais acelerado crescimento (puberdade). Além disso, o osteossarcoma pode localizar-se em qualquer osso, mas ocorre mais frequentemente nas extremidades dos ossos longos, nas áreas com crescimento mais acelerado, como no joelho (60%), fémur distal e tíbia proximal, depois a bacia e úmero proximal. O Osteossarcoma tem diferentes subtipos histológicos, sendo o mais comum o convencional (80-90%).

Não podemos prevenir ter um Osteossarcoma, mas podemos evitar o diagnóstico tardio, porque neste tumor maligno de rápido crescimento o diagnóstico precoce é fundamental e salva-vidas.

Com o tempo de evolução, as células tumorais podem invadir a corrente sanguínea e desenvolver lesões secundárias à distância, chamadas metástases, que se localizam com maior frequência nos pulmões. A progressão tumoral compromete a função, o membro e, mais importante, a sobrevida. Os sinais e sintomas não são específicos e, por isso, é tão importante todos estarmos informados e em alerta.

Na verdade, devemos ter consciência de que nem tudo são dores musculares, hematomas ou entorses e, por isso, valorizar os sinais e uma radiografia (Raio-X) nas primeiras seis semanas fará toda a diferença!

Neste contexto, alertar e informar é fundamental. Devemos valorizar uma dor localizada que se mantém ou que volta sempre, intermitente, inexplicável, que agrava à noite ou com atividade física, uma massa ou tumefação que aumenta de volume, edema ou derrame articular, a diminuição de mobilidade da articulação, impotência ou disfunção, e coxear ou mancar. Quando ocorre uma fratura patológica significa que já houve evolução e o diagnóstico foi tardio. Se realizada, a radiografia permite identificar a lesão óssea e ser referenciado para a Ortopedia Oncológica em Centros de Referência de Sarcomas Ósseos e de Tecidos Moles. O estudo diagnóstico inclui uma biópsia.

O tratamento do Osteossarcoma é sempre multidisciplinar e deve ser orientado por equipas experientes nos Centros de Referência nacional. Nas últimas duas décadas houve um significativo avanço no tratamento cirúrgico para salvamento de membro e as reconstruções podem ser biológicas ou com megapróteses. A amputação, sendo rara, mantém algumas indicações específicas. No entanto, em relação ao tratamento sistémico, a quimioterapia mantém-se sobreponível. Atualmente, investe-se neste sentido, para encontrar possíveis alvos para o tratamento sistémico e reduzir a toxicidade. Existem diversos estudos de investigação, alguns multicêntricos, internacionais a decorrer. Instituições como a Fundación Elena Tertre apoiam a investigação do cancro. Na doença localizada a sobrevida aos cinco anos é de 60-80%, na metastática é de 20-30% e se recidiva local ou metástase durante o seguimento estima-se em 40%, existindo variabilidade.

Os doentes mostram atingir elevada qualidade de vida, apesar das reconstruções complexas ou mesmo nos casos de amputação, especialmente se estes procederam a cirurgia de osteointegração. Atualmente, as cirurgias de salvamento de membro conseguem proporcionar um elevado nível funcional e ausência de dor, assegurando qualidade de vida. Alguns ex-doentes são desportistas de alto rendimento!

Salvar vidas faz a diferença! Convido, por isso, todos os portugueses a entrarem na Onda Ibérica que cresce nas redes sociais e partilhar a mesma, para alertar para o diagnóstico precoce do Osteossarcoma.

Por: Vânia Oliveira (MD, PhD) - Médica Ortopedista e membro da Equipa Multidisciplinar de Tumores Músculo-Esqueléticos da ULS Santo António/Centro Hospitalar Universitário de Santo António, ICBAS-UPorto.

Fonte: Sapo on-line Saúde