domingo, 10 de agosto de 2025

“A Obesidade enquanto Epidemia: um desafio para a saúde e o papel do exercício físico”


A obesidade pode ser um desafio enorme, mas com informação, apoio e ações concretas, é possível enfrentá-la e promover uma vida mais longa e saudável para todos

 

Por: Nataliya Polishchuk, Médica PronoKal

Foto de Kenny Eliason na Unsplash

A obesidade e o excesso de peso tornaram-se problemas de saúde pública à escala global, com repercussões profundas na qualidade de vida e na longevidade da população. O aumento exponencial destes casos, nas últimas décadas, reflete não apenas mudanças nos hábitos alimentares, mas também o crescente sedentarismo da sociedade moderna. Neste contexto, é fundamental compreender o real impacto da obesidade na saúde e a forma como o exercício físico pode ser uma ferramenta essencial na prevenção e combate a esta condição.

O excesso de peso é um fator de risco para uma série de comorbilidades e doenças graves, como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, acidentes vasculares cerebrais e até certos tipos de cancro. Para além disso, pode agravar problemas articulares, como osteoartrite e distúrbios metabólicos. A saúde mental também é afetada, uma vez que a obesidade está muitas vezes associada à depressão, ansiedade e baixa autoestima, criando um ciclo vicioso que o bem-estar.


A prática regular de exercício físico traz inúmeros benefícios para a saúde e desempenha um papel fundamental no combate à obesidade. Para além de aumentar o gasto energético, ajudando na perda de peso e na manutenção de um balanço calórico saudável, também melhora a sensibilidade à insulina, reduzindo o risco de diabetes tipo 2. Adicionalmente, promove a saúde cardiovascular ao diminuir a pressão arterial e os níveis de colesterol LDL, o chamado "mau colesterol".

Outro aspeto crucial é o impacto positivo do exercício na saúde mental. A atividade física estimula a produção de endorfinas, conhecidas como "hormonas do bem-estar", reduzindo os níveis de stress e ansiedade. Para muitas pessoas que lutam contra a obesidade, o exercício pode ser uma ferramenta motivacional, proporcionando uma sensação de conquista e promovendo a adoção de hábitos saudáveis a longo prazo.

É importante salientar que qualquer tipo de exercício pode trazer benefícios, desde caminhadas diárias a treinos mais intensos. O ideal é encontrar uma atividade que seja adequada a condição de saúde e compatível com o estilo de vida de cada um. O acompanhamento profissional, seja de médicos, nutricionistas ou personal trainers, também pode ser essencial para garantir um plano de treino seguro e eficaz.

O combate à obesidade não deve ser visto como uma responsabilidade individual, mas sim como um compromisso coletivo que envolve políticas públicas eficazes, educação para a saúde e incentivo a estilos de vida mais saudáveis. A prática de exercício físico, aliada a uma alimentação equilibrada e a mudanças comportamentais, é um dos pilares para reverter esta tendência e garantir um futuro mais saudável para as próximas gerações.

Assim, torna-se imperativo que governos, instituições de saúde e a sociedade em geral promovam um ambiente que favoreça a prática regular de atividade física. Criar espaços urbanos adequados para a prática de desporto, incentivar programas de exercício nas escolas, nos locais de trabalho e fomentar a educação para a saúde são passos fundamentais para travar esta epidemia silenciosa. A obesidade pode ser um desafio enorme, mas com informação, apoio e ações concretas, é possível enfrentá-la e promover uma vida mais longa e saudável para todos.

Fonte: Sapo on-line Saúde

“Gastroparésia: Quando o estômago perde o ritmo”


Há quem coma e se sinta sempre cheio, o que causa grande desconforto. A causa poderá ser gastroparésia, como explica Armando Peixoto, médico gastrenterologista na ULS São João e secretário-geral do Núcleo de Neurogastrenterologia e Motilidade Digestiva - Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia.

Já alguma vez sentiu que a comida “fica parada” no estômago durante horas após a refeição? Para algumas pessoas, este desconforto é diário, e pode significar mais do que uma má digestão. A gastroparésia é uma doença que afeta a motilidade do estômago, ou seja, o seu movimento normal de esvaziamento. Nesta condição, o estômago demora demasiado tempo a enviar os alimentos para o intestino, mesmo na ausência de uma obstrução física.

 

Quem pode ter gastroparésia?

 

Esta doença afeta maioritariamente mulheres entre os 40 e os 60 anos e pode ter várias causas: diabetes mal controlada (especialmente a tipo 1), algumas cirurgias abdominais (como bypass gástrico ou fundoplicatura), medicamentos que atrasam o esvaziamento gástrico (como opiáceos), doenças autoimunes ou neurológicas, entre outras. No entanto, em muitos casos, não se identifica nenhuma causa clara, denominando-se gastroparésia idiopática.

 

Sintomas e impacto

 

Os sintomas mais comuns incluem náuseas, vómitos (frequentemente de alimentos ainda mal digeridos), sensação precoce de saciedade, enfartamento após as refeições, inchaço abdominal e, por vezes, dor na parte superior do abdómen. Estes sintomas tendem a surgir em conjunto e podem ser persistentes ou flutuantes. Além do impacto físico, a gastroparésia afeta fortemente o bem-estar psicológico, a vida social e a produtividade profissional. Há estudos que comparam a sua carga emocional à da depressão ou de outras doenças crónicas graves.

 

Como se diagnostica?

 

O diagnóstico exige três condições fundamentais: (1) presença de sintomas típicos, (2) exclusão de obstrução mecânica, geralmente por endoscopia e imagiologia, e (3) comprovação de esvaziamento gástrico atrasado através de testes específicos o mais comum é a cintigrafia de esvaziamento gástrico com uma refeição-padrão.

 

Como se trata?

 

O tratamento tem como objetivo aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Começa-se por mudanças na alimentação:

 

Refeições pequenas e frequentes;

Evitar gorduras e alimentos ricos em fibras insolúveis;

Preferir alimentos triturados, em puré ou líquidos;

Controlar rigorosamente a glicemia em doentes diabéticos;

Reduzir o consumo de álcool e evitar o tabaco.

Além disso, existem medicamentos que estimulam a motilidade gástrica (procinéticos) ou aliviam as náuseas (antieméticos). Contudo, cerca de um terço dos doentes não melhora com a medicação. Nestes casos mais graves, pode recorrer-se a sondas de alimentação, estimulação elétrica do estômago, cirurgia do piloro ou procedimentos endoscópicos inovadores como o G-POEM.

 

Um diagnóstico que merece atenção

 

Apesar de relativamente desconhecida, a gastroparésia é cada vez mais diagnosticada, em parte graças a uma maior sensibilização e melhores exames. Ainda assim, continua muitas vezes confundida com outras condições, como a dispepsia funcional. Se sofre de náuseas persistentes, vómitos recorrentes ou se sente “cheio” durante horas após comer, fale com o seu médico. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maior a probabilidade de controlar os sintomas e recuperar qualidade de vida.

Agosto é o Mês da Consciencialização para a Gastroparésia. Saiba mais em www.saudedigestiva.pt

Fonte: Sapo on-line Saúde

“A cerveja pode ser saudável e existem 15 motivos científicos para beber uma”


A Organização Mundial de Saúde admite que há evidência científica no benefício do consumo moderado de bebidas alcoólicas

 

Foto: AFP/DMITRY KOSTYUKOV

 

1. Minerais da cerveja fortalecem os ossos

 

O silício presente na cerveja favorece a absorção de cálcio e de outros minerais, o que fortalece a saúde do seu esqueleto. As cervejas com maior quantidade de cevada maltada e lúpulo são as que possuem mais silício. A garantia é de um estudo da Universidade de Tufts.

 

2. Protege o coração

 

Investigadores italianos descobriram que o consumo moderado de cerveja diminui em 42% o risco de doença coronária. Para sua proteção cardiovascular, não beba mais do que uma por dia, com um teor alcoólico à volta dos 5%.

 

3. Confere proteção pós-enfarte

 

Um estudo do Centro de Investigação Cardiovascular do Hospital de la Santa Creu i Sant Pau, em Barcelona, indica que o consumo de cerveja favorece a reparação das fibroses em corações que sofreram lesões, potenciando assim a recuperação deste órgão.

 

4. Fonte de bom colesterol

 

Investigadores da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, descobriram que o álcool contido na cerveja pode ajudar a aumentar o colesterol bom (o HDL), que está associado a um menor risco de doenças cardiovasculares.

 

5. Contém antioxidantes

 

Segundo um trabalho publicado na revista Circulation pela cardiologista Lina Badimont, os antioxidantes presentes na cerveja ajudam a diminuir as enzimas inflamatórias do sangue, baixando o risco de várias doenças, nomeadamente cancro.

 

6. É mais nutritiva que outras bebidas alcoólicas

 

Entre as bebidas alcoólicas, a cerveja é a que possui mais compostos nutritivos, principalmente vitaminas do complexo B. Minerais como fósforo, selénio, magnésio e algumas fibras solúveis estão também presentes em pequenas quantidades nesta famosa bebida.

 

7. Ativa o funcionamento dos rins

 

A alta ingestão de líquidos é a principal responsável pela redução do risco de desenvolvimento de pedra nos rins. Por ser 90% água, a cerveja é diurética e estimula o funcionamento deste órgão.

 

8. Reforça o sistema imunitário

 

Um estudo dos departamentos de Saúde e Ciência da Universidade de Oregon indica que beber duas cervejas por dia potencia o sistema imunitário e o combate de infeções.

 

9. Provoca a "melhor" ressaca

 

 

Uma análise espanhola concluiu que a ressaca da cerveja é a menos dolorosa e a mais rápida de ultrapassar.

 

10. Aumenta a confiança

 

Investigadores britânicos asseveram que quanto mais bebidas alcoólicas se consome, mas atrativo o ser humano se sente. Nós desaconselhamos, no entanto, que ultrapasse os limites da moderação.

 

11. Diminui o risco de diabetes tipo 2

 

Investigadores holandeses que analisaram 38.000 profissionais de saúde masculinos descobriram que o consumo moderado de cerveja diminui, ao longo de quatro anos, a probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2.

 

12. Não tem ingredientes químicos prejudiciais

 

A cerveja é produzida a partir de elementos naturais como água, grãos de cevada maltados e lúpulo. Este último é o grande responsável pelo sabor e aroma desta bebida. Por norma, a cerveja não tem corantes nem conservantes.

 

13. É menos calórica do que um sumo de laranja

 

São 120 calorias num copo de cerveja contra 180 num copo de sumo de laranja sem açúcar. É importante recordar que, contudo, o sumo de laranja ganha à cerveja em termos nutricionais.

 

14. Aumenta a criatividade

 

Um estudo publicado no jornal Consciousness and Cognition garante que o consumo de cerveja com moderação torna-nos mais espertos e criativos. Será?

 

15. Não provoca barriga

 

Não existe uma relação direta comprovada entre a ingestão moderada desta bebida e o aumento da gordura abdominal. Talvez a falta de hábitos saudáveis - e de exercício físico - seja o que realmente influencie o excesso de peso.

Fonte: Sapo on-line Saúde