Por: J.M.A
Foto: Freepik/Racool_studio
A 4 de fevereiro assinala-se,
mundialmente, o Dia do Cancro. É importante reforçar a necessidade de se olhar
para um carcinoma silencioso e oculto a que nem sempre damos a devida atenção:
o cancro oral.
O cancro oral representa hoje
2,8% de todos os cancros diagnosticados a nível global, registando-se já,
aproximadamente 300 mil casos por ano, com um aumento expressivo de 25% na
última década. Em Portugal, estima-se que surjam cerca de 1600 novos casos anualmente,
sendo um dos cinco tumores mais frequentes no sexo masculino. Este cenário é
agravado pelo facto de quase um terço da população não visitar o médico
dentista regularmente, dificultando o diagnóstico precoce e, consequentemente,
as probabilidades de cura.
A doença pode afetar diversas
áreas da boca, como lábios, céu da boca, língua e espaço sublingual, gengivas e
bochechas. Relativamente aos sintomas, os iniciais podem ser subtis e
indolores, tais como manchas brancas ou avermelhadas (leucoplasia e eritroplasia),
úlceras persistentes (aftas que não cicatrizam em duas a três semanas), nódulos
ou massas endurecidas. Com a progressão da doença surgem sinais mais
preocupantes e dolorosos, como mobilidade dentária, perda de sensibilidade,
dificuldade em engolir (disfagia), dor de ouvidos e aumento dos gânglios
linfáticos.
Apesar dos avanços no
diagnóstico e tratamento, segundo o PIPCO – Projeto de Intervenção Precoce do
Cancro Oral, a taxa de sobrevivência ao fim de cinco anos é de apenas 40%, o
que espelha, uma vez mais, a urgência de se abordar este carcinoma.
Neste
contexto, a Clínica Médis destaca algumas informações essenciais:
Fatores
de risco: o tabagismo é o
principal. Além deste, o consumo de álcool e uma exposição solar excessiva dos
lábios podem levar ao surgimento de cancro oral.
Prevenção: as consultas regulares com o médico dentista
permitem a identificação precoce de lesões suspeitas, aumentando
significativamente as probabilidades de cura. É importante que o doente agende
uma visita no caso de notar alguma alteração nas mucosas orais, que persista
por mais de 15 dias, pois este pode ser um sinal de alerta.
Diagnóstico: observação clínica, seguido, caso necessário,
de biópsia para exame histológico.
Tratamento: é planeado por uma
equipa multidisciplinar e geralmente inclui cirurgia para remoção da lesão.
Recomendações:
Opte por uma dieta rica em
frutas, vegetais e antioxidantes que promovam um sistema imunitário forte;
Visite o médico dentista pelo
menos duas vezes por ano. O dentista desempenha um papel vital na prevenção,
diagnóstico e encaminhamento para tratamento, sendo um aliado fundamental na
luta contra esta tipologia de cancro.
Proteja os lábios da exposição
solar.
Evite o consumo de álcool e o
tabagismo.
O cancro oral é um carcinoma
silencioso e oculto e os dados revelam a necessidade de continuar a
sensibilizar a população para a importância do cuidado com a sua saúde oral. A
adoção de hábitos saudáveis e a atenção aos sinais de alerta são fundamentais na
prevenção deste tipo de cancro.
Fonte: Sapo on-line Saúde