A prática de atividade física
é essencial para a saúde e bem-estar de todos os indivíduos e constitui um dos
pilares para um estilo de vida saudável, a par de uma boa alimentação. Cláudia
Armada, médica anestesiologista no IPO Lisboa, explica porquê.
Quer fisicamente, quer
mentalmente, a atividade física revela grandes benefícios. Apresenta-se como um
forte meio de prevenção de doenças, sendo também, na visão dos governos, um dos
métodos com melhor custo-efetividade na promoção da saúde de uma população.
O sedentarismo é o maior fator
de risco para desenvolver dor crónica, uma doença causadora de níveis altos de
morbilidade, absenteísmo e incapacidade temporária ou permanente, tendo um
grande impacto na qualidade de vida do doente.
Por outro lado, traduz-se
também em custos extra para o sistema de saúde. Custos estes, que estão na
ordem dos 4 mil milhões de euros por ano. É fundamental e premente investir o
máximo possível no controlo e prevenção desta doença, já que infelizmente as
terapêuticas farmacológicas, embora importantes, são claramente insuficientes
para controlar estas condições.
Atualmente, a população começa
a estar mais consciente dos benefícios do exercício, nomeadamente a prática da
corrida, o andar de bicicleta e a afluência ao ginásio. Ainda assim, e segundo
dados recentes da Organização Mundial de Saúde, os níveis de atividade física
em Portugal são claramente insuficientes em todos os escalões etários.
É necessário que todos tenham
em mente que o exercício tem, de facto, uma função reguladora de vários
sistemas fisiológicos do corpo, desde o sistema músculo-esquelético ao
cardiovascular e circulatório ao sistema endócrino, passando pelo sistema
neurológico e endócrino. Apresenta também uma influência determinante nos
estados de humor e de ansiedade e nas capacidades cognitivas, memória,
vitalidade e energia.
A APED com a campanha
“Movimento para o Futuro” tem exatamente o objetivo desensibilizar a população
para a adoção de comportamentos saudáveis com vista à proteção do sistema
músculo-esquelético, prevenir e tratar estados de dor ligeira a moderada, e incentivar
o movimento como forma de prevenção e tratamento desses estados. De uma forma
simples e que chega facilmente a qualquer pessoa entende-se que a possibilidade
de prevenir e melhorar esses estados de dor pode ser fácil e acessível a todos
e só depende de cada um de nós.
A atividade física está
indicada e é acessível a todas as pessoas, seja a caminhar, a subir escadas, a
andar de bicicleta, a nadar, a dançar ou a fazer jardinagem. Só o facto de
evitar estar sentado por longos períodos já é um começo.
Segundo diretrizes
internacionais todos deverão fazer pelo menos 30 minutos por dia de atividade
física com esforço moderado. Em casos de dor preexistente é importante o
aconselhamento especializado quanto aos esforços a realizar e aos que se tem de
evitar.
Um artigo da médica Cláudia
Armada, anestesiologista no IPO Lisboa, elemento dos Corpos Sociais da APED e
co-responsável pelo projeto Movimento para o Futuro.
Fonte: Sapo on-line Saúde