Por: Ana Marques Gonçalves/MO
Fonte: Lusa
Marco Alves fez hoje um
balanço positivo da Missão portuguesa a Paris2024, assumindo que o Comité Olímpico
de Portugal está satisfeito com os resultados e defendendo que não faria
sentido baixar a fasquia relativamente a Tóquio2020.
“No que diz respeito aos
resultados que atingimos em Paris, estamos satisfeitos. Passa uma imagem de um
país que conseguiu consolidar [os resultados] passado três anos, depois de um
aumento significativo face a edições anteriores. Havia efetivamente as dúvidas
de se era um crescimento consolidado e eu acho que hoje estamos aqui e podemos
afirmar que sim”, destacou o chefe de Missão.
Depois das inéditas quatro
medalhas conquistadas na capital japonesa – o ouro de Pedro Pablo Pichardo no
triplo salto, disciplina em que Patrícia Mamona alcançou a prata, e os bronzes
do judoca Jorge Fonseca (nos -100kg) e do canoísta Fernando Pimenta (em K1
1.000 metros) -, Portugal somou novamente o mesmo número de 'metais', mas com
‘cores’ mais importantes.
Rui Oliveira e Iúri Leitão
uniram-se na pista para serem os primeiros campeões olímpicos fora do
atletismo, ao conquistarem o ouro no madison, dois dias depois do segundo
ter-se sagrado vice-campeão olímpico no omnium. O ‘medalheiro’ português ficou
completo com a prata de Pedro Pichardo no triplo salto e o bronze da judoca
Patrícia Sampaio em -78 kg.
“Naturalmente, os Jogos são os
Jogos, não são mais um Campeonato do Mundo, não são mais um Campeonato da
Europa e efetivamente aquilo que estes atletas conseguiram alcançar aqui, não
só os medalhados, mas também os restantes, é efetivamente digno de registo”,
vincou Marco Alves, em conferência de imprensa em Saint-Quentin-en-Yvelines,
onde Maria Martins ‘fechou’ a participação portuguesa.
Questionado sobre os objetivos
estabelecidos para estes Jogos, nomeadamente as quatro medalhas, o chefe da
Missão lusa defendeu que “não seria entendível, nem para as federações, nem
para os atletas, nem para a própria sociedade civil”, que o Comité Olímpico de
Portugal (COP) baixasse a fasquia depois daquilo que aconteceu em Tóquio, até
porque “o desporto é feito de ambições”.
“Nós baseamos muito daquilo
que é a avaliação do mérito desportivo, por aquilo que acontece em contexto de
Campeonatos do Mundo, em rankings mundiais, em rankings de qualificação.
Portanto, é um processo em crescendo. Três anos antes, eventualmente, não teríamos
[identificados] todos os atletas que estariam em condições de suportar uma
medalha nos Jogos de Paris. Confiávamos no projeto olímpico", assumiu.
Alves recordou que este é um
projeto que o COP vem acompanhando desde há muito tempo, principalmente pela
mão do seu presidente, José Manuel Constantino.
“Efetivamente, traduziu-se em
Paris aquilo que foi um trabalho sério, um trabalho com muita dedicação e com
atletas extraordinários”, realçou.
Antes, o chefe de Missão,
cargo que repetiu em Paris2024, tinha começado por salientar as duas ‘medalhas’
com que a delegação portuguesa aterrou na capital francesa.
“O facto de termos mais de 50%
dos atletas estreantes nesta edição dos Jogos é um facto que deve ser realçado.
Estamos a falar de processos de qualificação cada vez mais exigentes, mesmo
face à experiência de Tóquio. Muitas quotas foram diminuídas para a presença
nos Jogos Olímpicos de Paris. E também para o facto de, não tendo uma
influência direta sobre aquilo que é o processo de qualificação, […] esta
Missão ter sido representada por mais atletas femininas do que atletas
masculinos. É um virar de página também neste capítulo”, avaliou.
Marco Alves quis ainda
agradecer a todos os envolvidos na Missão portuguesa, nomeadamente aos
treinadores, considerando que quantos mais existirem com “a experiência de
Jogos, com a experiência internacional, mais valorizado sai o processo de
preparação, mais valorizado sai o processo de competição”.
“Não posso deixar de dar uma
palavra aos familiares e aos amigos dos atletas que marcaram presença em Paris.
Muitos deles fizeram um esforço gigante para poderem acompanhar esta
participação, para poderem estar nesta cidade, e não podemos, naturalmente, deixar
de dar esta palavra de conforto, porque eles também deram o conforto que os
atletas precisavam nos bons e nos maus momentos”, observou.