sábado, 5 de julho de 2025

“Médico explica que enfarte dói como um "esmagamento". Conheça os sinais de alarme do ataque cardíaco”


Por: João Morais, médico e professor

Fotos: Nuno Coimbra/SPC

Todos os anos, mais de 4.000 portugueses morrem de ataque cardíaco. Falámos com o médico cardiologista e professor João Morais, para saber como identificar e como reagir perante um enfarte agudo do miocárdio.

 

Quais são as principais causas do Enfarte Agudo do Miocárdio?

 

O enfarte do miocárdio, na esmagadora maioria dos casos, resulta da oclusão de uma artéria coronária, habitualmente provocada pela formação de um coágulo, que desse modo vai impedir o normal fluxo de sangue. Este fenómeno tem origem na chamada arteriosclerose, processo que leva a uma progressiva alteração da qualidade das artérias, tornando-as mais finas e rígidas, podendo desse modo ocluir.

 

Quem são as pessoas mais afetadas?

 

Em termos gerais, podemos dizer que o enfarte do miocárdio é mais frequente nos homens do que nas mulheres, nos idosos que nos novos. Contudo há fatores que, quando presentes, aumentam significativamente a probabilidade desta ocorrência, designadamente a presença de diabetes mellitus, colesterol elevado e hábitos tabágicos. Qualquer uma destas situações contribui para o envelhecimento das nossas artérias, facilitando o evento agudo.

 

Como se manifesta?

 

Quando surge de forma típica, o enfarte do miocárdio, manifesta-se pelo aparecimento súbito de uma for intensa no centro do peito, dor esta que pode se assemelhar a um esmagamento que, por vezes, pode irradiar para o braço esquerdo e por vezes para o maxilar. Frequentemente, o episódio doloroso irradia para o braço esquerdo, acompanha-se ainda de sudação intensa e por vezes sensação de desmaio.

O enfarte do miocárdio leva à perda do músculo cardíaco, perda esta que será tanto maior quanto mais demorada for a instituição do tratamento

 


Como se previne?

 

O enfarte é um fenómeno de ocorrência súbita, por vezes com uma base genética e cuja ocorrência não se pode prever. Assim, a sua prevenção está focada no controlo dos chamados fatores de risco que, desta forma, podem diminuir o risco de ocorrência de enfarte. Por outras palavras, o enfarte previne-se reduzindo as condições das artérias que facilitam a sua ocorrência. Nos doentes em que a doença já é conhecida e as lesões das artérias já identificadas, o enfarte previne-se tratando essas lesões, seja através da cirurgia de bypass, seja através da chamada angioplastia coronária.

 

O que fazer se alguém estiver com sintomas de um Enfarte Agudo do Miocárdio?

 

A melhor ajuda que se pode dispensar será colocar rapidamente a vítima no local certo para ser tratada. Assim, é crucial que, na suspeita de um enfarte do miocárdio, se contacte de imediato o Instituto Nacional de Emergência Médica (112). O profissional que vai atender o telefone dará instruções simples e enviará uma viatura de emergência, com médico, o qual prestará os primeiros cuidados, e acima de tudo enviará o doente para o local ideal para tratamento.

 

A insuficiência cardíaca é hoje a principal causa de morte por doenças cardiovasculares

 

Porque é que o ataque cardíaco mal tratado pode gerar insuficiência cardíaca?

 

O enfarte do miocárdio leva à perda do músculo cardíaco, perda esta que será tanto maior quanto mais demorada for a instituição do tratamento e maior for a dimensão da área de enfarte.

A extensão de músculo perdida vai alterar a mecânica do coração e quanto maior for essa extensão mais insuficiente o coração vai ficar.

 

A insuficiência cardíaca pode matar?

 

A insuficiência cardíaca é hoje a principal causa de morte por doenças cardiovasculares, já que a taxa de mortalidade pode chegar a 20% no final do primeiro ano após um internamento, por um episódio de agudização.

 

Quais os sintomas desta patologia?

 

Como em todas as doenças há formas de apresentação mais típicas e menos típicas. Como alerta à população devemos chamar a atenção para uma situação em que o doente reconhece uma redução progressiva da sua capacidade física ("eu subia dois andares sem parar e agora tenho de parar no primeiro patamar”), uma sensação de que o ar não chega aos pulmões de forma satisfatória (“eu tenho falta de ar a subir as escadas de minha casa”) ou o aparecimento dos tornozelos inchados, em especial ao final do dia. Estes são alguns dos sinais e sintomas que devem obrigar a despistar um eventual quadro de insuficiência cardíaca.

 

É difícil de diagnosticar?

 

O diagnóstico em si, na maioria das situações, não é difícil. Para além da informação que o doente nos dá e aquilo que o nosso exame proporciona, uma análise de sangue simples, uma radiografia ao tórax e um ecocardiograma são suficientes, na generalidade das situações, para estabelecer o diagnóstico de insuficiência cardíaca e a partir daí iniciar um plano terapêutico e a identificação de uma causa que lhe esteja na origem.

 

Quais são as novidades nas guidelines europeias no que toca ao tratamento do Enfarte Agudo do Miocárdio? O que mudou?

 

O tratamento do EAM tem sido objeto de intensa investigação nas últimas duas décadas. Desde o diagnóstico até à terapêutica todos os passos estão muito bem definidos e as recomendações internacionais limitam-se a sintetizar e sistematizar o conhecimento. O que as guidelines europeias recentemente publicadas nos trazem de novo é uma aposta clara na organização como base essencial ao sucesso do tratamento destes doentes. Um segundo aspeto que vale a pena destacar é a aposta na qualidade. Neste documento são estabelecidos padrões de qualidade que todos devem seguir, padrões estes que, quando quantificados, servem para testar a qualidade do nosso trabalho, bem como criar sistemas de benchmarking.

Fonte: Sapo on-line Saúde

“Concerto Embaixada Tenshõ 1585”


Illuminart Philharmonic Renaissance Ensemble e Tomomi Nishimoto

 

Quarta | 16 Julho | Auditório | 19.30 | €20 [descontos em vigor]

M/ 6 anos

No século XVI, 4 embaixadores nipónicos viajaram pela Europa, com a missão de aproximar o Japão e o Ocidente. Evocando a sua passagem por Portugal e o legado musical que levaram para o Japão, este concerto apresenta música do Renascimento tocada em instrumentos da época.

Parceria com o Festival das Artes Quebra Jazz e a Fundação Oriente

Pode saber mais em: https://www.foriente.pt/detalhe.php?id=0EF47C16-9A39-4CF0-9C06-C456D8B02F25&area=espectaculos

MUSEU DO ORIENTE

Avenida Brasília, Doca de Alcântara (Norte) | 1350-352 Lisboa

T. (+351) 213 585 200 | info@foriente.pt

Fonte: Fundação Oriente