segunda-feira, 18 de novembro de 2024

“Oftalmologia de Santa Maria aplica técnica inovadora para tratar casos de estrabismo”


Filipa Jorge Teixeira

Fez agora um ano que o Serviço de Oftalmologia da ULS de Santa Maria começou a realizar uma cirurgia que, embora se destine a resolver um tipo de estrabismo muito pouco comum, devolve aos que dela usufruem a qualidade de vida que haviam perdido e com menos efeitos secundários do que as técnicas tradicionalmente utilizadas.

Em causa está o estrabismo por paralisia completa de músculos extraoculares, para cujo tratamento existe agora no Hospital de Santa Maria uma solução bastante mais eficaz.

Feitas as contas, são atendidos anualmente na Consulta de Estrabismo do Serviço de Oftalmologia da agora ULS de Santa Maria uns 400 novos doentes de todas as idades. Apresentam alguma das variantes daquela patologia, que pode ser bastante penalizadora para quem dela sofre, adicionalmente à alteração estética causada pela típica imagem dos “olhos tortos”.

Aproximadamente metade dos doentes são adultos, um terço dos quais sofre de uma paralisia oculomotora, sendo que apenas 20% destes últimos são elegíveis para esta cirurgia inovadora. Assim se explica que, um ano depois de a técnica ter sido introduzida no maior hospital de Lisboa, a lista de espera para esta intervenção não ultrapasse em muito uma dezena de doentes, apesar de apenas terem sido realizadas 20 cirurgias entre setembro de 2023 e o final de setembro de 2024.

É Filipa Jorge Teixeira quem assegura, basicamente, o funcionamento da Consulta de Estrabismo, a que dedica as quartas-feiras, desde manhã cedo até meio da tarde, atendendo, em média, uns 22 utentes, entre crianças e adultos.

A grande maioria das crianças chega referenciada por outros oftalmologistas, desde logo do próprio Serviço, até porque mesmo as que apresentam uma suspeita de estrabismo passam primeiro pela Consulta de Oftalmologia Pediátrica, que é o que, por norma, sucede com os menores encaminhados dos Cuidados de Saúde Primários pelos médicos de família.

Se bem que possam aparecer casos de estrabismo em recém-nascidos, a especialista refere que os utentes mais pequenos têm normalmente entre 6 meses e 8 anos de idade. Já no que diz respeito aos adultos, grande parte terá entre 40 e 60 anos, “embora em qualquer idade se possa ter um tumor, um AVC ou um traumatismo, na sequência, por exemplo, de um acidente de viação, capaz de originar uma situação de estrabismo”, esclarece a médica.

Começando por assumir a coordenação da Secção de Oftalmologia Pediátrica, Filipa Jorge Teixeira viria a aceitar, no início de 2023, coordenar igualmente a Secção de Estrabismo do Serviço de Oftalmologia.


 

Reduzir o risco de complicações pós-operatórias e preservar os músculos saudáveis do olho

 

É com Rita Gama que Filipa Jorge Teixeira discute os casos mais complexos que se lhe deparam. Aliás, faz questão de deixar claro que a implementação, em Santa Maria, da cirurgia inovadora para o tratamento das situações originadas por uma paralisia completa de músculos extraoculares se deve àquela especialista em estrabismo.

“Esta técnica minimamente invasiva reduz o risco de complicações pós-operatórias e preserva os músculos saudáveis do olho, devolvendo qualidade de vida aos doentes intervencionados”, explica, justificando:

“De facto, o estrabismo por paresia oculomotora leva frequentemente a uma marcada deterioração da qualidade de vida de quem sofre deste problema. Muitos doentes tornam-se

mesmo incapazes de exercer a sua atividade profissional, em consequência da diplopia que provoca e, por vezes, do torcicolo grave associado. O procedimento inovador utiliza a transposição de músculos extraoculares funcionantes para o território do músculo que, por paralisia, se encontra sem função.”

“A técnica que aqui implementámos poupa a vascularização dos músculos, ao contrário de outras cirurgias usadas nesta área, o que resulta na melhoria do prognóstico final e na redução do risco de inflamação e baixa visão no pós-operatório”, acrescenta Rita Gama, prosseguindo: “A intervenção implica uma transposição muscular sem o seu seccionamento, apenas com o deslizamento de uma porção do músculo, o que permite obter resultados igualmente eficazes e preservar os músculos funcionantes.”

Desenvolvida num centro oftalmológico universitário japonês, terá sido pela primeira vez descrita em 2010 e só nos últimos 5 anos é que terão começado a ser apresentadas algumas utilizações pontuais desta técnica. “Em publicações científicas, devem estar descritos apenas uns 20 casos em que foi usada em situações semelhantes às nossas, sendo sobretudo em congressos que se ouve falar da mesma”, adianta Filipa Jorge Teixeira.

“Embora se trate de situações raras as que são assim resolvidas, a utilização desta cirurgia torna-se bastante gratificante. Muitos destes doentes são relativamente jovens e a circunstância de apresentarem diplopia faz com que não consigam desenvolver a sua atividade profissional, ou então assumem posições da cabeça que são completamente incompatíveis com o ter uma vida normal”, frisa a coordenadora da Secção de Estrabismo.

Rita Gama intervém para reforçar que, “como há um músculo que não funciona, há sempre uma posição em que aquele não tem tanta intervenção, permitindo à pessoa não ver

duas imagens em simultâneo, obrigando, contudo, a manter a cabeça sempre virada”.

 

O estrabismo é uma patologia muito desafiante, não linear

 

“Quando um músculo deixa de funcionar, é muito difícil conseguirmos ter um equilíbrio total do movimento dos olhos, mas há duas posições que nós privilegiamos, tendo em conta que passamos a maior parte da nossa vida a olhar em frente e para baixo", afirma Rita Gama.

Segundo a especialidade, "já havia cirurgias que ajudavam a conseguir esse equilíbrio, mas que castigavam um pouco os músculos a que se recorria para compensar aquele que não estava em condições. Essas intervenções mais clássicas afetam a sua vascularização, originando mais efeitos secundários a médio e a longo prazo".

No fundo, de acordo com Rita Gama, o que traz de verdadeiramente inovador a cirurgia que agora se vem realizando no Hospital de Santa Maria para tratar este estrabismo por paralisia é que “poupa mais os músculos, sendo tão ou mais eficaz do que as outras”.

A especialista confirma serem, de facto, raras as situações – “mesmo muito pontuais” que podem usufruir desta cirurgia, tanto que, embora trate bastantes estrabismos, ela própria só ainda aplicou a nova técnica cirúrgica em Santa Maria.

Com uma grande diferenciação nesta área, Rita Gama reconhece haver uma carência de profissionais que a ela se queiram dedicar de uma forma mais intensa, admitindo ser “pouco popular” na sua especialidade.

E porquê? “Considero ser necessário que no internato se faça, desde logo, um exercício de adaptação ao raciocínio muito próprio do estrabismo, raciocínio esse que se perde com facilidade quando não se lida regularmente com esta patologia tão específica. E é preciso gostar!”

 

Termos os olhos alinhados é importantíssimo para o bem-estar

 

Para Mun Yueh de Faria, a introdução desta técnica inovadora no tratamento de casos de estrabismo causado por paralisia completa de músculos extraoculares no Serviço de Oftalmologia da ULS de Santa Maria “resulta, sem dúvida, da capacidade de trabalho e do empenho dos nossos profissionais, algo transversal aos vários departamentos”.

Relativamente à patologia em causa, “ter os olhos desalinhados é muito desagradável, não só em termos funcionais, mas também esteticamente, sendo importante saber-se que praticamente todos os estrabismos, seja em crianças como em adultos, são hoje em dia tratáveis”.

“Termos os olhos alinhados é importantíssimos para o bem-estar e para a confiança que cada pessoa pode ter de si própria”, afirma a responsável, confirmando que é o adulto não tratado quem sofre mais com a situação, pois, “a criança mais pequena não se apercebe”.

Mun Yueh de Faria faz questão de realçar quão importante foi a especialista Rita Gama ter-se disponibilizado para colaborar com o Serviço de Oftalmologia da ULS de Santa Maria. E esclarece porquê: “Para além do que nos trouxe em termos de inovação, importa referir que a Oftalmologia Pediátrica e a área do estrabismo parecem interessar muito pouco aos nossos colegas mais jovens e, por isso, nesta matéria, nós estávamos bastante carentes de ajuda.”

“As causas de estrabismo são múltiplas, sendo que nas crianças tem geralmente que ver com a falta de controlo adequado dos músculos oculares, que recebem mensagens erradas do cérebro. Há depois uma pequena minoria de casos em que existem problemas na inserção daqueles músculos, que nos adultos são habitualmente situações adquiridas, por exemplo, na sequência de traumatismos ou de acidentes vasculares cerebrais”, explica Rita Gama, acrescentando:

“Quando um músculo deixa de funcionar, é muito difícil conseguirmos ter um equilíbrio total do movimento dos olhos, mas há duas posições que nós privilegiamos, tendo em conta que passamos a maior parte da nossa vida a olhar em frente e para baixo. Já havia cirurgias que ajudavam a conseguir esse equilíbrio, mas que castigavam um pouco os músculos a que se recorria para compensar aquele que não estava em condições. Essas intervenções mais clássicas afetam a sua vascularização, originando mais efeitos secundários a médio e a longo prazo.”

Fonte: Just News

“Mercedes-Benz 190E 2.5-16 Evolution II reforça coleção automóvel do Museu do Caramulo”


Uma de apenas 502 unidades produzidas

 

Fotos: Daniel Peres

A colecção permanente de automóveis do Museu do Caramulo acaba de ser reforçada com um impressionante Mercedes-Benz 190E 2.5-16 Evolution II, o especial de homologação da marca de Estugarda que transporta para a estrada o mais fiel espírito da competição.

Com um bloco de quatro cilindros em linha com 2.5l desenvolvido com a ajuda da Cosworth a declarar uma potência máxima de 235cv às 7200 rpm e 245Nm às 5000rpm, transmitida por uma caixa manual de cinco velocidades às rodas traseiras, o Mercedes-Benz 190E 2.5-16 Evolution II apresenta números que na actualidade, em verdade, podem não impressionar.

Não obstante, o seu desenho agressivo permite-nos compreender que se trata de um modelo com um propósito muito específico. De facto, o Evolution II veste a pele da última evolução do automóvel desenvolvido para superar o seu rival de sempre (o BMW M3 E30) no Deutsche Tourenwagen Masters (DTM) - o campeonato alemão de turismos. Cumprindo o propósito da função sobre a forma, a pronunciada asa traseira e o splitter dianteiro (ambos ajustáveis), bem como o spoiler traseiro, fazem o automóvel plantar-se na estrada com uma resistência aerodinâmica a apresentar um Cx de meros 0.29.


Foram produzidas 502 unidades no total, sendo a número 351 aquela que pode já ser vista em exposição de terça-feira a Domingo no Museu do Caramulo.

Fonte: Museu do Caramulo

“Cidade da Amadora premeia os melhores na Gala do Desporto 2024”


AMANHÃ, 19 novembro | Cineteatro D. João V

 

Amanhã, dia 19 de novembro (terça-feira), pelas 20h30, terá lugar, no Cineteatro D. João V, a Gala do Desporto, evento promovido anualmente pela Câmara Municipal da Amadora com o objetivo de distinguir e premiar os agentes com percursos e resultados desportivos de mérito e dignos de destaque, alcançados durante a época desportiva de 2023/2024.

Esta iniciativa, além de exortar a importância do desporto em todas as suas vertentes e dimensões, pretende ser um momento de reconhecimento público do trabalho desenvolvido pelos agentes desportivos do Município da Amadora - clubes, escolas ou outras instituições, atletas, técnicos, professores, dirigentes - integrados nos quadros competitivos do Desporto Federado (federações com estatuto de utilidade pública desportiva), Desporto Universitário, Desporto Escolar e Desporto Adaptado, que ao longo da sua vida e em particular em cada época, tenham tido um papel preponderante no panorama desportivo municipal, nacional e internacional, nomeadamente, tenham obtido classificações/resultados desportivos de excelência ou desenvolvido um trabalho de relevo e, desta forma, elevado o nome da Amadora.

Janice Silva (futsal) e Rui Pinto (atletismo) serão os grandes homenageados da noite e receberão o Prémio Prestígio "Amadora Desporto" 2024.

O município da Amadora irá reconhecer ainda o desempenho de um conjunto alargado de atletas, com a atribuição dos seguintes prémios:

 

Troféu “Amadora Desporto”

A atribuir a agentes com títulos nacionais ou internacionais conquistados.

 

Prémios de Distinção – Troféus de Distinção “Amadora Desporto”

– a concurso para os seis Troféus Amadora Desporto, estão os agentes com percurso desportivo de realce nas seguintes categorias:

- Amadora Desporto Esperança Feminina 2024;

- Amadora Desporto Esperança Masculina 2024;

- Amadora Desporto Atleta Feminina 2024;

- Amadora Desporto Atleta Masculino 2024;

- Amadora Desporto Equipa 2024;

- Amadora Desporto Treinador 2024.

 

Menção Honrosa

Destina-se a premiar atletas ou outros agentes desportivos com ligação à Amadora que desenvolvem a sua atividade desportiva em clubes do exterior e que obtiveram resultados de excelência, na época transata à realização da Gala do Desporto.

Esta iniciativa conta com o apoio técnico da AGC- Amadora Gimno Clube.

Sobre os homenageados | Prémio Prestígio "Amadora Desporto" 2024

 

Janice Silva

Nasceu na Amadora a 12 de junho de 1997 e é uma jogadora de futsal internacional portuguesa que joga na posição de ala.

Começou por jogar na sua cidade da Amadora pelo Clube Atlético de São Brás na época 2009/2010, tendo se transferido para o Sport Lisboa e Benfica ainda com idade júnior.

Desde o escalão júnior até à equipa principal representou o Sport Lisboa e Benfica durante 10 temporadas, tendo realizado mais de 200 jogos oficiais.

Durante a sua primeira passagem pelo clube da luz, foi campeã Nacional 6 vezes consecutivas, tendo marcado mais de 200 golos em jogos oficiais.

Na temporada 2021/2022, transfere-se para Itália, para representar o Città di Falconara Futsal, onde venceu todos os títulos em competição (Campeonato Nacional, Taça Italiana e Supertaça Italiana).

Na temporada (2022/2023), regressou ao Sport Lisboa e Benfica, onde se sagrou campeã Nacional nas épocas 2022/23 e 2023/24.

Já esta época venceu a Supertaça de Portugal ao serviço do Sport Lisboa e Benfica batendo na final a equipa do Torrense.

Teve a sua primeira internacionalização no dia 19 de novembro de 2015, no jogo particular contra o Irão, sendo que representou a seleção Nacional de Futsal em 81 jogos e marcado 45 golos.

Participou nos recentes campeonatos da Europa de 2020, 2021 e 2023, tendo alcançado o brilhante 2º lugar no Europeu de 2022, realizado em Gondomar.

Representou a seleção Nacional de Futsal igualmente no Mundial de 2015 realizado na Guatemala.

 

Rui Pinto

Nasceu a 18 de novembro de 1975.

Rui Filipe Ferreira Pinto, o mais jovem (22 anos) campeão de Portugal de corta-mato das últimas cinco décadas (desde Anacleto Pinto em 1966), vinha somando títulos nacionais da especialidade desde os juvenis (2009), passando pelos

juniores (2010 e 2011) e sub’23 (2013 e 2014). Até que, em 2015, ganhou os crosses longo e curto, confirmando as qualidades que há muito se lhe viam e que ficaram bem espelhadas na medalha de bronze conquistada no Europeu de Juniores de 2010.

Aos 14 anos, depois de várias vitórias em campeonatos escolares, seguiu as pisadas de um colega que já praticava no clube e começou a somar êxitos e depressa esqueceu o futebol, que jogava como médio de uma equipa de Felgueiras, a

sua terra. No seu primeiro ano a sério, foi logo vice-campeão nacional de juvenis de corta-mato, e depois, na pista, chegou a campeão nacional de juvenis e juniores de 3000 m.

Nos anos seguintes, continuou a dominar por completo as provas de corta-mato e pista dos seus escalões. A nível internacional, foi o melhor europeu (9º) nos 1500 m do Campeonato do Mundo de Juvenis de 2009 e confirmou-o logo a seguir ao ganhar a prova no Festival Olímpico da Juventude Europeia, um autêntico Campeonato da Europa de Juvenis. E, com idade de juvenil, foi 6º no escalão de juniores do europeu de corta-mato (em 2009), chegando no ano seguinte à

medalha de bronze.

Em 2011, ingressa no Benfica e, nessa mesma altura passou a ser treinado no Porto, pelo prof. Paulo Colaço. Interrompeu os estudos (no 11º ano), passando a dedicar-se em exclusivo ao atletismo.

Regressou a plano de evidência no Nacional de corta-mato, que voltou a ganhar, dois anos após a estreia. E na pista bateu os recordes pessoais de 1500 e 5000 m.

Rui Pinto, venceu cinco vezes (quatro consecutivas) a Corrida de São Silvestre da Amadora, sendo distinguido com um troféu “Rui Pinto”, tendo sido o primeiro atleta a consegui-lo.

Enquadrado nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Fonte: Câmara Municipal Amadora