domingo, 14 de julho de 2024

“Desporto: Portugal bate Suécia e é 11.º no europeu feminino de basquetebol de sub-20”


Por: PFO

Fonte: Lusa

A seleção portuguesa de basquetebol feminina de sub-20 fechou hoje no 11.º lugar a Divisão A do Campeonato da Europa da categoria, ao bater a Suécia por claros 70-53, em Vílnius, na Lituânia.

Na Jeep Arena, a formação das ‘quinas’, que já tinha garantido a manutenção na divisão principal, superiorizou-se às escandinavas em todos os quartos (19-11, 24-21, 14-12 e 13-9), num jogo que já tinha bem encaminhado a meio (43-32).

Gabriela Falcão, com 19 pontos, oito ressaltos e três assistências, destacou-se na seleção lusa, secundada por Fatumata Djaló, com 11 pontos, Laura Silva, com nove, Maria Inês Neto, com oito, e Leonor Peixinho Neves, com sete.

Na formação sueca, que acabou no 12.º lugar, a melhor foi Tilda Trygger, com 10 pontos e 14 ressaltos.

“Saúde: Dor crónica, como compreender e tratar o sofrimento constante?”


Por: Armando Barbosa, médico anestesiologista e diretor da Paincare

 

A dor crónica é uma condição que afeta cerca de 3 milhões de portugueses. Destes, 50% enfrentam alterações significativas em suas vidas devido à dor. Mas o que exatamente caracteriza a dor crónica e como podemos melhorar a qualidade de vida daqueles que sofrem com dores persistentes?

 

O papel da dor

A dor desempenha um papel crucial em nosso organismo, servindo como um alerta. O nosso corpo deteta estímulos nocivos por meio de sensores especiais chamados nociceptores. Esses sensores são capazes de identificar estímulos térmicos (como queimaduras), mecânicos (como pancadas) ou químicos (como a queimadura causada por um produto químico).

Os estímulos captados pelos nociceptores são transformados em impulsos elétricos, que viajam pelos neurônios até alcançar o cérebro, é aí que essa informação se espalha por diversas áreas relacionadas à sensação, cognição, emoções e memória. A dor é o resultado desse processo complexo, sendo fundamental para nossa sobrevivência. Sem a capacidade de sentir dor, não conseguiríamos proteger adequadamente nosso corpo.

 

A natureza da dor crónica

A dor crónica funciona como um alarme persistente no nosso sistema. Imagine o alarme de uma casa que dispara aleatoriamente ou de forma contínua, mesmo quando não há perigo real. Nesse cenário, o alarme perde sua função original de nos alertar sobre riscos e perigos iminentes. O mesmo ocorre com a dor crónica: ela deixa de ser apenas um aviso de outra doença e passa a ser o próprio problema.

 

Em resumo

Dor Aguda: Surge em resposta a uma lesão tecidual e é limitada no tempo. Após a cura da lesão, a dor cessa. Exemplos incluem fraturas, queimaduras e dor pós-operatória.

Dor Crónica: Persiste além do período de reparação dos tecidos ou está associada a doenças crónicas. Exemplos incluem artrite, artrose, fibromialgia e dor lombar inespecífica.

O tratamento interdisciplinar desempenha um papel crucial na melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem com dor crónica. Com abordagens médicas, psicológicas e fisioterapêuticas, podemos ajudar a aliviar o sofrimento constante e restaurar o bem-estar.

Fonte: Sapo on-line

“Desporto: Histórica Filipa Martins supera lesões e aponta à final em Paris2024”


Por: SIF // AMG

Fonte: Lusa

A portuguesa Filipa Martins vai participar pela terceira vez nos Jogos Olímpicos quando competir em Paris2024, de olho na final do concurso completo na ginástica artística após batalhar contra lesões e por carreiras mais longas na modalidade.

Aos 28 anos, a ginasta natural do Porto vai igualar o ‘tri’ de Ana Rente, no trampolim, em Pequim2008, Londres2012 e Rio2016, e de Esbela da Fonseca, em Roma1960, Tóquio1964 e México1968.

A presença na capital francesa vai engrossar a lista de feitos de Martins, que tem um movimento homónimo inscrito no Código oficial, um marco inédito para Portugal na ginástica, depois de já ter sido a primeira numa final de Europeu, nas paralelas assimétricas, em 2021.

O 21.º lugar, e quarto entre atletas sem quota para Paris2024, nos Mundiais de 2023, na final de ‘all around’, garantiu o bilhete tão desejado num ciclo marcado por lesões e problemas físicos, que espera debelados.

“Temos tido várias competições a correr bastante bem. Estamos contentes com o percurso até aqui, estamos no bom caminho. Está perto, mas ainda falta um bocadinho. Estamos ansiosos, mas a viver um dia de cada vez e dar o nosso melhor”, explica, em entrevista à Lusa na Maia, onde treina.

O “nós” do seu discurso diz respeito ao trabalho que faz com a sua equipa, encimada pelo treinador José Ferreirinha, para se manter ao mais alto nível ao longo de “muitos anos de treino e de impactos”, algo que nesta idade “é sempre um bocadinho mais difícil, com demasiada sobrecarga”.

“Não tenho nenhuma lesão específica, [mas] tenho lesões crónicas de demasiado treino, demasiados anos, demasiados impactos. Tento gerir o treino por causa disso. Tenho já cinco cirurgias. Há dias que acordamos melhor e outros pior”, acrescenta.

A portuguesa congratula-se por ver a ginástica como uma modalidade de carreira “cada vez mais longa, com bastantes ginastas internacionais acima dos 25 anos”, com a portuguesa, aos 28, e a ‘superestrela’ Simone Biles, de 27, à cabeça.

“Quando eu entrei, acabava ali nos 18, 20 anos. Já se dizia que eram velhas. Temos a exceção da Oksana Chusovitina, com 49 anos ainda a praticar. Dizia ela que queria continuar até aos próximos Jogos… é sempre bom. A evolução dos aparelhos também nos permite sofrer menos um bocadinho com tantos impactos”, reflete.

Ainda assim, esperava ver agora “talvez a vida mais estruturada” e outro apoio, dadas as limitações de uma carreira no desporto em Portugal, estando também a cursar mestrado na área.

Essa longevidade, afirma, não a leva a pensar já em Los Angeles2028, porque “tem de ser um dia de cada vez”.

Mesmo que atletas queiram “sempre mais, e achem que ainda não fizeram o suficiente”, confessa já ver-se como parte da história do desporto português, até pelo efeito “muito gratificante” de ter crianças que a idolatram e seguem o seu trabalho.

O 17.º lugar histórico nas paralelas assimétricas em Tóquio2020, com um 43.º lugar no concurso completo (foi 37.ª no Rio2016), é uma fasquia para nova participação olímpica, embora esta esteja sempre condicionada à disponibilidade física.

“Depende sempre do meu corpo, hoje em dia é um bocadinho assim. Um dos principais objetivos é conseguir a final do ‘all around’, logo no dia 28 [segundo dia dos Jogos, e data da qualificação do concurso completo] saberemos. É o nosso principal objetivo. É também aproveitar mais uma experiência incrível, [porque] a última foi muito condicionada por causa da covid-19”, afirma.

Igualmente de regresso em Paris2024 está Simone Biles, a norte-americana que somou quatro ouros e um bronze no Rio2016 para, em Tóquio2020, citar problemas na saúde mental para ‘saltar’ algumas das provas, conseguindo uma prata e um bronze.

Depois de uma paragem, a norte-americana está de volta e é, desde logo, uma das principais atrações desta edição, um feito enaltecido, diz Filipa Martins, pela forma como o conseguiu.

“Só o facto de ter voltado para mais uns Jogos, querer fazer o que não conseguiu em Tóquio2020, mostra toda a garra e resiliência que tem, o querer ainda mais do que já fez. Sem ela, não será a mesma coisa, seja nuns Jogos como noutras competições”, elogia.

De resto, uma das principais referências desportivas nacionais congratula-se com o crescimento entre os mais novos numa das modalidades em que Portugal tem somado ‘pergaminhos’ nos Jogos Olímpicos, mas deixa um alerta para lacunas no apoio e nos recursos disponibilizados.

“Temos vindo a crescer cada vez mais nos escalões mais novos. Há um longo percurso pela frente, não só para atletas e treinadores, mas de coisas que precisamos para a nossa modalidade. Psicólogos, fisioterapeutas, médicos, que acompanhem os escalões mais novos, porque a nossa modalidade começa muito cedo”, aponta.

Entre as recomendações, fica uma geral, dado que “ainda falta toda uma estrutura por detrás que apoie desde mais cedo” os pequenos talentos, mesmo que tenham conseguido crescer sem isso.