sábado, 24 de maio de 2025

“5 doenças graves que podem começar na sua boca — segundo uma médica dentista”


Por: J.M.A

Foto: Freepik/katemangostar

Nos últimos anos, a prevalência de doenças crónicas tem vindo a aumentar em Portugal, segundo dados da Entidade Reguladora da Saúde. Estas são complicações que podem ter consequências graves nos doentes. Neste contexto, a saúde oral desempenha um papel fulcral, uma vez que problemas orais podem ser uma porta de entrada para doenças mais graves.

“Desenvolver hábitos de higiene oral é fundamental não só para prevenir complicações orais, como cáries dentárias, mas também para proteger todo o organismo. De facto, a saúde da boca, quando negligenciada, pode ser o ponto de partida para inflamações e infeções que se espalham pelo corpo e que podem ser mais graves. Pequenos comportamentos diários como escovar os dentes duas vezes ao dia, usar fio dentário e visitar regularmente o médico dentista podem ser mesmo a chave para prevenir certas doenças”, explica a Ana Ferro, Médica Dentista na Malo Clinic Lisboa.

A especialista partilha conhecimento sobre cinco doenças que podem surgir devido a problemas na saúde oral:

 

Doenças Cardiovasculares

 

A acumulação de placa bacteriana nas gengivas pode levar à gengivite e, em casos mais graves, à periodontite, uma inflamação que provoca a retração da gengival e a perda do osso de suporte dos dentes. Esta doença crónica permite que as bactérias entrem na corrente sanguínea, provocando a inflamação dos vasos sanguíneos e a formação de pequenos coágulos sanguíneos, que aumentam o risco de ataques cardíacos ou AVCs. A escovagem e a utilização de fio dentário são particularmente importantes para impedir a acumulação de placa bacteriana nas gengivas e dentes e, consequentemente, evitar problemas cardiovasculares.

 

Diabetes

 

A relação entre a saúde oral e a diabetes é bidirecional. Por um lado, a periodontite pode dificultar o controlo da glicemia, isto é, do açúcar no sangue, agravando a diabetes. Contudo, por outro, a falta de controlo da glicémia pode diminuir a produção de saliva, aumentando o risco de infeções orais. Para o evitar, é fundamental assegurar os hábitos de higiene oral, bem como a hidratação, que previne a secura da boca e a criação de um ambiente propício a complicações orais.

 

Cancro

 

Uma má saúde oral, especialmente doenças como a periodontite, está associada ao aumento do risco de vários tipos de cancro, incluindo o oral, da mama, da próstata e do pulmão. Isto ocorre uma vez que a inflamação crónica e a presença contínua de bactérias nocivas na boca podem desencadear respostas inflamatórias sistémicas, que favorecem o desenvolvimento de células cancerígenas. Cuidados orais diários podem ajudar a evitar o surgimento de problemas como a periodontite, prevenindo doenças como o cancro.

 

Complicações na gravidez

 

Durante a gravidez, o corpo da mulher passa por várias mudanças hormonais, que podem impactar os tecidos gengivais, causando inflamação, inchaço e sangramento das gengivas. Estas complicações podem mesmo afetar o desenvolvimento do feto, conduzindo a um parto prematuro e/ou baixo peso do bebé ao nascer. Por este motivo, idealmente antes e ao longo da gravidez é fundamental assegurar um acompanhamento constante com o médico dentista, garantindo, ao mesmo tempo, todos os cuidados orais necessários.

 

Doenças respiratórias

 

A gengivite e a periodontite permitem que certas bactérias orais entrem na corrente sanguínea ou sejam aspiradas diretamente para os pulmões, podendo agravar certas doenças respiratórias, tais como a bronquite crónica. Por outro lado, doenças respiratórias como asma, apneia do sono ou sinusite podem também afetar a saúde oral, pois aumentam o risco de cáries e mau hálito. A melhor solução para estas complicações passa por assegurar a devida prevenção, tanto da saúde oral como da saúde respiratória, de forma a promover o bem-estar geral.

Fonte: Sapo on-line Saúde

“APLICAÇÃO DA IA AO DESPORTO FOI TEMA DE SEMINÁRIO PROMOVIDO PELA C. M. DE TORRES VEDRAS”


A aplicação da inteligência artificial ao desporto e as consequências que daí advêm foi o tema de um seminário promovido pela Câmara Municipal de Torres Vedras em parceria com a Qantara Sports, o qual se realizou no passado dia 17 de maio, no Centro Pastoral de Torres Vedras.

82 participantes (nomeadamente técnicos desportivos, dirigentes desportivos, atletas, empreendedores e docentes, de entre os quais 21 professores de Educação Física inscritos pelo Centro de Formação das Escolas de Torres Vedras e Lourinhã) foram contabilizados no evento, no qual estiveram representadas 29 associações do concelho de Torres Vedras. A atividade foi conduzida por Pedro Tiago Esteves (professor no Instituto Politécnico da Guarda, membro do Sport Physical Activity and Health Research & Innovation Center, membro da Sports Tech Research Network e treinador de basquetebol) e constituiu-se como um profícuo espaço de reflexão.


A esse propósito é de salientar os quatro momentos de partilha de experiências que tiveram lugar no seminário, mais concretamente: um denominado “Inteligência Artificial e Tecnologias Emergentes na Educação Física”, que teve como oradores Elisabete Silva (doutoranda pela Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra), João Paulo Ramos (professor de Educação Física na Escola Secundária Frei Gonçalo de Azevedo e docente na Universidade Lusófona) e José Amoroso (professor no Instituto Politécnico de Leiria); um outro momento, denominado “Inteligência Artificial e Tecnologias Emergentes no Exercício da Saúde”, que teve como oradores Amândio Dias (professor na Egas Moniz School of Health & Science e fisiologista do exercício), Lúcia Gomes (professora na Universidade Lusófona e membro do Centro de Investigação em Educação Física e Saúde) e Nuno Palma (coordenador do Programa “Dove - Eu Confiante” na EPIS - Empresários Portugueses para a Inclusão Social); um momento denominado “Inteligência Artificial e Tecnologias Emergentes na Gestão do Desporto”, que teve como oradores Alan Ferreira (professor na Escola Superior de Desporto de Rio Maior e na Universidade Lusófona), César Silva (CEO da Wiremaze, dirigente e treinador de karaté), Inês Caetano (diretora da Sports Embassy) e Rui Vieira (diretor da Sport Evolution Alliance); e um último momento de partilha de experiências, denominado “Inteligência Artificial e Tecnologias Emergentes no Treino Desportivo”, que teve como oradores Miguel Saraiva (coordenador da área de Observação e Análise da Academia Cristiano Ronaldo), Nuno Mateus (membro integrado do Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano e professor universitário) e Pedro Siqueira (presidente da Confederação de Treinadores de Portugal).

De realçar do programa do seminário “Inteligência Artificial e Desporto: (r)evolução e desafios” também as duas conferências proferidas: uma, com a mesma designação do evento, que esteve a cargo de Juanma Murua (consultor na Murua | Sport Innovation); e uma outra, intitulada “Inteligência Artificial, Treino desportivo e Performance”, levada a cabo por Nuno Mateus.

Ainda no âmbito da atividade houve lugar à apresentação do projeto “Employment@Sport” (o qual está a decorrer no concelho de Torres Vedras durante 2025), que foi efetuada por Rui Vieira, bem como de três empresas portuguesas a desenvolver trabalho no contexto da inteligência artificial e desporto: Edynamics, PERFUT e Courtmaster.

A terminar o seminário, Pedro Tiago Esteves apresentou as principais conclusões decorrentes da partilha de conteúdos e das reflexões efetuadas no seu decorrer, como os factos de: a inteligência artificial aplicada ao desporto estar a promover um aumento exponencial de dados e uma hiperespecialização, o que deve ser contraposto por um pensamento holístico e crítico; a inteligência artificial ter um grande potencial para fazer crescer a respetiva economia associada ao desporto; ser necessário constituir redes para refletir sobre as implicações da acelerada aplicação da inteligência artificial ao desporto; e a inteligência artificial demonstrar que a aprendizagem na área da gestão desportiva ser necessariamente contínua.

Citando as palavras proferidas pela vereadora da Câmara Municipal de Torres Vedras, Dulcineia Ramos, na sessão de abertura do evento, poder-se-á acrescentar que: “A inteligência artificial não vem para apagar o que é humano no desporto - pelo contrário: vem para amplificar o esforço, a superação, o espírito de equipa, a resiliência e nada, mas nada, alguma vez pode substituir o toque ou um abraço de vitória ou conforto. Ela permite-nos ver mais, prever melhor e decidir com mais informação”.

Fonte: Câmara Municipal Torres Vedras