sábado, 20 de abril de 2024

“Saúde: Solidão: a doença esquecida dos idosos"


Por: Joana Vaz*

“O intervalo de tempo entre a juventude e a velhice é mais breve do que se imagina. Quem não tem prazer ao penetrar no mundo dos idosos não é digno da sua juventude (…) o ser humano morre quando, de alguma forma, deixa de se sentir importante”.

Envelhecer traduz um processo inevitável e, infelizmente, associado a uma imagem de perda de autonomia e maior vulnerabilidade. Ser velho comporta ter doenças, ficar doente e acima de tudo sentir-se doente. Perante esta imagem, muitos idosos sentem que “são um peso” para os seus familiares e pouco úteis para a sociedade.

Relativamente aos dados existentes e reportados pelo SNS, cerca de 26,8% dos adultos com mais de 85 anos expressam sentimentos de solidão, sendo esta percentagem maior em indivíduos viúvos ou solteiros. De acordo com a Operação “Censos Sénior 2023” da GNR, mais de 44.000 idosos portugueses vivem sozinhos e/ou isolados, ou em situação de vulnerabilidade, em razão da sua condição física, psicológica.

A solidão entre os idosos é um tema de grande relevância, pois reflete não apenas um estado emocional, mas também uma questão social e de saúde. À medida que as pessoas envelhecem enfrentam mudanças significativas nas suas vidas, como a perda de cônjuges, amigos e familiares, o fim da vida profissional e até mesmo o aparecimento de doenças, condicionando menor mobilidade física. Estes fatores podem contribuir para um aumento do isolamento social e da solidão entre os idosos.

Um dos principais desafios enfrentados pelos idosos é a perda de redes sociais e de apoio. À medida que os amigos e familiares envelhecem, morrem ou se afastam, os idosos podem ver-se cada vez mais isolados, com poucas oportunidades de interação social significativa. Sabemos que existem idosos em cidades que vivem sozinhos em prédios sem elevador, em situação de dependência física, ficando completamente isolados e sós. Existem algumas respostas para alimentação, higiene nestes idosos, mas faltam respostas para o isolamento social e solidão.

Mesmo quando estes idosos recorrem aos recursos de saúde, a institucionalização não pode ser a única opção uma vez que acarreta outras questões como desenraizamento, alteração de rotinas/regras.

A solidão não afeta apenas o bem-estar emocional, mas também contribui para consequências negativas na saúde física. A solidão associa-se a maior risco de depressão, ansiedade, patologia cardiovascular, défice cognitivo e aumento de mortalidade. Por outro lado, conduz a hábitos menos saudáveis como dieta inadequada e sedentarismo.

É necessário reconhecer a solidão entre os idosos como um problema e de que existem maneiras de ajudar a mitigá-la. Iniciativas comunitárias, como grupos de apoio, centros de atividades e programas de voluntariado, podem proporcionar oportunidades de interação social e apoio emocional. Ao fazer isso, podemos ajudar a garantir que os idosos desfrutem de uma melhor qualidade de vida, se sintam novamente importantes e integrados nas suas comunidades.

* “Artigo de opinião internista na ULSM e vice-presidente da AMIDI, sobre a solidão muitas vezes associada aos idosos”.

Fonte: Saúde Online

“Desporto: Ginasta Filipa Martins sexta na final da trave da Taça do Mundo de Doha”


Por: RBA // AMG

Fonte: Lusa

Foto: Facebook Filipa Martins

A ginasta olímpica portuguesa Filipa Martins terminou hoje em sexto lugar a final da trave da Taça do Mundo por aparelhos do Qatar, um dia após ter sido quarta nas paralelas assimétricas em Doha.

Depois de ter sido terceira na qualificação, com 12.933 pontos, a ginasta lusa esteve uns furos abaixo na final de oito competidoras, que concluiu com 12.366 pontos (4.9 na dificuldade e 7.466 na execução).

Se a portuguesa mantivesse a pontuação das eliminatórias, teria sido bronze na prova decisiva ganha pela ucraniana Anna Lashchevska, com 13.533, seguida da argelina Kaylia Nemour, com 13.400, e da italiana Chiara Barzasi, com 12.900.

Filipa Martins vai competir no concurso completo (‘all around’) de Paris2024, no que serão os seus terceiros Jogos Olímpicos, depois do Rio2016 e Tóquio2020.

“Desporto: Pichardo realça que "é bom estar de volta" após garantir mínimos”


Por: DN (PFO) // AMG

Fonte: Lusa

Foto: FPA

O atleta português Pedro Pichardo, que ganhou hoje o triplo salto do 'meeting' de Xiamen, na China, da Liga Diamante, apurando-se para os Jogos Olímpicos Paris2024, destacou a sua satisfação com o feito após longa ausência da competição.

"É bom estar de volta. Depois de alguns meses (11) afastado das competições e com a aposentadoria à porta, estou de volta", assinalou o campeão olímpico em título na sua conta da rede social Instagram.

Pichardo começou o concurso de triplo salto em Xiamen com um salto de 17,38 metros, garantindo desde logo os mínimos para os Jogos Olímpicos Paris2024, e, no último, ainda melhorou, conseguindo 17,51.

“Obrigado, sempre à minha família pelo apoio. A minha mãe, a minha esposa, as minhas filhas, a minha sobrinha, meus amigos, amo-vos muito", assinalou, deixando ainda agradecimentos à sua equipa, que "sempre acreditou" e lhe deu "forças" para ficar no desporto.

Em litígio com o Benfica e com problemas físicos, o campeão olímpico do triplo salto não competia desde 05 de maio de 2023.

Pedro Pichardo agradeceu ainda aos patrocinadores, à Federação Portuguesa de Atletismo, ao Comité Olímpico de Portugal e ao Município de Setúbal.

Pichardo conseguiu juntar-se hoje à missão lusa para Paris2024, que conta agora com 41 atletas.

O atleta do Benfica, de 30 anos, nascido em Santiago de Cuba, vai poder defender na capital francesa o título conquistado há três anos, na edição Tóquio2020, quando 'pulou' 17,98, marca que ainda é recorde de Portugal.

Em representação da seleção lusa, Pichardo foi ainda campeão do Mundo e da Europa, em 2022, duas vezes campeão da Europa em pista coberta, em 2021 e 2023, e vice-campeão mundial em pista coberta, em 2022.

Pedro Pablo Pichardo, que representou Cuba até 2015, tem como recorde pessoal no triplo 18,08 metros, conseguidos em 28 de maio de 2015, em Havana.