Por: Centro Nacional Cultura
Comece este passeio pelo local
cimeiro de Palmela: o Castelo. Aqui, poderá relembrar locais com história e
descobrir este valioso conjunto monumental.
Ao descer do castelo para a
vila, espreite o miradouro do lado direito e vislumbre uma paisagem intensa de
cor verde, das serras de S. Luís, Louro e Arrábida, com o Rio Sado, no fundo, a
completar este idílico quadro.
A posição geográfica do núcleo
fortificado do castelo permite-lhe uma visualização estratégica de parte do
estuário sadino, de uma vertente da cordilheira da Arrábida e, também, das
planícies envolventes que a separam do Tejo – o que, noutros tempos, se revestia
da maior importância pelas ligações e possibilidades de comunicação que se
estabeleciam com os castelos circundantes das linhas do Tejo e do Sado.
Dentro das muralhas do Castelo
encontrará: a Pousada Histórica de Palmela situada no antigo convento; a Igreja
de Santiago - monumento nacional; as ruínas da Igreja de Sta. Maria - a
sacristia foi recuperada para albergar o Gabinete de Estudos da Ordem de
Santiago; um Posto de Turismo; um auditório; loja de artesanato e vinhos.
Integrado no Museu Municipal
encontram-se vários espaços de arqueologia, um espaço de transmissões militares
e a reserva visitável de escultura de São Tiago.
Da importância adquirida ao
longo dos tempos, o castelo chega aos nossos dias revitalizado e reabilitado
arquitetonicamente, oferecendo uma nova dinâmica cultural e turística. Descubra
os contornos da paisagem e um conjunto de espaços que lhe sugerem prolongados e
inesquecíveis passeios intemporais.
Centro
Histórico
Depois, se descer até à Vila
irá descobrir no Largo do Município a Igreja de São Pedro. A origem da sua
fundação é desconhecida, embora existam algumas referências documentais que
referem o ano de 1320. Pensa-se, no entanto, que a Igreja seja mais antiga. O
atual edifício data da 2ª metade do século XVI sendo António Rodrigues,
arquiteto de El Rei D. Sebastião, o seu autor. O interior da igreja é composto
por três naves com colunas toscanas. Nas paredes, datando do século XVIII,
existe um conjunto de notáveis azulejos historiados com cenas da vida de São
Pedro. Na capela-mor, também revestida com azulejos, existe um bom conjunto de
telas setecentistas. A campanha de obras do reinado de D João V foi motivada
pela destruição do interior da igreja, devido ao incêndio do dia 17 de Abril de
1713. Também o terramoto de 1755 destruiu a fachada principal, tendo-se a sua
reconstrução sido prolongada até finais do século XVIII.

O edifício dos Paços do
Concelho, ali bem ao lado da Igreja de São Pedro, é outro dos monumentos de
destaque situados no largo. Presumivelmente datado do século XVII, sofreu ao
longo dos anos várias intervenções. O Salão Nobre serviu como tribunal no século
XVIII e, poucos anos após o terramoto de 1755, julga-se que aí funcionaram o
Tribunal, a Câmara, o Açougue e a Prisão. Entre 1927-28, após a restauração do
Concelho, o edifício foi alvo de uma campanha de obras, que o adaptou para a
instalação de repartições públicas.
Localizado nas imediações dos
Paços do Concelho encontramos o Pelourinho, construído primeiramente em 1645,
que simboliza a justiça local que muitas vezes aí era ministrada. A revolução
liberal considerou os pelourinhos como um símbolo de opressão e muitos foram
destruídos, não tendo escapado o de Palmela. O monumento atual foi depois
reconstruído em fevereiro de 1907 e está atualmente classificado como monumento
nacional.
No mesmo largo podemos
encontrar a Igreja da Misericórdia, edifício setecentista de uma só nave com
azulejos do século XVII.
Ao lado da Igreja encontra-se
o antigo Hospital do Espírito Santo, integrado na Misericórdia e provavelmente
seu antecedente, cujo atual edifício data do século XVIII.
De seguida, inicie a descida
por entre casario típico caiado e com varandas e lanternas de ferro. Este é o
coração da vila, com vielas entrecortadas por escadarias.
Passando pelo Largo do Mercado
Municipal vire na Rua do Passadiço com uma buganvília enrolada no arco que
atravessa a rua. Prossiga pela Rua Contra-Almirante Jaime Afreixo e pelo Largo
Marquês de Pombal com um chafariz ao centro. Continuando a descer as ruas com o
casario típico, que foi crescendo acompanhando a morfologia do terreno,
chegamos ao Chafariz D Maria I, construção do século XVIII com as armas desta
Rainha ladeadas pelas antigas armas de Palmela.
A Vila de Palmela não é
amuralhada, sendo apenas o Castelo o seu local de proteção. Mas não é por este
facto que não existem «entradas» no burgo. Assim, o Chafariz D. Maria –
denominado desta forma por ter sido construído sob a sua proteção e patrocínio –,
é a uma verdadeira "porta grande" e símbolo de Palmela. O atual
chafariz, construído em 1792 a pedido de governantes locais, nobreza e povo
veio substituir um outro, mais modesto e arruinado, mandado fazer em meados do
século XVI por D. Jorge de Lencastre.
Inicie a subida pelo íngreme
Jardim Joaquim José Carvalho – uma das personagens de maior relevo na
restauração do concelho – e descanse no Largo São João. Aqui poderá ver a
Capela de S. João Baptista, datada do século XVII, e o Coreto da Sociedade
Filarmónica Humanitária, da autoria de Salvador Augusto Camolas, construído em
1924 e que apresenta uma decoração típica da época.
Numa das ruas transversais ao
Largo São João, mais precisamente na Rua General Amílcar Mota, aprecie um
conjunto de casas de habitação de inícios do século XX que apresentam fachadas
de notável plasticidade e decoração, com revestimentos exteriores de painéis de
azulejos nos coroamentos e paramentos em ladrilho cerâmico vidrado.
De volta ao Largo, visite o
Cineteatro São João, um dos ex-libris de Palmela, inaugurado em 26 de julho de
1952 com o filme "As aventuras de D. Juan" e a revista alemã
"Que pernas ela tem". Nasceu assim, em Palmela, uma das mais categorizadas
casas de espetáculo fora dos grandes centros urbanos, mandada construir por
Humberto da Silva Cardoso para "engrandecimento de Palmela".
O arquiteto Wily Braun, o
engenheiro Pedro Cavalleri Martinho e António Ventura, encarregado da
construção, confirmaram os seus méritos profissionais, dando corpo a um
edifício harmonioso, sóbrio, com amplos espaços interiores, uma sala de
espetáculos espaçosa, recheada de pormenores decorativos. Nos dias de hoje tem
tido uma dinâmica utilização, quer para espetáculos de teatro e dança, quer
para concertos de música e exposições.
É, também, neste Largo central
da vila que têm lugar alguns dos espaços mais nobres da Festa das Vindimas - o
maior certame do concelho. Dedicadas à vinha, ao vinho e a todos os que se
dedicam ao cultivo dos campos, estas Festas contam com momentos de grande
tradição, como a Eleição da Rainha das Vindimas, a Pisa da Uva e Bênção do 1º
Mosto, o Cortejo dos Camponeses ou os Cortejos Alegóricos. A fruta, a
gastronomia, os espetáculos, as provas desportivas, a animação, a feira e,
claro, os excelentes vinhos da região, completam o leque de propostas.
Para terminar esta visita pelo
centro histórico de Palmela, visite a Casa Mãe da Rota de Vinhos, aproveitando
para apreciar os bons vinhos da região.