Arena da morte de Roma
O Coliseu foi inicialmente
construído pelo imperador Vespasiano para agradar à cidadania inquieta após o
reinado de Nero. Foi construído para realizar jogos de gladiadores, batalhas
entre homem e animais e para outros espetáculos públicos, incluindo execuções
públicas
O Coliseu é uma das estruturas
mais magníficas da história romana.
O palácio do Imperador Nero estava anteriormente localizado onde este edifício está localizado.
O palácio ostentoso e a
extravagância de Nero causaram rebelião pública. Após a morte de Nero, guerras
sangrentas eclodiram na cidade e o palácio foi queimado e destruído.
O imperador seguinte, Vespasião, mandou construir este anfiteatro no mesmo local onde se situava o palácio, para conquistar o favor das pessoas que passavam por momentos difíceis, para que pudessem divertir-se e passar bons momentos.
O nome do Teatro era na
verdade Anfiteatro Flaviano. Seu nome atual vem de uma estátua colossal que
Nero construiu para si mesmo nos anos seguintes.
No anfiteatro construído entre
72-80 dC, ocorreram lutas de gladiadores e animais selvagens, e foram recriadas
demonstrações públicas de batalhas.
Diz-se até que as batalhas navais foram recriadas com réplicas de barcos, reabastecido pela água do rio.
A
capacidade do teatro chega a 80 mil pessoas
Coliseu (em italiano:
Colosseo), também conhecido como Anfiteatro Flaviano (em latim: Amphitheatrum
Flavium; em italiano: Anfiteatro Flavio), é um anfiteatro oval localizado no
centro da cidade de Roma, capital da Itália. Construído com tijolos revestidos
de argamassa e areia, e originalmente cobertos com travertino é o maior
anfiteatro já construído e está situado a leste do Fórum Romano.
A construção começou sob o governo do imperador Vespasiano em 72 d.C. e foi concluída em 80 d.C., sob o regime do seu sucessor e herdeiro, Outras modificações foram feitas durante o reinado de Domiciano (81-96). Estes três imperadores são conhecidos como a dinastia flaviana e o anfiteatro foi nomeado em latim desta maneira por sua associação com o nome da família (Flavius).
O Coliseu poderia abrigar, estima-se, entre 50 mil e 80 mil espectadores, com uma audiência média de cerca de 65 mil pessoas. O edifício era usado para combates de gladiadores e espetáculos públicos, tais como simulações de batalhas marítimas (em um curto período de tempo como o hipogeu era inundado através de mecanismos de apoio), caças de animais selvagens, execuções, encenações de batalhas famosas e dramas baseados na mitologia clássica. O prédio deixou de ser usado para entretenimento na era medieval. Mais tarde foi reutilizado para vários fins, tais como habitação, oficinas, sede de uma ordem religiosa, uma fortaleza, uma pedreira e um santuário cristão. Em 2007, o monumento foi eleito informalmente como uma das sete maravilhas do mundo moderno.
Embora parcialmente arruinado
por causa de danos causados por terremotos e saques, o Coliseu é ainda um
símbolo da Roma Imperial. É uma das atrações turísticas mais populares da
capital italiana e tem também conexões com a Igreja Católica Romana, pois, a
cada Sexta-feira Santa, o Papa guia a Via Crúcis que começa na área em torno do
Coliseu. O Coliseu também é retratado na versão italiana da moeda de 5 cêntimos
de euro.
Nome
O nome original do Coliseu de
Roma era Anfiteatro Flávio ou Flaviano (em latim, Amphitheatrum Flavium), tendo
sido construído no reinado dos imperadores da Dinastia Flaviana, após o governo
do imperador Nero. Curiosamente, este nome não foi exclusivo do Coliseu, visto
que Vespasiano e Tito haviam construído um anfiteatro que portou o mesmo nome,
na cidade de Pozzuoli, na província de Nápoles. O nome Anfiteatro Flavio é empregue
ainda hoje, embora seja mais popularmente conhecido como Coliseu de Roma.
A sua designação de
"Coliseu" começou a difundir-se a partir do século VIII, o qual se
crê que tenha sido devido a uma grande estátua de Nero, que se encontrava perto
do edifício, na Casa Dourada, conhecida popularmente como o Colosso de Nero. Este
fato pode ter sido a razão pela qual o anfiteatro de Roma tenha adotado o nome
de Coliseu. Essa dita estátua foi destruída provavelmente para reciclagem do
seu bronze. Apenas a sua base chegou aos nossos dias, e pode ser vista entre o
anfiteatro e o Templo de Vénus e Roma.
História
Mapa do centro de Roma Antiga
durante o Império Romano, com o Coliseu a nordeste, fora do núcleo urbano, no
canto superior direito.
Maquete
do Coliseu durante seu auge
O Coliseu de Roma foi
construído entre 72 d.C e 80 d.C. Iniciado por Vespasiano (69 a 79 d.C.), mais
tarde foi inaugurado por Tito (79 a 81 d.C.), embora apenas tivesse sido
finalizado poucos anos depois. Empresa colossal, este edifício, inicialmente,
poderia sustentar no seu interior cerca de 50 000 espectadores, em três
andares. Durante o reinado de Alexandre Severo e Gordiano III, foi ampliado com
um quarto andar podendo abrigar então cerca de 90 000 espectadores. Finalmente
foi concluído por Domiciano (81 a 96 d.C.), filho de Vespasiano e irmão mais
novo de Tito.
Construção
A construção começou sob ordem
de Vespasiano numa área que se encontrava no fundo de um vale entre as colinas
de Célio, Esquilino e Palatino. O lugar fora devastado pelo Grande incêndio de
Roma do ano 64, durante a época de governo do imperador Nero, e mais tarde
havia sido reurbanizado para o prazer pessoal do imperador com a construção de
um enorme lago artificial, da Casa Dourada (em latim: Domus Aurea), situada num
complexo de uma villa e de uma colossal estátua de si mesmo.
Vespasiano, fundador da
dinastia Flaviana, decidiu aumentar o moral e auto-estima dos cidadãos romanos
e também cativá-los com uma política de pão e circo,demolindo o palácio de Nero
e construindo uma arena permanente para espetáculos de gladiadores, execuções e
outros entretenimentos de massas. Vespasiano começou a sua própria remodelação
do lugar entre os anos 70 e 72, possivelmente financiada com os tesouros
conseguidos depois da vitória romana na Grande Revolta Judaica, no ano 70.
Drenou-se o lago e o lugar foi designado para o Coliseu. Reclamando a terra da
qual Nero se apropriou para o seu anfiteatro, Vespasiano conseguiu dois objetivos:
Por um lado realizava um gesto muito popular e por outro colocava um símbolo do
seu poder no coração da cidade. Mais tarde foram construídos uma escola de
gladiadores e outros edifícios de apoio dentro das antigas terras da Casa
Dourada, a maior parte da qual havia sido derrubada.
Embora em ruínas, o Anfiteatro
Flávio, conhecido popularmente como Coliseu, ergue-se como símbolo de Roma.
Vespasiano morreu mesmo antes
do Coliseu ser concluído. O edifício tinha alcançado o terceiro piso e Tito foi
capaz de terminar a construção tanto do Coliseu como dos banhos públicos
adjacentes (que são conhecidos como as Termas de Tito) apenas um ano depois da
morte de Vespasiano. A grandeza deste monumento testemunha verdadeiramente o
poder e esplendor de Roma na época dos Flávios.
Jogos
inaugurais do Coliseu
Os jogos inaugurais do Coliseu
tiveram lugar no ano 80, sob o mandato de Tito, para celebrar a finalização da
construção. Depois do curto reinado de Tito começar com vários meses de
desastres, incluindo a erupção do Vesúvio de 79, um incêndio em Roma em 64 e um
surto de "peste", o mesmo imperador inaugurou o edifício com jogos
pródigos que duraram mais de cem dias, talvez para tentar apaziguar o público
romano e os deuses. Nesses jogos de cem dias teriam ocorrido combates de
gladiadores, "venationes", lutas de animais, execuções, batalhas
navais, caçadas e outros divertimentos numa escala sem precedentes.
Usos naumaquia
Os espetáculos de naumaquia
podem ter acontecido no anfiteatro.
Durante os primeiros dias do
Coliseu, escritores antigos registaram que o edifício era usado para naumachiae
(mais propriamente conhecido como navalia proelia) ou simulações de batalhas
navais. Relatos dos jogos inaugurais realizados por Tito no ano 80 descrevem-no
sendo cheio de água para uma exibição de cavalos e touros especialmente
treinados para nadar. Há também um relato de uma reencenação de uma famosa
batalha naval entre os gregos corcireus (de Corfu) e os coríntios. Isso tem
sido objeto de algum debate entre os historiadores; embora o fornecimento de
água não fosse um problema, não está claro como a arena poderia ter sido
impermeabilizada, nem haveria espaço suficiente na arena para os navios de
guerra se movimentarem. Tem sido sugerido que os relatórios têm a localização
errada ou que o Coliseu originalmente apresentava um amplo canal inundável em
seu eixo central (que mais tarde seria substituído pelo hipogeu).
Espetáculos
"Pollice Verso" por Jean-Léon Gérôme, 1872
"A
última prece dos mártires cristãos", por Jean-Léon Gérôme (1883)
No Coliseu eram realizados
diversos espetáculos, com os vários jogos realizados na urbe. Os combates entre
gladiadores, chamados munera (plural de munus). Gladiadores, escravos, não eram
pagos, mas os vencedores recebiam um laurel, premio monetário e doações da plateia.
Outro tipo de espetáculos era
a caça de animais, ou venatio, onde eram utilizados animais selvagens
importados de África. Os animais mais utilizados eram os grandes felinos como
leões, leopardos e panteras, mas animais como rinocerontes, hipopótamos, elefantes,
girafas, crocodilos e avestruzes eram também utilizados. As caçadas, tal como
as representações de batalhas famosas, eram efetuadas em elaborados cenários
onde constavam árvores e edifícios amovíveis. Estas últimas eram por vezes
representadas numa escala gigante; Trajano celebrou a sua vitória em Dácia no
ano 107 com concursos envolvendo 11 000 animais e 10 000 gladiadores no
decorrer de 123 dias.
A arena era como um grande
palco, feito de madeira, e se chama arena, que em italiano significa areia,
porque era jogada areia sob a estrutura de madeira para esconder as
imperfeições. Os animais podiam ser inseridos nos duelos a qualquer momento por
um esquema de elevadores que surgiam em alguns pontos da arena; o filme
"Gladiador" retrata o funcionamento dos elevadores. Os estudiosos, há
pouco tempo, descobriram uma rede de dutos inundados por baixo da arena do
Coliseu. Acredita-se que o Coliseu foi construído onde, outrora, foi o lago do
"Palácio Dourado de Nero"; O imperador Vespasiano escolheu o local da
construção para que o mal causado por Nero fosse esquecido por uma construção
gloriosa.
Sylvae, ou recreações de cenas
naturais eram também realizadas no Coliseu. Pintores, técnicos e arquitetos
construiriam simulações de florestas com árvores e arbustos reais plantados no
chão da arena. Animais seriam então introduzidos para dar vida à simulação.
Esses cenários podiam servir só para agrado do público ou como pano de fundo
para caçadas ou dramas representando episódios da mitologia romana, tão
autênticos quanto possível, ao ponto de pessoas condenadas fazerem o papel de
heróis onde eram mortos de maneiras horríveis, mas mitologicamente autênticas,
como mutilados por animais ou queimados vivos. Embora o Coliseu tenha
funcionado até o século VI, foram proibidos os jogos com mortes humanas desde
404, sendo apenas massacrados animais como elefantes, panteras ou leões.
Os relatos romanos referem-se
a cristãos sendo martirizados em locais de Roma descritos pouco
pormenorizadamente (no anfiteatro, na arena...), quando Roma tinha numerosos
anfiteatros e arenas. Apesar de muito provavelmente o Coliseu não ter sido
utilizado para martírios, o Papa Bento XIV consagrou-o no século XVII à Paixão
de Cristo e declarou-o lugar sagrado. Os trabalhos de consolidação e
restauração parcial do monumento, já há muito em ruínas, foram feitos sobretudo
pelos pontífices Gregório XVI e Pio IX, no século XIX.
O monumento permaneceu como
sede principal dos espetáculos da urbe romana até o período do imperador
Honório, no século V. Danificado por um terremoto no começo do mesmo século,
foi alvo de uma extensiva restauração na época de Valentiniano III. Em meados
do século XIII, a família Frangipani transformou-o em fortaleza e, ao longo dos
séculos XV e XVI, foi por diversas vezes saqueado, perdendo grande parte dos
materiais nobres com os quais tinha sido construído.
Arquitetura
e dimensão social
O Coliseu, não estava inserido
numa zona de encosta, enterrado, tal como normalmente sucede com a maioria dos
teatros e anfiteatros romanos. Em vez disso, possuía um "anel"
artificial de rocha à sua volta, para garantir sustentação e, ao mesmo tempo,
esta substrutura serve como ornamento ao edifício e como condicionador da
entrada dos espectadores. Tal como foi referido anteriormente, possuía três
pisos, sendo mais tarde adicionado um outro.
O edifício é construído em
mármore, pedra travertina, ladrilho e tufo (pedra calcária com grandes poros).
A sua planta elíptica mede dois eixos que se estendem aproximadamente de 190
metros por 155 metros. A fachada compõe-se de arcadas decoradas com colunas
dóricas, jónicas e coríntias, de acordo com o pavimento em que se encontravam.
Esta subdivisão deve-se ao facto de ser uma construção essencialmente vertical,
criando assim uma diversificação do espaço.
A arena (87,5 m por 55 m)
possuía um piso de madeira, normalmente coberto de areia para absorver o sangue
dos combates (certa vez foi colocada água na representação de uma batalha
naval), sob o qual existia um nível subterrâneo com celas e jaulas que tinham
acessos diretos para a arena. Alguns detalhes dessa construção, como a
cobertura removível que poupava os espectadores do sol, são bastante
interessantes, e mostram o refinamento atingido pelos construtores romanos.
Formado por cinco anéis concêntricos de arcos abóbadas, o Coliseu representa
bem o avanço introduzido pelos romanos à engenharia de estruturas. Esses arcos
são de concreto (de cimento natural) revestidos por alvenaria. Na verdade, a
alvenaria era construída simultaneamente e já servia de forma para a concertarem.
Os assentos eram em mármore e
a cávea, escadaria ou arquibancada, dividia-se em três partes, correspondentes
às diferentes classes sociais: o pódio, para as classes altas; as maeniana,
sector destinado à classe média; e os portici, ou pórticos, construídos em
madeira, para a plebe e as mulheres. O pulvinar, a tribuna imperial,
encontrava-se situada no pódio e era balizada pelos assentos reservados aos
senadores e magistrados.
Rampas no interior do edifício
facilitavam o acesso às várias zonas de onde era possível visualizar o espetáculo,
sendo protegidos por uma barreira e por uma série de arqueiros posicionados
numa passagem de madeira, para o caso de algum acidente. Por cima dos muros
ainda são visíveis as mísulas, que sustentavam o velarium, enorme cobertura de
lona destinada a proteger do sol os espectadores e, nos subterrâneos, ficavam
as jaulas dos animais, bem como todas as celas e galerias necessárias aos
serviços do anfiteatro.
Panorama
do interior do Coliseu.
Atualidade
Quando foi inaugurado tinha no
centro, um piso de madeira coberto de areia. Foi construído sobre um complexo subterrâneo
com um labirinto de túneis onde animais selvagens eram enjaulados.
Atualmente está sem piso e o
labirinto de túneis secretos, ou "hipogeu", está à vista há mais de
um século. Em 2021, o governo italiano prometeu a criação de um novo piso
retrátil que restaurará o anfiteatro à sua glória da era dos gladiadores.
As autoridades italianas
esperam concluir o projeto até 2023. Com o novo piso, eventos culturais, como
produções de teatro e concertos, poderão ser realizados no Coliseu.
Influência
Mapa da
Roma medieval representando o Coliseu
O Coliseu era sobretudo um
enorme instrumento de propaganda e difusão da filosofia de toda uma
civilização, e tal como era já profetizado pelo monge e historiador inglês Beda
na sua obra do século VII "De temporibus liber": "Enquanto o Coliseu
se mantiver de pé, Roma permanecerá; quando o Coliseu ruir, Roma ruirá e quando
Roma cair, o mundo cairá".
O Coliseu é conhecido como o
maior símbolo da cidade de Roma, e um dos melhores exemplos da engenharia e da
arquitetura romana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário