Por: Carlos Pereira
A atriz e realizadora
portuguesa Maria de Medeiros foi a madrinha da primeira edição do novo Festival
de cinema português Olá Paris. O festival teve lugar no passado fim de semana
passado, no Club de l’Etoile, organizado pelos irmãos Fernando Ladeiro Marques
e Wilson Ladeiro.
Em entrevistou ao Luso Jornal
Maria de Medeiros disse:
Luso Jornal: Este é o primeiro Festival de
cinema português em Paris. Não é estranho que ninguém tenha ainda pensado nisto
antes?
Maria
Medeiros: É verdade que é surpreendente
que não tenha existido antes um Festival de cinema português. É verdade que o
cinema português está presente em França, está presente em Paris, devemos muito
à crítica francesa que sempre foi a primeira a reconhecer os grandes autores
portugueses, o Manoel de Oliveira e todos os que se seguiram. Realmente a
França conhece o cinema português, apoia, produz, distribui… mas não havia
nenhum Festival dedicado ao cinema português. Também penso que deve ser algo
que deva surgir dos Portugueses e realmente os irmãos Fernando e Wilson Ladeiro
tiveram essa ideia. São Portugueses e sendo Paris uma cidade com tantos
Portugueses, é uma ideia que deve crescer, com certeza. Os portugueses que
vivem em Paris devem ter consciência que temos também este património e devem
aproveitar – numa situação de festival, que é sempre uma situação festiva, em
que se reúnem várias personalidades – uma seleção que é excelente, é do melhor
cinema português que está aqui representado.
L J: Aderiu facilmente ao convite para
ser Madrinha do festival?
M M: Claro. Aderi de imediato a este convite tão simpático para
ser a Madrinha do Festival e apoio mil por cento, acho que é uma ideia
excelente e os artistas portugueses que estão aqui presentes estão muito
felizes também por terem sido convidados pelo festival. Então, tudo o que eu
puder ajudar e promover, estou disponível, com certeza.
L J: 24 anos depois de ter saído, o
seu “Capitães de Abril” continua a ser programado. Como encara esta longa vida
do filme?
M M: Realmente, este ano tem sido muito comovente para mim,
porque o filme foi restaurado, está como novo, e realmente pelos 50 anos da
Revolução portuguesa, o filme tem sido mostrado por toda a parte. Eu não paro,
estou num rodopio e 24 anos depois da estreia do filme é como se voltasse a
estrear. Há duas semanas estava em S. Paulo, depois foi mostrado na Itália,
aqui em França em muitíssimos festivais, por toda a parte… ontem estava na
Bélgica… Tem sido muito bonito, realmente, ver o filme servir também para esta
celebração.
L J: Apesar de morar aqui, tem
acompanhado o cinema português?
M M: Sim, sempre me interessa muito o cinema português. Estão
sempre a aparecer novos criadores extremamente interessantes. Depois há também
artistas veteranas, como a Margarida Cardoso que está aqui, ou pessoas como o
Tiago Guedes, que têm vindo a fazer uma obra super interessante, ou a Claudia
Varejão… Eu tento estar sempre muito atenta ao que se faz em Portugal.
Fonte: Luso Jornal (França)
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