As Festas de Abril ganham este ano uma expressão e um significado maiores, com as comemorações dos cinquenta anos da Revolução dos Cravos que, em Lisboa, será lembrada e festejada um pouco por toda a cidade: na rua e em diversos espaços culturais.
No programa, que decorre ao
longo do próximo mês, ilustramos o dia 25 de abril de 1974 através da
fotografia, do teatro, da dança, da música, da arte contemporânea e da poesia,
fixando o passado, celebrando o presente, mas também projetando o futuro.
O momento alto será na noite
de 24 de abril, no Terreiro do Paço, numa grande festa promovida pela Câmara
Municipal de Lisboa e produzida pela EGEAC.
Esta celebração começa, às
22h, com um videomapping, nas fachadas do Terreiro do Paço, composto por
fotografias de Alfredo Cunha e música de Rodrigo Leão, numa parceria com a
Comissão Comemorativa 50 anos do 25 de abril.
Segue-se o concerto Uma Ideia
de Futuro que irá juntar em palco seis jovens atores, com a Orquestra
Sinfonietta de Lisboa, o Coro de Santo Amaro de Oeiras, o Coro da Escola
Artística do Instituto Gregoriano de Lisboa e vários solistas, num total de 180
músicos. Seis histórias narradas na primeira pessoa, traçando um retrato do
Portugal de hoje e mostrando o caminho percorrido, inspiram a banda sonora,
composta a partir de canções de José Afonso, José Mário Branco, Sérgio Godinho,
Fausto, Adriano Correia de Oliveira, Fernando Lopes Graça e Carlos Paredes. As
histórias e as canções serão acompanhadas pela projeção de imagens.
Com conceção e direção
artística de Luís Varatojo, este espetáculo apresenta ainda um tema inédito,
Abril é Sempre Primavera, com letra de José Luís Peixoto e música de Luís
Varatojo e Filipe Raposo, e culmina com um apontamento piromusical.
Mas as Festas de Abril começam
já este mês. A partir do próximo sábado (dia 23), e até 26 de maio, inauguramos
no Mercado do Forno do Tijolo, em Arroios, a exposição “Os dez dias que
abalaram Portugal” do Arquivo EPHEMERA. Uma iniciativa integrada nas
Comemorações Municipais e Nacionais dos 50 anos do 25 de Abril que testemunha o
início da democracia após a Revolução.
O Museu do Aljube – palco
simbólico de resistência e liberdade – inaugura a nova exposição 25 de Abril,
Sempre! que propõe uma viagem pelas resistências desde o 25 de Abril de 74 até
aos nossos dias. Estará também de portas abertas com dois dias de festa (20 e
21) e muitos artistas convidados, conduzirá um percurso por locais emblemáticos
da revolução e participará num podcast para Pensar o 25 de Abril através das
Humanidades.
Com propostas variadas, para
todas as idades, e maioritariamente gratuitas, as Festas de Abril passam por
outros museus, monumentos, galerias, teatros e cinema geridos pela EGEAC.
No Teatro do Bairro Alto
estará em cena (dias 12 e 13) Guião para um País possível, espetáculo de Sara
Barros Leitão, criado a partir de registos do parlamento português.
O Castelo de São Jorge convida
todas as pessoas a participarem em oficinas de trabalhos manuais (dias 14, 21,
25 e 28) para Fazer do Castelo, Abril, construindo um mural de cravos de papel
com mensagens de liberdade.
No dia 18, iniciamos no Museu
do Fado um ciclo de conversas em torno do legado de liberdade e de
independência artística de Amália Rodrigues, com conceção e moderação de Miguel
Carvalho, autor do livro Amália, Ditadura e Revolução.
As canções, as palavras, as
histórias, os textos e os poemas servem ainda de inspiração a outras duas
propostas das Festas de Abril: o espetáculo Quis Saber quem sou, do Teatro
Nacional Dona Maria II, com texto e encenação de Pedro Penim, que sobe ao palco
do Teatro São Luiz (20 a 28), e o Dia do Livro – Noite da Rádio, assinalando o
Dia Mundial do Livro (23), na Casa Fernando Pessoa, dando voz aos jornalistas
da rádio para lembrar que foi a rádio a dizer a primeira palavra na noite de 24
para 25 de abril de 1974.
Destaque ainda para Luísa
Cunha – uma obra em seis partes, uma obra sonora para ouvir em seis espaços,
entre as cinco Galerias Municipais e o Atelier-Museu Júlio Pomar (de 16 de
abril e 5 de maio).
Ao longo do mês de abril há
ainda muito mais para ver, ler, ouvir, conversar e participar, como o Festival
Política, que regressa ao Cinema São Jorge, tendo este ano como tema central a
Intervenção; e o lançamento de uma publicação com as obras e reflexões de Júlio
Pomar sobre o 25 de abril. Mas também para cheirar, Um Jardim de Cravos, na
Galeria Quadrum, plantado para florescer no dia 25 de abril.
Fonte: EGEAC
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