O Município de Alenquer assinou em conjunto com a Associação Geoparque Oeste o Memorando de Entendimento e a Carta de Compromisso para a Defesa do Património Geológico a 6 de fevereiro, assinalando por escrito uma intenção velada de todas as partes em valorizar o património geológico, obedecendo a uma estratégia de desenvolvimento sustentável.
O trabalho com o propósito de
ver o território do Oeste de Portugal valorizado arrancou, para Alenquer, ainda
em 2021 com a constituição de uma equipa multidisciplinar do Município e a
recolha de informação pertinente. Nesse preciso ano, foi assinado o primeiro
protocolo de colaboração entre o Geoparque Oeste e o Município de Alenquer.
Alenquer passou a ser um município parceiro, com assento nas reuniões de
direção do Geoparque Oeste, passando a membro de pleno direito em 2024.
O Presidente da Câmara
Municipal de Alenquer, Pedro Folgado, aplaudiu o esforço conjunto da última
quase meia década que culminará, se todos os trâmites forem cumpridos, com a
submissão da candidatura no último trimestre de 2025. Em 2026, essa candidatura
será avaliada por especialistas e espera-se que tenha luz verde já no próximo
ano e Alenquer, tal como Óbidos, passem a integrar o Geoparque Mundial da
UNESCO. “O Geoparque Oeste e Alenquer ficarão mais ricos com a integração do
Município. O êxito é bidirecional. Vamos garantir ainda mais valor acrescentado
durante o ano de 2025. É importante trabalhar em escala, mostrando à comunidade
nacional e internacional o que temos de bom e o que pode ser estudado. Temos de
procurar saber como eram as nossas raízes e como é que fomos evoluindo ao longo
dos tempos. É com orgulho que vamos contribuir para criar esse conhecimento e
relevo o acolhimento que sempre tivemos por parte do Geoparque Oeste. Estivemos
na Islândia, na Conferência Mundial, e foi muito importante lá estar, face à
dimensão de Portugal, mostrando que internacionalmente podemos fazer a
diferença”, referiu o autarca alenquerense.
João Serra, Presidente da
Câmara Municipal da Lourinhã e também Presidente da direção do Geoparque Oeste,
destacou a união sentida. "Mais do que representar um grupo, todos nós
valorizamos um conjunto", referiu no Salão Nobre dos Paços do Concelho de
Alenquer. "Quero falar das pessoas. Elas são as mais importantes e cada um
de vós representa o que nós somos. Este foi um trajeto que começou em 2016 e
todos os que imaginaram este momento só podem estar orgulhosos. Todos nós
acreditámos e acreditamos neste processo e o que peço agora é que a comunidade
acredite em nós", garantiu, corroborado por Miguel Reis Silva. "O
trabalho do Geoparque Oeste começou em 2016 fruto da vontade de cinco
municípios, uma universidade, duas entidades de investigação ligadas à
paleontologia e, sobretudo, da crença das próprias comunidades",
considerou o coordenador-executivo do Geoparque Oeste.
O atual território do Oeste
reconhecido internacionalmente pelo seu interesse geológico conta, por exemplo,
com o maior parque temático ao ar livre de dinossauros da Europa, uma reserva
da Biosfera UNESCO, três zonas especiais de conservação e mais de 30 espaços
museológicos e/ou centros de interpretação.
O vereador Paulo Franco
recordou "a postura aberta" que Alenquer sempre sentiu. "Desde a
primeira hora, as decisões de Alenquer como município observador não eram
vinculativas, mas sempre fomos ouvidos", começou por dizer. "Hoje marca-se
uma nova era deste processo que começou em 2021. Em 2025 é o ano em que será
elaborado o dossiê da nossa candidatura e a sua respetiva submissão a fazer
parte do património do Geoparque Oeste a ser reconhecido pela UNESCO, passando
de seis para oito municípios. Não estamos sozinhos nesta luta, estamos com
Óbidos. Queremos ter em 2026 o nosso património com esta chancela. O Geoparque
Oeste tem território e o que se lhe pede no que toca à sua sustentabilidade
futura uma visão que nós partilhamos. Cada território tem a sua especificidade,
mas tendo a chancela da UNESCO será obviamente potenciado e cada vez mais
diferenciador. Este é o legado que vamos deixar para o futuro. Estamos a dar o
exemplo claro ao mostrarmos um trabalho em equipa entre os oito municípios
oestinos. Vemos um todo, um território uno", acrescentou o responsável com
o pelouro do ambiente no executivo.
O Geoparque Oeste nasceu em
2017 e conta atualmente com a integração dos concelhos de Alenquer, Óbidos,
Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Peniche e Torres Vedras,
compreendendo uma área total de 1600 km2,. Em março de 2024, o Geoparque Oeste
obteve o reconhecimento oficial de entrada para a rede de Geoparques Mundiais
da UNESCO, tornando-se apenas o sexto em Portugal a obter a distinção, depois
do Geoparque Naturtejo, do Geoparque Arouca, do Geoparque Açores, do Geoparque
Terras de Cavaleiros e do Geoparque Estrela.
Fonte: Câmara Municipal
Alenquer
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