Foto: © gorodenkoff
Uma das investigadoras
envolvidas nos trabalhos considera que o estudo aponta as base para o
desenvolvimento de novas intervenções dietéticas ou farmacológicas para
combater o envelhecimento celular e manter a saúde neurológica até uma idade
avançada.
Um grupo de investigação
norte-americano identificou em ratos mudanças genéticas no cérebro que induzem
o envelhecimento, assim como a zona onde essas alterações estarão mais
presentes.
Os resultados desta
investigação, publicados no dia 1 de janeiro na revista científica Nature,
poderão contribuir para o desenvolvimento de terapias para atrasar ou controlar
a deterioração das células causada pela idade.
A equipa de investigação, do
Instituto Allen para as Ciências do Cérebro, em Seattle, nos Estados Unidos,
fez um mapeamento genético de mais de 1,2 milhões de células de 16 regiões do
cérebro de ratos jovens (com dois meses) e velhos (com 18 meses), no âmbito de
uma iniciativa dos Estados Unidos de investigação dedicada a criar
neurotecnologias.
Os ratos partilham várias
semelhanças com os humanos em relação à estrutura, função, genes e tipos de
células do cérebro.
Ao estudar os cérebros de
ratos jovens e velhos, os investigadores conseguiram identificar que há dezenas
de tipos de células específicas que sofrem mudanças significativas na sua
expressão genética com a idade.
Os genes associados à
inflamação aumentam a sua atividade com o envelhecimento, referem os
investigadores.
Zona do cérebro identificada
Além disso, este projeto
identificou uma zona específica do cérebro, no hipotálamo, em que se produz de
forma intensa tanto a diminuição da função neuronal como o aumento da
inflamação.
As mudanças mais
significativas foram observadas em células próximas do terceiro ventrículo do
hipotálamo, uma zona do cérebro que produz hormonas que controlam, entre
outros, a temperatura corporal, a ingestão de alimentos, o uso da energia
recebida na comida, o metabolismo e a forma como o corpo utiliza os nutrientes.
De acordo com os
investigadores, esta conclusão implica que existe uma ligação entre dieta,
estilo de vida, envelhecimento cerebral e mudanças genéticas que podem
influenciar uma maior vulnerabilidade a transtornos cerebrais relacionados com
a idade.
"A nossa hipótese é que
há tipos de células no cérebro que vão ficando menos eficientes com a idade e
contribuem para o envelhecimento do resto do corpo", afirmou a primeira
autora do artigo científico, Kelly Jin.
A investigadora considera que
o estudo aponta as base para o desenvolvimento de novas intervenções dietéticas
ou farmacológicas para combater o envelhecimento celular e manter a saúde
neurológica até uma idade avançada.
A investigação cujos
resultados foram agora publicados está em linha com outros estudos recentes que
relacionam o envelhecimento com mudanças metabólicas e que sugerem uma dieta
equilibrada para uma melhoria da esperança de vida.
Fonte: SIC Notícias
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