O coronel Vítor Alves (1935-2011) foi homenageado pela Câmara Municipal de Torres Vedras, com a atribuição do seu nome à rua que liga a Avenida Carlos Lopes à Rua Fernando Barros Ferreira Leal, na cidade de Torres Vedras. A cerimónia de homenagem ao Capitão de Abril decorreu no passado dia 28 de setembro, no âmbito dos Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.
A cerimónia teve início com o
descerrar da placa de toponímia, a que se seguiu a intervenção da presidente da
Câmara Municipal de Torres Vedras, Laura Rodrigues, que recordou o percurso de
Vítor Alves, torriense de adoção, que “foi um dos Capitães de Abril, na altura
com o cargo de major, e membro da Comissão Coordenadora do Movimento das Forças
Armadas, tendo colaborado ativamente na redação do Programa do MFA”.
Laura Rodrigues esclareceu,
ainda, que esta “justa evocação de um dos heróis de Abril” surge na sequência
de uma recomendação proposta por António Carneiro e aprovada pela Assembleia
Municipal no dia 22 de fevereiro de 2021, por unanimidade.
Vítor Alves nasceu em Mafra a
30 de setembro de 1935 e veio muito novo para Torres Vedras, onde frequentou a
então Escola Secundária Municipal. Na cerimónia de homenagem do passado sábado,
em representação dos antigos alunos daquela escola, esteve José Abrantes que na
ocasião referiu: “com diferentes perspetivas, distintas sensibilidades e formas
de encarar os problemas e as respetivas soluções, Vítor Alves enriqueceu com a
sua atuação o quadro das tarefas solidárias”.
“A vivência em Torres Vedras
foi de facto muito importante para o Vítor”, afirmou na sua intervenção a viúva
do homenageado, Maria Teresa Alves, acrescentando que “aqui aprendeu e praticou
a fidelidade às amizades e na reciprocidade de sentimentos ganhou a confiança
que lhe permitiu cultivar ideias e acreditar no seu semelhante”.
A filha de Vítor Alves, Ana
Cristina Alves, também partilhou algumas vivências familiares na cerimónia de
homenagem e terminou a sua intervenção com um poema da sua autoria dedicado ao
seu pai.
Recorde-se que Vítor Alves foi
membro da Comissão Coordenadora do Movimento das Forças Armadas, sendo um dos
principais redatores do seu Programa. Foi Ministro sem Pasta nos II e III
Governos Provisórios com especial responsabilidade nas áreas da Defesa e
Comunicação Social sendo sua a iniciativa da 1ª Lei de Imprensa no pós-25 de
Abril. Foi Ministro da Educação do VI Governo Provisório, responsável pela
criação das Universidades dos Açores e Madeira e da Universidade Aberta. Foi
membro do Conselho da Revolução e seu Porta-Voz entre 1979 e 1982. Foi, ainda,
um dos autores do Documento dos Nove, documento programático que enfrentou o
designado Pacto Povo-MFA. Em 1983, recebeu a Ordem da Liberdade.
Fonte: Câmara Municipal Torres
Vedras
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