Por: ER // ZO
Fonte: Lusa
O Prémio Bial de Biomedicina
2023 distingue um estudo internacional sobre o glioblastoma, um tumor cerebral
agressivo, anunciou hoje a fundação promotora do galardão, no valor de 300 mil
euros.
O estudo, assinado por
cientistas da Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido e Noruega, foi publicado em
18 de setembro de 2019 na revista Nature e descreve um canal de comunicação
direto entre os neurónios e as células tumorais, demonstrando que "os glioblastomas são capazes de se integrar na
função do cérebro" e, desta forma, progredirem, segundo um
comunicado da Fundação Bial, que atribui em anos ímpares o Prémio de
Biomedicina.
Para o presidente do júri do
prémio, o neurocientista Ralph Adolphs, citado no comunicado, a investigação
representa "um avanço importante e
surpreendente na compreensão de como o cancro do cérebro progride, ao descrever
um novo canal de comunicação entre os neurónios e o tumor",
sugerindo "caminhos específicos para o
tratamento".
O Prémio Bial de Biomedicina
distingue um trabalho na área biomédica que tenha sido publicado nos últimos 10
anos e que traduza resultados de "excecional
qualidade e relevância científica".
Criada em 1994, a Fundação
Bial, formada por representantes da farmacêutica portuguesa com o mesmo nome e
do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, tem "a missão de incentivar o estudo científico do ser
humano, tanto do ponto de vista físico como espiritual".
Na edição de 2021, o Prémio
Bial de Biomedicina distinguiu um estudo pré-clínico de uma vacina contra o vírus
Zika baseada na tecnologia genética de ARN mensageiro, atualmente utilizada em
vacinas para a covid-19.
O estudo, publicado em 2017,
foi conduzido por uma equipa liderada pelo imunologista norte-americano Drew
Weissman, que inclui a bioquímica húngara Katalin Karikó, vice-presidente da
BioNTech e autora da patente na qual se baseia a vacina contra a covid-19
criada em conjunto pela empresa biotecnológica alemã e a farmacêutica
norte-americana Pfizer.
Drew Weissman e Katalin Karikó
foram agraciados em 2023 com o Prémio Nobel da Medicina pelas descobertas
biotecnológicas associadas à formulação das vacinas de ARN mensageiro para a
covid-19, uma doença respiratória pandémica causada pelo coronavírus
SARS-CoV-2, detetado inicialmente em 2019 na China.
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