O filme “Fuck the Polis”, da realizadora portuguesa Rita Azevedo Gomes, venceu o grande prémio da competição internacional do Festival de Cinema de Marseille, que terminou no domingo em França.
Na cerimónia de entrega do
prémio, o júri disse que “Fuck the Polis” é “uma viagem de espírito livre
através e para lá daquilo a que chamamos Europa e um questionamento poderoso e
com graça sobre a ideia de nação e civilização”.
“Fuck the Polis”, que é também
o título de um livro de poesia de João Miguel Fernandes Jorge e de um graffiti
encontrado numa rua de Atenas, tem argumento de Rita Azevedo Gomes e Regina
Guimarães e produção da própria realizadora.
“Há vinte anos, Irma,
acreditando que estava condenada, fez uma viagem à Grécia. Hoje, volta a
fazê-lo, acompanhada por três jovens. De ilha em ilha, entre o mar e o céu,
leem, ouvem e vivem, movidos pelo gosto da beleza e da clareza”, refere a
sinopse.
Rita Azevedo Gomes filmou na
Grécia, acompanhada por uma pequena equipa, “movida pela beleza e alegria de
passarem tempo juntos (…) com câmaras e gravadores a passarem de mão em mão, de
ilha em ilha, de barco em carro”, descreveu o festival.
No filme entram Bingham
Bryant, Mauro Soares, João Sarantopoulos, Maria Novo, Rita Azevedo Gomes,
Loukianos Moshonas e Maria Farantouri.
Rita Azevedo Gomes, 72 anos,
com formação em artes plásticas, trabalha em cinema desde os anos 1970 em
várias funções, desde assistente de realização a figurinista.
Estreou-se na realização em
1990, com “O som da terra a tremer”, tendo feito, depois, obras como “Frágil
como o mundo” (2001), “A vingança de uma mulher” (2012), “A portuguesa” (2018)
e “Trio em Mi Bemol” (2022).
Em 2023 recebeu um prémio de
carreira no Festival do Documentário e da Curta-Metragem de Bilbau (Zinebi), em
Espanha, sendo uma das mais recentes distinções do seu percurso no cinema.
Além de “Fuck the Polis”,
entre os premiados desta edição do Festival de Cinema de Marseille
(FIDMarseille) figuram o documentário “Bulakna”, primeira longa-metragem de
Leonor Noivo, que recebeu um prémio especial de compra de direitos pela
Cinemateca do Documentário, e “Morte e Vida Madalena” (Brasil), do realizador
brasileiro Guto Parente, que teve coprodução com Portugal.
Na programação do 36º
FIDMarseille estiveram presentes ainda o documentário “Complô”, de João Miller
Guerra, e a coprodução “All Roads Lead to You” (Ucrânia), da artista Jenya
Milyukos.
Fonte: Luso Jornal/França -
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