segunda-feira, 7 de julho de 2025

“A Arte das Musas”


Em parceria com o Município de Idanha-a-Nova, UNESCO City of Music, e o apoio da Direcção-Geral das Artes, apresenta

 

Projecto Elvas, Vol. 1

Sete Lágrimas

Primeiro volume da hexalogia dedicada ao Cancioneiro de Elvas (séc. XVI)

Por: Tiago Carvalho

CONCERTOS LANÇAMENTO

18 Julho 2025, Sexta-feira, 21h30

Idanha-a-Nova, Centro Cultural Raiano

19 Julho 2025, Sábado, 17h30

Évora, Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo

25 Julho 2025, Sexta-feira, 21h30

Tomar, Convento de Cristo

26 Julho 2025, Sábado, 18h30

Porto, Casa do Infante

13 Setembro 2025, Sábado, [hora a confirmar]

Alcobaça, Mosteiro de Alcobaça

14 Setembro 2025, Domingo, 17h30

Aveiro, Igreja do Convento de S. João Evangelista (Carmelitas)

Sete Lágrimas

Filipe Faria e Sérgio Peixoto, direcção artística

Filipe Faria, voz, percussão

Sérgio Peixoto, voz

Pedro Castro, flautas, baixão, charamela

Tiago Matias, viola de mão (vihuela)

Sinopse curta

A Arte das Musas apresenta Projecto Elvas, Vol. 1, o 17.º título da discografia do consort Sete Lágrimas e o primeiro volume de uma hexalogia dedicada ao Cancioneiro de Elvas (s. XVI), um dos quatro cancioneiros musicais ibéricos renascentistas que chegaram até nós. O projecto propõe mergulhar neste pequeno códice e fazer ouvir a integral das suas 65 canções profanas: vilancetes, cantigas, tercetos e outras formas poético-musicais (volumes 1 a 3), e compor nova música, por Filipe Faria e Sérgio Peixoto, para os 36 romances, glosas, vilancetes e cantigas que lá se encontram sem música (volumes 4 a 6).


Sinopse média

A Arte das Musas apresenta o lançamento e a digressão de estreia do 17º título da discografia do consort de Música Antiga e contemporânea Sete Lágrimas — intitulado Projecto Elvas, Vol. 1.

Depois de vinte e seis anos de visitas constantes ao Cancioneiro de Elvas — um dos quatro cancioneiros ibéricos do século XVI que chegaram até nós a par do Cancioneiro de Paris (Ms. Masson 56, École de Beaux-Arts, Paris), do Cancioneiro de Lisboa (Ms. C.I.C 60, Biblioteca Nacional de Lisboa) e do Cancioneiro de Belém (Ms. 3391, Museu Nacional de Arqueologia e Etnologia, Lisboa) — Sete Lágrimas propõe mergulhar neste pequeno códice e fazer ouvir, numa hexalogia, toda a sua música... a que está escrita (volumes 1—3) e aquela que podia estar (volumes 4—6).

O Projecto Elvas, Vol. 1 é o primeiro volume de uma série de 6 títulos, um projecto inédito, de grande fôlego, que propõe gravar a integral das 65 canções profanas conservadas no códice: vilancetes (ou vilancicos), cantigas, tercetos e outras formas poético-musicais (volumes 1 a 3) e propor nova música, de Filipe Faria e Sérgio Peixoto, para os 36 romances, glosas, vilancetes e cantigas que aí se encontram sem música (volumes 4 a 6).

O novo projecto da Arte das Musas, em parceria com o Município de Idanha-a-Nova e com o apoio da Direcção-Geral das Artes, foi criado numa série de residências artísticas em Idanha-a-Nova e gravado na Antiga Sé de Idanha-a-Velha.

A digressão de lançamento parte de Idanha-a-Nova (18/7, Centro Cultural Raiano) e passa por Évora (19/7, Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo), Tomar (25/7, Convento de Cristo), Porto (26/7, Casa do Infante), Alcobaça (13/9, Mosteiro de Alcobaça) e Aveiro (14/9, Igreja do Convento de S. João Evangelista - Carmelitas, Aveiro).

Projecto Elvas

[Primeira Parte]

Volumes 1—3

As 65 canções profanas: vilancetes, cantigas, tercetos e outros I—III

Segvnda Parte

Volumes 4—6

Nova música, de Filipe Faria e Sérgio Peixoto, para os 36 romances, glosas, vilancetes e cantigas

Hexalogia dedicada ao Cancioneiro de Elvas, manuscrito português do terceiro quartel do século XVI (BME Ms. 11793/P-Em 11793). Dividido em duas partes, o projecto canta as 65 canções profanas conservadas no códice: vilancetes (ou vilancicos), cantigas, tercetos e outras formas poético-musicais (volumes 1 a 3) e propõe nova música, de Filipe Faria e Sérgio Peixoto, para os 36 romances, glosas, vilancetes e cantigas que aí se encontram sem música (volumes 4 a 6).

Mais informação em setelagrimas.com artedasmusas.com/elvas

 

Ficha técnica

 

Um projecto Arte das Musas

Com o apoio República Portuguesa - Cultura \Direção-Geral das Artes

Em parceria com Município de Idanha-a-Nova \UNESCO City of Music

Rede Europeia REMA \Réseau Européen de Musique Ancienne

Media partner Antena 2

Música Sete Lágrimas

Edição Arte das Musas

Parcerias

O Homem – Colectivo

Fora do Lugar - Festival Internacional de Músicas Antigas

Parcerias de acolhimento

Centro Cultural Raiano (Idanha-a-Nova)

Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo (Évora)

Convento de Cristo (Tomar)

Casa do Infante (Porto),

Mosteiro de Alcobaça (Alcobaça)

Museu de Aveiro/Igreja do Convento de S. João Evangelista - Carmelitas (Aveiro)

 

NOTAS AO PROGRAMA

Filipe Faria

O Cancioneiro de Elvas (Biblioteca Municipal de Elvas, Ms. 11793/P-Em 11793), manuscrito português do terceiro quartel do século XVI, descoberto cerca de 1928 na cidade de Elvas e publicado, pela primeira vez, em Coimbra, em 1940 (1), encontra-se dividido em duas partes: a primeira compreende um conjunto de sessenta e cinco canções polifónicas profanas — vilancetes (ou vilancicos), cantigas, tercetos e outros géneros poético-musicais ; a segunda compõe-se de trinta e seis romances, glosas, vilancetes e cantigas.

“Durante alguns dias vi e tornei a ver o pequeno códice, com música e letra, ao qual faltavam fôlhas no princípio e no fim, e por mais que indagasse, na minha modesta livraria musical, nada encontrei que levasse os meus olhos a deslumbrarem-se perante a descoberta extraordinária que então tinha feito.” (1)

De tamanho reduzido — 145 × 96 mm —, o códice original perdeu os primeiros trinta e nove fólios (e a sua música), bem como outros quatro (fóls. 50, 105, 107 e 109). A música apresenta-se “disposta tal como era usual na época: as diferentes vozes escritas por separado, no verso de uma folha e recto da seguinte, de modo que perante o livro aberto todos os executantes pudessem ler simultaneamente as suas partes”. (2)

“Todo o conteúdo do Cancioneiro elvense foi escrito por um só copista. Pelo cuidado posto na transcrição da música e do texto e pela perfeição admirável da caligrafia, mostra ter sido executado por mão de profissional.” (3)

A primeira parte do Cancioneiro é composta por “três camadas de reportório polifónico, distribuídas por quatro colecções: duas colecções de peças do reportório ibérico de c. 1500, respondendo maioritariamente à classificação de vilancetes; uma colecção de peças portuguesas, classificáveis em geral como cantigas, provavelmente da 1.ª metade do século XVI; e um grupo de composições de gosto italianizante de origem igualmente portuguesa, do terceiro quartel do século”. (4)

Entre as composições que integram a primeira parte do códice, é possível identificar vinte e quatro concordâncias musicais e trinta e três textuais, distribuídas por alguns dos mais importantes manuscritos da época: o Cancioneiro de Paris (Ms. Masson 56, École de Beaux-Arts, Paris); o Cancioneiro de Lisboa (Ms. C.I.C 60, Biblioteca Nacional de Lisboa); o Cancioneiro de Belém (Ms. 3391, Museu Nacional de Arqueologia e Etnologia, Lisboa) — que integram, a par do Cancioneiro de Elvas, a colecção de quatro cancioneiros portugueses do século XVI que chegaram até nós —; o Cancionero de Palacio (Ms. 1335, Real Biblioteca, Madrid); o Ms. Magl. XIX 107 bis (Biblioteca Nazionale Centrale, Firenze); o Cancionero de Segovia (Ms. mus. Archivo Capitular, Catedral de Segovia); ou o Cancionero de Barcelona (Ms. 454, Biblioteca Central de Barcelona). (5)

De notar que, nos cento e um textos e composições do Cancioneiro de Elvas — oitenta e dois em castelhano e dezanove em português —, não se encontram indicados os nomes dos respectivos autores ou compositores. Ainda assim, foi possível atribuir, na primeira parte do manuscrito, a autoria de sete composições a Juan del Encina (1469–c. 1529/30), Pedro de Escobar (c. 1465–

 –depois de 1535) e Pedro de Pastrana (c. 1480–depois de 1559), e de doze textos a Garcí Sánchez de Badajoz (c. 1460–1526), Salazar el Hermitaño, Comendador Escrivá, Dom Afonso de Menezes (fl. primeira metade do século XVI), Juan del Encina e Dom Manuel de Portugal (c. 1520–1606). Na segunda parte, surgem novas atribuições textuais a muitos destes autores, com a inclusão de Pêro de Andrade Caminha (c. 1520–1589). (6)

“Durante o século XVI, e mesmo antes, a língua portuguesa era bem conhecida em Espanha, e, inversamente, muitos poetas portugueses escreviam frequentemente em castelhano. Além disso, o castelhano era uma língua em voga na corte portuguesa”. (7)

A frequência de textos não atribuídos sugere uma cultura de circulação paralela de composições e poemas, tanto de autores reconhecidos como de outros, anónimos — uma prática assente na partilha e na escuta, onde o valor da obra reside, muitas vezes, na sua ressonância emocional e na eficácia poética ou performativa. Este diálogo de línguas e autores ibéricos reflecte a permeabilidade cultural da Península no século XVI e inscreve-se num dos momentos de maior densidade estética e simbólica da sua história musical e literária. Nesse contexto, consolida-se um repertório onde a sofisticação formal se alia a uma expressividade intensa, revelando tanto a continuidade de práticas enraizadas como a assimilação de ideais humanistas.

Do ponto de vista formal, o vilancete (ou vilancico) — estrutura recorrente no manuscrito — organiza-se em torno de um mote (ou estribilho), seguido de coplas e voltas, numa disposição que favorece a variação melódica e reforça o efeito expressivo do conjunto poético. Os textos tratam, sobretudo, de temas amorosos e de lamento, mas incluem também alusões ao quotidiano, e, pontualmente, à sátira, num registo onde o lírico e o mundano convivem. A linguagem directa ou as repetições e o uso de expressões populares acentuam a proximidade com o universo performativo.

Mais do que repositório de poesia e música, o Cancioneiro de Elvas oferece um retrato das práticas criativas do seu tempo — práticas essas em que o anónimo dialoga com o letrado, o dramático com o quotidiano, e o culto com o popular. Testemunha de um mundo em transição, o manuscrito permite entrever a complexidade e a vitalidade da poética ibérica do Renascimento.

Depois de vinte e seis anos de visitas constantes ao Cancioneiro, Sete Lágrimas propõe mergulhar neste pequeno códice e fazer ouvir, numa hexalogia, toda a sua música... a que está escrita (volumes 1—3) e aquela que podia estar (volumes 4—6). É esta a nossa nova viagem.

(1) Manuel Joaquim, O Cancioneiro Musical e Poético da Biblioteca Públia Hortênsia, Coimbra, 1940, p. 7

(2) Manuel Pedro Ferreira, Cancioneiro da Biblioteca Publia Hortensia, IPPC, Lisboa, 1989, p. VI

(3) Manuel Morais, Cancioneiro Musical d’Elvas, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1977, p. VI

(4) Manuel Pedro Ferreira, Cancioneiro da Biblioteca Publia Hortensia, IPPC, Lisboa, 1989, p. VIII

(5) Concordâncias identificadas e sistematizadas em Manuel Joaquim (1940), Manuel Morais (1977), Gil Miranda (1987) e Manuel Pedro Ferreira (1989)

(6) Atribuições identificadas e sistematizadas em Joaquim (1940), Morais (1977), Miranda (1987) e Ferreira (1989)

(7) Gil Miranda, The Elvas Songbook, American Institute of Musicology, Neuhausen-Stuttgart, 1987, p. XIV

BIOGRAFIA

Sete Lágrimas

 

...though the title doth promise tears, unfit guests in these joyful times, yet no doubt pleasant are the teares which musick weeps, neither are tears shed always in sorrow, but sometimes in joy and gladness. Vouchsafe then your gracious protection to these showers of harmony (…) they be metamorphosed into true tears.

...embora o nome prometa lágrimas, convidadas pouco aprazíveis nestes tempos de alegria, são sem dúvida agradáveis as lágrimas que a música chora, nem sempre vertidas em tristeza mas também em alegria. Permita a vossa graciosa protecção a estes aguaceiros de harmonia que sejam metamorfoseados em verdadeiras lágrimas. [trad. livre]

— John Dowland (?1563-1626) in Lachrimæ or seaven teares..., London, 1604

Fundado em Lisboa, em 1999, por Filipe Faria e Sérgio Peixoto, Sete Lágrimas ECMC – Consort de Música Antiga e Contemporêna – assume o nome da inovadora colecção de danças do compositor renascentista John Dowland (1563-1626) – Lachrimæ, or Seaven Teares – publicadas por John Windet em 1604 quando o compositor era alaudista de Cristiano IV da Dinamarca (1577-1648).

Dedicado aos diálogos da Música Antiga com a contemporaneidade ­­– bem como da música erudita com as tradições seculares –, Sete Lágrimas junta músicos de diferentes horizontes musicais em torno de projectos conceptuais animados tanto por originais investigações musicológicas como por processos de inovação e criatividade em torno dos sons, instrumentário e memórias da Música Antiga.

Nestes projectos são identificáveis os diálogos entre a música erudita e a popular, entre a Música Antiga e a contemporânea e entre a secular diáspora portuguesa dos Descobrimentos e o eixo latino mediterrânico convertidos em som através da fiel interpretação dos cânones performativos da Música Antiga como de uma aproximação a elementos definidores da música tradicional ou do jazz.

Desde a sua fundação, o grupo desenvolve uma intensa actividade concertística de centenas de concertos na Europa e Ásia, de onde se destacam: Portugal: Centro Cultural de Belém (Grande Auditório, Pequeno Auditório), Fundação Calouste Gulbenkian (Grande Auditório), Casa da Música (Sala Suggia), Festival Cistermúsica, Festival de São Roque, Festival das Artes de Coimbra, Festival dos Capuchos, Festival Internacional de Música da Madeira, Festival Internacional de Música dos Açores, Festival Fora do Lugar, Festival de Leiria, Festival de Almada, Festival Terras sem Sombra, Encontros de Música Antiga de Loulé, Memórias Musicais de um Palácio (Sintra), Festival Todos, Festival Internacional de Música de Espinho, Fundação Oriente, Festival Artes à Vila, Quartel das Artes, Teatro Viriato, Theatro Circo (Sala Principal) (...); Bulgária: Zora Dramatic Theatre (Sliven); Itália: Ravenna, Festival Internazionale W. A. Mozart a Rovereto); Malta: BirguFest; Espanha: Festival de Música Antigua de Gijón, Festival de Música Antigua de Úbeda y Baeza, Museo Nacional de Valladolid, Fundación Juan March (Madrid), Abvlensis Festival Internacional de Musica, Teatro Zorilla (Valladolid) (…); China: Macao Internacional Music Festival; Suécia: Stockholm Early Music Festival; França: Festival Baroque de Sablé, Opéra de Lille (...); Bélgica: Gent Festival van Vlaanderen, Flemish Opera (Gent), Bozar (Bruxelles), Music Center DeBijloke (Gent) (...); Noruega: Stavanger Konzerthus; República Checa: Letní slavnosti staré hudby (Summer Festivities of Early Music, Prague); Luxemburgo: Philharmonie Luxembourg (Salle de Musique de Chambre, Grand Auditorium), Festival Atlântico; Alemanha: Elbphilharmonie Laeiszhalle Hamburg (Grosse Saal); Croácia: Varaždinske Barokne Večeri/ Varaždin Baroque Evenings (Varaždin e Ludbreg).

Sete Lágrimas chama frequentemente, aos seus projectos, músicos convidados das áreas da Música Antiga e da música tradicional, jazz e do mundo. Destes, destacam-se o Coro Gulbenkian (Portugal), María Cristina Kiehr (Argentina), Zsuzsi Tóth (Hungria), Ana Quintans (Portugal), Mayra Andrade (Cabo Verde), António Zambujo (Portugal), Adufeiras de Monsanto (Portugal), CRAMOL (Portugal), Tainá (Brasil), Carolina Deslandes (Portugal) ou Ana Moura (Portugal).

No contexto dos projectos de diálogo entre a Música Antiga e a contemporânea – New Early Music Series –, Sete Lágrimas estreia obras, especialmente dedicadas ao consort, dos compositores Ivan Moody (Inglaterra), João Madureira (Portugal), Andrew Smith (Inglaterra/Noruega), Christopher Bochmann (Inglaterra) e Filipe Faria e Sérgio Peixoto (Portugal). Em 2011 Sete Lágrimas apresentou, em estreia mundial, no Festival das Artes de Coimbra, a encomenda da obra Lamento ao escritor José Luís Peixoto, vencedor do Prémio Literário José Saramago, e ao compositor João Madureira.

Com uma discografia de 16 títulos – Lachrimæ #1 (2007), Kleine Musik (2008), Diaspora.pt: Diáspora, vol.1 (2008), Silêncio (2009), Pedra Irregular (2010), Vento (2010), Terra: Diáspora, vol.2 (2011), En tus brazos una noche (2012), Península: Diáspora. vol.3 (2013), Cantiga (2014), Missa Mínima (2016), Um dia normal - poema gráfico com texto e ilustrações de Filipe Faria e música de Sete Lágrimas - (2015), Twentie Yeares in Seaven Teares (2020), Loa (2023), Folia Nova (2023) e BACH (2024) – o consort é considerado pela crítica como um dos mais relevantes e inovadores projectos europeus na área da Música Antiga. Internacionalmente, destacam-se as críticas discográficas e de concerto na International Record Review, Doce Notas, Aftonbladet, Novinky, Opera PLUS, Svenska Dagbladet, Lute News, Goldberg, etc. e a permanência regular nas playlists das rádios clássicas de vários países europeus.

Em 2008, 2011 e 2012 os três primeiros títulos do projecto Diáspora atingem o primeiro lugar do TOP de vendas das lojas FNAC. Em 2010, “Diaspora.pt” foi escolhido, no “Guia da Música Clássica” como “Discografia Essencial”, e a carreira do Sete Lágrimas destacada na publicação “Alma Lusitana” (FNAC).

Em 2011/2012 Sete Lágrimas é convidado para assumir o estatuto de Ensemble Associado da Temporada do Centro Cultural de Belém (CCB/Lisboa) tendo apresentado o “Tríptico da Terra” em três concertos esgotados.

A convite da rádio clássica RDP Antena 2, Sete Lágrimas foi, em 2014, o representante português no projecto europeu da UER/EBU Union Européenne de Radio-Télévision – EURORADIO – Christmas Folk Music Project – emitido em 30 rádios de 28 países como a BBC Radio 3 ou a France Musique.

Em 2018 a Philharmonie Luxembourg e Pascal Sticklies convidam Sete Lágrimas a desenvolver – entre 2018 e 2022 ­– uma trilogia de projectos de criação original sob a designação “Les Explorateurs” –  “Les Explorateurs” (2018), “La Princesse Mystérieuse” (2019/20) e “Le Vieux Roi et la Lune” (2020/22) –, inspirada no universo musical de Sete Lágrimas, com 54 récitas esgotadas em 4 anos. A equipa internacional e multdisciplinar dos três projectos, liderada pelo encenador e dramaturgo Benjamin Prins (França), contou com a assistente de direcção e dramaturga Pénélope Driant (França), a cenógrafa e figurinista Nina Ball (Áustria), a assistente de figurinos e cenografia Nathalie Villarmé (França), a coreógrafa Sabine Novel (França) e, em palco, com o consort Sete Lágrimas e os actores e bailarinos Jan Bastel (Alemanha), Nestor Kouame Dit Solvis (Costa do Marfim), Winnie Dias (Brasil), Alexandre Martin-Varoy (França), Fábio Krayze (Angola) e Alexander Fend (Alemanha). Em 2024 a Philharmonie Luxembourg repõe “La Princesse Mystérieuse” numa série de 13 récitas esgotadas elevando o total de récitas da trilogia para 67.

Em 2021 Sete Lágrimas junta-se ao projecto “If I rained an ocean” (Se chovesse um oceano) de Filipe Faria e Winnie Dias (Brasil), um projecto de video-dança, música, fotografia e performance filmado por estes realizadores em Berlim, Hamburgo, Düsseldorf, Wuppertal (Alemanha), Zürich (Suiça) e Idanha-a-Velha (Portugal), com os bailarinos Futaba Ishizaki (Japão), Naomi Brito (Brasil), Rafaela Bosi (Brasil), Rafaelle Queiroz (Brasil), Fuyumi Hamashima (Japão), Isabella Heylmann (Austrália), Hayley Page (Austrália) e Borja Bermudez (Espanha). Em 2022, o filme “Ego”, realizado por Winnie Dias sobre  “Pues que veros” – um “novo vilancico” composto por Filipe Faria e Sérgio Peixoto sobre um poema do século XVI – foi vencedor do prémio “Best Music Video “ no 5th MiMo - Milano Mobile Film Festival (Itália). Em 2023, o mesmo filme foi quarter-finalist na International Short Film Competition! do Flatlands Dance Film Festival (Nevada, Estados Unidos da América). “Ego” e “Solitude” – realizado sobre “Cruel saudade” (anón., Brasil) –, fazem, ainda, parte da Selecção Oficial do Super 9 Mobile Film Fest.

A convite do Centro Cultural de Belém - Fábrica das Artes - Filipe Faria e Sérgio Peixoto desenvolvem, entre Setembro de 2021 e Maio de 2022, o projecto SETE – Novos Criadores das Infâncias – com um grupo de nove jovens músicos. Este projecto de tutoria desdobrou-se num conjunto de masterclasses, residências artísticas, talks, formações e novas criações em torno do universo criativo, conceptual e formal das Sete Lágrimas.

No contexto das comemorações dos 20 anos de carreira, a Arte das Musas edita o livro Twentie Yeares in Seaven Teares – Vinte Anos em Sete Lágrimas: Os primeiros vinte anos de Sete Lágrimas ECMC, que inclui um CD best-of da discografia completa do consort a par de dois “novos vilancicos” inéditos e um conjunto de 30 depoimentos de directores artísticos de salas e festivais europeus.

Em 2023 Sete Lágrimas edita o seu 14º título, intitulado Loa, uma proposta de contrafacta dedicada ao diálogo entre as melodias dos Laudários italianos de Cortona e Firenze e as traduções quatrocentistas do bispo português André Dias de Escobar (Lisboa, ?1348-1450/51). O projecto foi desenvolvido em parceria com os Professores Doutores Manuel Pedro Ferreira (CESEM/Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/Universidade Nova de Lisboa, Portugal) e Blake Wilson (Professor Emeritus of Music, Department of Music/Dickinson College, EUA).

Ainda em 2023, o consort edita o seu 15º título, intitulado Folia Nova, projecto integrado na sua série Nova Música Antiga (New Early Music Series, vol.5), música composta por Filipe Faria e Sérgio Peixoto a partir de poesia portuguesa dos séculos XV e XVI. Folia Nova foi nomeado, em 2024, na categoria “Melhor Álbum de Música Clássica/Erudita” nos Prémios Vodafone PLAY - Prémios da Música Portuguesa.

Em 2024, sob encomenda da Arte das Musas, Filipe Faria e Sérgio Peixoto criam, para Sete Lágrimas, o projecto L3 Leipzig Lisboa Luanda (a partir de Bach) estreado nos Festivais GREC Barcelona and Bachcelona (Barcelona, Espanha) e desdobrado numa série de duas screendances realizadas por Filipe Faria com o bailarino angolano Fábio Krayze.

O projecto, com o título BACH, é o 16º título da discografia do consort, um ensaio sonoro e visual, um diálogo entre a música de Bach e novas partículas, criadas e recriadas por Filipe Faria e Sérgio Peixoto para Sete Lágrimas, tecido entre a fotografia e as paisagens sonoras de Filipe Faria.

Entre 2025 e 2027, Sete Lágrimas edita, numa trilogia, a integral do Cancioneiro de Elvas (Elvas, Biblioteca Municipal Públia Hortênsia, Ms 11793), um manuscrito português do século XVI e uma das fontes mais importantes de música profana na Península Ibérica.

Sete Lágrimas conta com o apoio do Ministério da Cultura (Governo de Portugal) e da Direcção-Geral das Artes, desde 2003, e do Município de Idanha-a-Nova - UNESCO Creative City of Music, desde 2012. É representado e editado pela Arte das Musas.

Fonte: Câmara Municipal Idanha-a-Nova

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