Por: Carlos Pereira
“Este é um dia muito
importante para mim, nem imaginam como estou feliz por vos ver aqui” dizia
ontem, ao fim da tarde, a Cônsul-Geral de Portugal em Paris, Mónica Lisboa,
durante a inauguração da exposição “Comemoração do aniversário do 25 de abril
de 1974” com trabalhos dos alunos das Secções portuguesas do Lycée
International de Saint Germain-en-Laye, do Lycée Alexandre Dumas de Saint Cloud
e da Cité scolaire internationale Honoré de Balzac de Paris.
A artista plástica Nathalie
Afonso fez uma intervenção nestes três estabelecimentos onde falou do 25 de
abril e deu aos alunos noções de desenho. Depois, os alunos elaboraram desenhos
e textos que agora estão expostos na Chancelaria do posto consular.
Enaltecendo o trabalho dos
jovens, Mónica Lisboa destacou a entrega dos alunos na aprendizagem da língua
portuguesa. “É verdadeiramente uma honra poder abrir esta casa, a nossa casa, a
vossa casa, a tantos de vós. Espero que sintam a mesma alegria que eu sinto,
enquanto Cônsul-Geral de Portugal”.
“Os valores da liberdade, os
valores da democracia, os valores de Abril que continuam de atualidade,
tornam-se realidade através das vossas mãos. Vocês são os verdadeiros atores
deste evento e eu estou muito orgulhosa por ser hoje a Cônsul-Geral de Portugal
em Paris”.
Saltando de uma língua à
outra, Mónica Lisboa pediu aplausos para a artista, para os professores dos tês
estabelecimentos que estavam presentes, assim como a Coordenadora do ensino de
português Isabel Sebastião. Destacou também o empenho da equipa do Consulado,
nomeadamente a Cônsul-Geral Adjunta Mafalda Paiva de Oliveira.
Também estavam presentes dois
dos três Diretores dos liceus. “Nós somos, os dois, historiadores de formação e
eu vou fazer com que estes trabalhos cheguem ao conjunto da equipa pedagógica
porque o 25 de Abril foi um momento importante da história da Europa, sobretudo
neste momento em que, precisamente, a Europa está a ser afetada” disse Florent
Boron, Diretor do Lycée Alexandre Dumas de Saint Cloud.
Por seu lado, o Proviseur do
Lycée International de Saint Germain-en-Laye, Philippe Bonneville, dirigiu-se
aos alunos destacando os valores que fundamentam a Educação nacional francesa.
“Comemorar a Revolução dos Cravos num contexto mundial complicado, exige uma
força de convicção da vossa arte. Guardem o que esta Secção internacional vos
traz, que é esta abertura de espírito, e o acesso a outras culturas. Por favor,
quando foram adultos, não esqueçam estes valores que aprendem nas Secções
internacionais. Tenho confiança em vós e sei que, convosco, o futuro será
melhor”.
A artista Nathalie Afonso
salientou que muitos dos poemas falam das mulheres e da África. “Acho que isso
é extraordinário” disse na sua intervenção. Anunciou também que, com o
fotógrafo Philippe Martins, igualmente presente – “o fotógrafo de Mariza e dos
Calema” – “vamos tirar fotografias de todas as obras e vamos fazer um livro
para entregar à Embaixada, ao Consulado, a cada um dos estabelecimentos e vamos
entregar pessoalmente ao Presidente da República”.
“Eu não sou português, mas há
algo que me liga a Portugal, sou de origem brasileira” disse Gabriel Fretin,
aluno de Terminal de Balzac. “Quando éramos mais pequenos ensinaram-nos que
Portugal teve uma ditadura, mas não sabíamos bem o que era uma ditadura. Depois
ensinaram-nos que Portugal teve a mais longa ditadura da Europa, depois, que o
25 de Abril trouxe a democracia a Portugal. Eu não tenho uma ligação direta com
Portugal, mas aprendi tudo isto graças aos professores” e pediu aplausos para o
professor de história Nuno Gomes Garcia e para a professora de literatura Maria
Piedade Favero, também presentes na inauguração da exposição. “Eu achei muito
interessante de representar este momento de liberdade e de democracia, através
da arte”.
Nathalie Afonso ofereceu à
Cônsul-Geral um livro de pinturas sobre os trajes tradicionais de norte ao sul
de Portugal e um quadro com um Coração de Viana, “pintado de abril” que deu
origem ao visual desta exposição.
Nada melhor para terminar este
evento do que um pastel de nata.
A exposição está aberta ao
público até ao dia 9 de maio, nos dias úteis, de manhã entre as 8h45 e as 12h45
e de tarde entre as 14h00 e as 16h15.
Fonte: Luso Jornal (França)
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