quinta-feira, 13 de junho de 2024

"Musica: 5.ª SINFONIA" DE GUSTAV MAHLER É INTERPRETADA NO ÂMBITO DA "TEMPORADA DARCOS"


No âmbito da “Temporada Darcos”, a 5.ª Sinfonia de Gustav Mahler é interpretada no próximo dia 20 de junho, pelas 21h30, no Teatro-Cine de Torres Vedras.

Este concerto será dirigido por Nuno Côrte-Real e interpretado pelo grupo de música de câmara Ensemble Darcos, que na ocasião será constituído por: Alexandre Dimcevski, (violino I), Paula Carneiro (violino II), Reyes Gallardo (viola), Teresa Valente Pereira (violoncelo), Vanessa Lima (contrabaixo), Nuno Inácio (flauta), Luis Auñón Pérez (oboé), Telmo Costa (clarinete I), Cândida Oliveira (clarinete II), Ricardo Ramos (fagote), José Pedro Pereira (trompete), Luís Duarte Moreira (trompa I), Rodrigo Carreira (trompa II), Marco Fernandes (percussão), Cristiano Rios (percussão), Ana Ester Santos (harpa), Hélder Marques (piano) e Joana Barata (harmónium).

De referir, relativamente à mencionada obra, que, para o reputado ensaísta Donald Mitchell (1925-2017), a mesma “inicia um novo conceito de drama interior”, no qual um eventual conteúdo programático já não reside na voz, ou em textos explicativos, antes “passou para a clandestinidade”, para a profundeza da psique do compositor.

Tela musical gigante, de um alcance emocional inaudito, a 5.ª Sinfonia de Gustav Mahler (1860-1911) foi escrita entre 1901 e 1902, tendo sido estreada pouco depois da sua elaboração, em outubro de 1902, em Colónia. Descontente com o resultado, Mahler faria revisões constantes desta sinfonia até à sua morte.

De carácter conflituoso, ao convocar, num mesmo espaço a mais esfusiante das alegrias e a mais transcendente das tristezas, essa obra parece querer falar das incertezas fundamentais do nosso tempo.

No concerto do próximo dia 20 de junho no Teatro-Cine de Torres Vedras escutar-se-á o arranjo para ensemble instrumental de Klaus Simon da 5.ª Sinfonia de Gustav Mahler (1968), realizado em 2014 por encomenda da Holst-Sinfonietta.

 

O programa do concerto será o seguinte:

G. Mahler (1898 - 1937)

5.ª Sinfonia (arranjo para ensemble de K. Simon)

I. Marcha Fúnebre: compassado - severo - como um cortejo

II. Tempestuoso: com grande veemência

III. Scherzo: enérgico, não demasiado rápido

IV. Adagietto: Muito lento

V. Rondo-Finale: Allegro - Allegro Giocoso. Fresco

A 1.ª secção da 5.ª Sinfonia de Gustav Mahler compreende os dois andamentos iniciais. Inquieto e desolador, o primeiro começa com uma fanfarra aparentemente vitoriosa que, rapidamente, se dilui numa dolente marcha fúnebre. O segundo andamento, apesar do frenesim que o trespassa, parece querer ascender a um estado de relativo otimismo, caindo repetidamente numa angústia indizível. O mítico maestro Wilhelm Furtwängler (1886-1954) dizia sobre este andamento: “Não conheço nenhuma outra música que possa levar-me a um estado de espírito mais pessimista. Desvaloriza tudo o que ainda pode parecer valioso para nós neste mundo sombrio”.

Já a 2.ª secção da 5.ª Sinfonia de Gustav Mahler é constituída por um terceiro andamento, Scherzo, longo, dominado por um ritmo ternário, vagamente nostálgico, vagamente frívolo, ensaiando uma visão mais positiva da vida.

A 3.ª secção da referida obra compreende os dois andamentos finais. O famoso Adagietto parece querer distanciar-se das tensões, tendo entrado na cultura popular pela mão do realizador Luchino Visconti (1906-1976), ao funcionar como leitmotiv do filme Morte em Veneza (1971), baseado na obra homónima (1912) de Thomas Mann (1875-1955). O movimento finale possui um caráter exuberante. Luz e trevas confrontam-se uma última vez, num clímax musical apocalíptico.

O preço das entradas para se assistir ao concerto 5.ª Sinfonia de Gustav Mahler no Teatro-Cine de Torres Vedras é de cinco euros.

O mesmo concerto será proporcionado no dia 21 de junho, pelas 21h00, no Salão Nobre da Academia das Ciências de Lisboa.

Refira-se que este concerto é uma coprodução entre a Temporada Darcos e o Festival Estoril Lisboa.

De recordar que a “Temporada Darcos" constitui-se como uma iniciativa singular no panorama musical nacional, na qual se divulga a música clássica segundo as suas diversas abordagens e matizes estilísticas, sendo dirigida pelo compositor e maestro torriense Nuno Côrte-Real. Os espetáculos desta temporada são na sua maioria interpretados pelo grupo Ensemble Darcos, um dos mais prestigiados grupos de música de câmara portugueses da atualidade, o qual é dirigido também por Nuno Côrte-Real e apresenta uma formação que varia consoante o programa de concerto. De realçar que têm participado nos concertos da “Temporada Darcos” aclamados solistas e orquestras nacionais e internacionais, bem como proeminentes figuras do panorama musical nacional como comentadores. Sendo coorganizada pela Câmara Municipal de Torres Vedras e pela Darcos - Associação Cultural, a “Temporada Darcos” tem como ponto de partida o concelho de Torres Vedras. Em 2024 tem a sua 17.ª edição.

Fonte: Câmara Municipal Torres Vedras

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