Por: Mafalda Catana
O projeto POMATO (Estratégias eficazes de
gestão para combater surtos de Clavibacter sepedonicus e Ralstonia solanacearum
em culturas de batata e tomate) foi oficialmente lançado com o objetivo de
enfrentar a crescente ameaça das doenças bacterianas que afetam culturas
hortícolas essenciais. Financiado pela União Europeia no âmbito do programa
Horizonte Europa, com um orçamento total de 6,5 milhões de euros, este projeto
de quatro anos visa minimizar as perdas nas colheitas e reforçar a
sustentabilidade dos sistemas agrícolas na Europa e na América Latina.
O projeto teve início oficial marcado por uma
reunião de dois dias, realizada nos dias 13 e
14 de maio de 2025, na Universidade de Burgos
(UBU), instituição coordenadora do consórcio. O encontro reuniu todos os
parceiros do POMATO para alinhar objetivos e dar início às atividades
colaborativas.
Liderado pela Universidade de Burgos, o
consórcio POMATO integra 16 parceiros, entre universidades, institutos de
investigação, PMEs, empresas agroquímicas e agricultores da Europa e da América
Latina.
O projeto centra-se no estudo das bactérias
Clavibacter sepedonicus e Ralstonia solanacearum, dois dos patógenos
bacterianos mais destrutivos que ameaçam as culturas solanáceas. Estes
microrganismos, classificados como pragas de quarentena listados na categoria
A2 da EPPO, representam sérios riscos fitossanitários e económicos na União
Europeia e a nível global.
Em resposta a este desafio, o projeto
desenvolverá soluções integradas de gestão de pragas (Integrated Pest
Management, IPM), naturais e ambientalmente seguras, que serão testadas em
campo. Estas soluções irão combinar tecnologias avançadas de deteção precoce,
métodos de controlo biológico e ferramentas digitais de apoio à decisão. Desde
a fase de desenvolvimento, será realizada uma avaliação de segurança e
sustentabilidade (quadro SSbD – Safe and Sustainable by Design) das soluções
POMATO, assegurando que são seguras e sustentáveis.
Os ensaios de campo e atividades de validação
decorrerão tanto em estufas como em campos naturalmente infetados na Europa e
na América Latina, garantindo que as soluções são escaláveis e adaptáveis a
diferentes condições climáticas e agrícolas.
Paralelamente às inovações técnicas, o projeto
avaliará os impactos socioeconómicos e apresentará recomendações políticas
alinhadas com o quadro SSbD.
Em Portugal, o Food4Sustainability desempenha
um papel fundamental no projeto POMATO, estando envolvido em diversas
atividades, nomeadamente:
• Apoiar a disseminação e valorização das
inovações do POMATO, através da organização de atividades de envolvimento de
múltiplos atores e partes interessadas;
• Contribuir com conhecimento especializado em
sistemas alimentares sustentáveis, através da aquisição de imagens de drones de
culturas de tomate infetadas, e apoio no desenvolvimento de modelos avançados
baseados em inteligência artificial para deteção precoce de doenças;
• Validar ensaios de campo em culturas
europeias de batata e tomate sob condições reais de infeção por Clavibacter
sepedonicus e Ralstonia solanacearum.
Com uma duração de 4 anos, de 1 de maio de 2025
a 30 de abril de 2029, o projeto POMATO pretende transformar a forma como as
doenças bacterianas na batata e no tomate são geridas, contribuindo diretamente
para o Pacto Ecológico Europeu (EU’s Green Deal) e para a Estratégia “Do Prado
ao Prato” (Farm to Fork Strategy). O projeto reforça ainda a cooperação
internacional e o compromisso da Europa com a segurança alimentar e a
resiliência ambiental.
Parceiros do Projeto
POMATO
Universidad de Burgos, Plant Breeding and
Acclimatisation Institute, Agrosavia, University of San Francisco of Quito,
IRIS Technology Solutions, Idener research & development, Wageningen
University & Research, Fundación tecnológica advantx, Centre for Plant
Biotechnology and Genomics (UPM-INIA/CSIC), Institut Jozef Stefan, Chemia,
Fertico, InoSens, Polish Seed Trade Association, European Potato Trade
Association, Food4Sustainability - Associação para a Inovação no Alimento
Sustentável
Fonte: Food For sustainability

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