Por: João Mascarenhas Duarte
No dia 24 de outubro, a Instável Centro
Coreográfico apresenta o espetáculo Mama, da coreógrafa e intérprete Mafalda
Deville, às 21h30, no Centro Cultural Raiano (CCR), em Idanha-a-Nova. Já no dia
26, às 16h30, a companhia de dança Ordem do O regressa ao CCR, desta feita em
parceria com o Grupo de Dança Contemporânea da Guiné-Bissau, para levar a cena
a criação Kurpu di Mundu.
Artista com mais de 20 anos de atuação e
criativa desde que se lembra, Mafalda Deville tem revelado ao longo do seu
percurso artístico uma curiosidade constante pelos assuntos feministas, que se
tornaram objeto de pesquisa contínua e que a levaram a trabalhar com diferentes
grupos comunitários como parte do seu processo de pesquisa.
Assim, na residência de criação do espetáculo Mama, encetou uma investigação sobre os conflitos emocionais e sociais da maternidade juvenil. «Tive, como ponto de partida, o meu caso e fui ao encontro de jovens mulheres que se encontram a gerir a situação de estarem grávidas ou de terem sido mães recentemente», explica a coreógrafa.
Em palco, está uma personagem para duas
intérpretes que invocam memórias, medos e inseguranças, em diálogo surdo entre
si. O interior e o exterior, a queda e o salto, o privado e o público, tudo
embrulhado em canções de embalar. Em cena estão dois corpos que não se cansam
de tentar. Dois corpos que sabem que por vezes é preciso reaprender a viver, e
até reaprender a respirar, evocando a temática central da peça – a maternidade
juvenil. Daí este espetáculo contar também com uma sessão para alunos do concelho
de Idanha-a-Nova, na tarde de dia 24.
Criado por Ernesto Nambera (Grupo de Dança
Contemporânea da Guiné-Bissau) e Pedro Ramos (Ordem do O), Kurpu di Mundu
mergulha na ancestralidade e na força vibrante da terra e da gente da
Guiné-Bissau, explorando o corpo enquanto força ligada à natureza e ao mundo,
sendo a floresta um lugar poético de onde viemos e ao qual pertencemos.
O espetáculo propõe uma reflexão sobre algumas
das problemáticas do estado do mundo a nível político, social e ambiental, mas
também sobre o potencial da dança e do corpo para despertar acerca de outros
possíveis sentidos e significados para a convivência com o outro e com o
planeta.
Resultado de um conjunto de residências
artísticas na Guiné-Bissau e em Portugal, uma vez que Bissau é Cidade Criativa
da UNESCO na área da Música, Kurpu di Mundu é apresentado no CCR no âmbito do
projeto ITI – Projeto Rede das Cidades Criativas UNESCO do Centro de Portugal,
que integra o Turismo Centro de Portugal (TCP) e os seis municípios desta
região reconhecidos como Cidades Criativas pela UNESCO: Caldas da Rainha
(Artesanato e Artes Populares), Castelo Branco (Artesanato e Artes Populares),
Covilhã (Design), Idanha-a-Nova (Música), Leiria (Música) e Óbidos
(Literatura).
O espetáculo Mama integra a programação do CCR
apoiada pela República Portuguesa - Cultura, Juventude e Desporto /
Direção-Geral das Artes / Rede Portuguesa de Teatros e Cineteatros Portugueses
(RTCP).
Ambos são de entrada gratuita, mediante
levantamento de bilhete, sendo que a bilheteira do CCR abre uma hora antes do
início das apresentações. Em www.idanha.pt/agenda
é possível encontrar mais informações.
Fonte: Câmara Municipal Idanha-a-Nova


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