Portugal atravessa uma onda de calor, que se deve manter até meados de agosto. Conheça 9 recomendações para se proteger das temperaturas elevadas
Por: Marta Sofia Ribeiro
Desde o início de agosto,
Portugal está a enfrentar temperaturas muito elevadas e os incêndios afetam
várias zonas do país. Na tarde de domingo, 3, o Instituto Português do Mar e da
Atmosfera (IPMA) avisava que as temperaturas altas se deveriam manter até, pelo
menos, ao final do dia de quinta-feira, 7. Esta terça-feira, num comunicado
conjunto, várias autoridades de saúde deram conta da possibilidade de a onda de
calor se prolongar até dia 13 de agosto, com temperaturas acima dos 40º C na
região do Alentejo e no interior das regiões Norte e Centro.
A Direção-Geral da Saúde
(DGS), a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) e o Instituto
Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) lembram que estes fenómenos podem
potenciar “riscos graves para a saúde, particularmente dos mais idosos,
crianças, grávidas e doentes crónicos”.
Para a Organização
Meteorológica Mundial, uma onda de calor acontece quando, durante pelo menos
seis dias consecutivos, a temperatura máxima do ar é superior em cinco graus
Celsius ao valor médio das temperaturas máximas diárias no período de
referência, entre 1961 e 1990. A Organização Mundial da Saúde (OMS) sublinha
que “a exposição da população ao calor está a aumentar devido às alterações
climáticas”: entre 2000 e 2016, o número de pessoas expostas a ondas de calor
aumentou cerca de 125 milhões.
Segundo o SNS, “a exposição a
períodos de calor intenso, particularmente durante vários dias consecutivos,
constitui uma agressão para o organismo, podendo obrigar a cuidados médicos de
emergência”.
Em situações extremas, o calor
pode mesmo provocar complicações de saúde como “desidratação grave, cãibras,
agravamento de doenças crónicas, esgotamento devido ao calor, insolação ou
morte”.
O Viral reuniu recomendações
de várias autoridades de saúde (ver aqui, aqui e aqui) para os próximos dias.
1 – Beber
água, mesmo sem sede
Esta recomendação pode até
parecer óbvia, mas autoridades como a DGS ou OMS relembram a importância da
manutenção da hidratação em alturas em que as temperaturas estão altas de forma
prolongada. Mesmo quando não tem sede, deve beber água para manter os níveis de
hidratação. Bebidas quentes, alcoólicas, gaseificadas, com cafeína e ricas em
açúcar devem ser evitadas.
2 –
Escolher ambientes frescos/climatizados
Em Portugal, a pobreza
energética faz com que não só os invernos sejam muito frios, como os verões
muito quentes. Segundo um inquérito de 2023 do Portal da Construção
Sustentável, 56,6% dos portugueses diz que a casa é fria no inverno e quente no
verão ou apenas quente no verão. Apenas 11% considera a casa termicamente
confortável.
Durante uma onda de calor,
sempre que possível, permaneça em locais com ar condicionado ou outro sistema
de ventilação. Em casa, a nível financeiro e sustentável, a ventoinha é a
melhor opção. E se tiver um ar condicionado não defina uma temperatura muito
baixa, de forma a não sentir uma enorme diferença ao sair de casa 24, 25ºC
basta.
Se não tiver climatização em
casa, mantenha as janelas fechadas durante o dia, com persianas ou estores
corridos. À noite, se a temperatura exterior for mais baixa, aproveite para
arejar a casa.
3 –
Evitar a exposição direta ao sol
Evite sair à rua durante as
horas de maior calor, entre as 11 e as 17 horas. Quando possível, pode ser
melhor evitar períodos mais alargados porque a estas horas ainda está muito
calor. A radiação solar intensa pode agravar os riscos de desidratação, queimaduras,
insolação e pode piorar sintomas de doenças crónicas.
Use sempre protetor solar com
fator elevado (SPF 30 ou superior), chapéu e óculos de sol. Se tiver de se
deslocar de carro, evite as horas de maior calor e opte por veículos com ar
condicionado. Não permaneça muito tempo dentro de carros estacionados ao sol.
4 –
Escolher roupa adequada
A escolha da roupa influencia
a forma como o corpo regula a temperatura. Em dias de muito calor, é preferível
por roupas largas, leves, de cor clara e que cubram grandes áreas do corpo.
Além disso, é importante
proteger a cabeça com chapéus de abas largas e usar óculos de sol com proteção
UV. A exposição direta da pele ao sol deve ser evitada sempre que possível.
5 –
Evitar atividades no exterior que exijam muito esforço físico
Atividades físicas exigentes
aumentam significativamente o risco de desidratação, exaustão pelo calor ou
insolação, especialmente quando feitas ao ar livre e sob temperaturas elevadas.
Se a atividade física for
inevitável, é recomendável fazê-la durante as horas de menos calor (início da
manhã ou final da tarde/noite), com pausas frequentes e ingestão de água
regular.
6 – Fazer
refeições leves
Cozinhar um assado durante uma
onda de calor não parece a melhor ideia, não só porque utilizar o forno numa
altura de calor é uma sensação quase dolorosa, mas também porque é uma comida
pesada, que não promove a hidratação.
Quando as temperaturas estão
muito altas deve optar por fruta, leguminosas, sopas frias refeições mais leves
e evitar comidas gordurosas, quentes ou picantes.
7 – Não
ignorar sintomas graves
Sintomas como tonturas,
fadiga, sensação de confusão, náuseas, pele quente e seca ou ausência de
transpiração podem ser sinais de alerta para situações graves, como insolação
ou esgotamento pelo calor. Se surgirem estes sintomas, deve procurar ajuda médica
de imediato.
De acordo com um comunicado da
DGS, entre os dias 26 e 30 de julho, registaram-se mais 264 mortes do que o
esperado, o que corresponde a um “excesso relativo de 21,2%, sobretudo no grupo
etário com 75 ou mais anos de idade e na região Norte, conforme estimativas do
Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA)”.
“Não obstante todos os
esforços de mitigação do impacto do calor na saúde, é esperado um período de
excesso de mortalidade nos grupos etários mais velhos”, lê-se no comunicado.
8 – Dar
atenção especial a grupos mais vulneráveis
Crianças, idosos, grávidas e
pessoas com doenças crónicas são especialmente vulneráveis ao calor extremo.
Assegure que permanecem em locais frescos, com boa ventilação, e que estão
devidamente hidratadas.
Bebés com menos de seis meses
não devem ser expostos ao sol, mesmo que de forma indireta. Acompanhe
familiares ou vizinhos idosos, principalmente os que vivem sozinhos, garantindo
o seu bem-estar.
9 –
Manter-se informado relativamente às condições climatéricas
Estar atento às previsões
meteorológicas e aos alertas da DGS, IPMA ou Proteção Civil permite antecipar
medidas de proteção nos dias mais críticos. Siga as recomendações das
autoridades e ajuste os seus comportamentos.
Graças às alterações
climáticas têm tornado as ondas de calor mais frequentes e intensas. Por isso
adotar hábitos de prevenção e vigilância é essencial para proteger a saúde.
Fonte: Sapo on-line Saúde
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