sábado, 9 de agosto de 2025

“Onda de calor: 9 recomendações para se proteger das temperaturas elevadas”


Portugal atravessa uma onda de calor, que se deve manter até meados de agosto. Conheça 9 recomendações para se proteger das temperaturas elevadas

 

Por: Marta Sofia Ribeiro

Desde o início de agosto, Portugal está a enfrentar temperaturas muito elevadas e os incêndios afetam várias zonas do país. Na tarde de domingo, 3, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) avisava que as temperaturas altas se deveriam manter até, pelo menos, ao final do dia de quinta-feira, 7. Esta terça-feira, num comunicado conjunto, várias autoridades de saúde deram conta da possibilidade de a onda de calor se prolongar até dia 13 de agosto, com temperaturas acima dos 40º C na região do Alentejo e no interior das regiões Norte e Centro.

A Direção-Geral da Saúde (DGS), a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) lembram que estes fenómenos podem potenciar “riscos graves para a saúde, particularmente dos mais idosos, crianças, grávidas e doentes crónicos”.

Para a Organização Meteorológica Mundial, uma onda de calor acontece quando, durante pelo menos seis dias consecutivos, a temperatura máxima do ar é superior em cinco graus Celsius ao valor médio das temperaturas máximas diárias no período de referência, entre 1961 e 1990. A Organização Mundial da Saúde (OMS) sublinha que “a exposição da população ao calor está a aumentar devido às alterações climáticas”: entre 2000 e 2016, o número de pessoas expostas a ondas de calor aumentou cerca de 125 milhões.

Segundo o SNS, “a exposição a períodos de calor intenso, particularmente durante vários dias consecutivos, constitui uma agressão para o organismo, podendo obrigar a cuidados médicos de emergência”.

Em situações extremas, o calor pode mesmo provocar complicações de saúde como “desidratação grave, cãibras, agravamento de doenças crónicas, esgotamento devido ao calor, insolação ou morte”.

O Viral reuniu recomendações de várias autoridades de saúde (ver aqui, aqui e aqui) para os próximos dias.

 

1 – Beber água, mesmo sem sede

 

Esta recomendação pode até parecer óbvia, mas autoridades como a DGS ou OMS relembram a importância da manutenção da hidratação em alturas em que as temperaturas estão altas de forma prolongada. Mesmo quando não tem sede, deve beber água para manter os níveis de hidratação. Bebidas quentes, alcoólicas, gaseificadas, com cafeína e ricas em açúcar devem ser evitadas.

 

2 – Escolher ambientes frescos/climatizados

 

Em Portugal, a pobreza energética faz com que não só os invernos sejam muito frios, como os verões muito quentes. Segundo um inquérito de 2023 do Portal da Construção Sustentável, 56,6% dos portugueses diz que a casa é fria no inverno e quente no verão ou apenas quente no verão. Apenas 11% considera a casa termicamente confortável.

Durante uma onda de calor, sempre que possível, permaneça em locais com ar condicionado ou outro sistema de ventilação. Em casa, a nível financeiro e sustentável, a ventoinha é a melhor opção. E se tiver um ar condicionado não defina uma temperatura muito baixa, de forma a não sentir uma enorme diferença ao sair de casa 24, 25ºC basta.

Se não tiver climatização em casa, mantenha as janelas fechadas durante o dia, com persianas ou estores corridos. À noite, se a temperatura exterior for mais baixa, aproveite para arejar a casa.

 

3 – Evitar a exposição direta ao sol

 

Evite sair à rua durante as horas de maior calor, entre as 11 e as 17 horas. Quando possível, pode ser melhor evitar períodos mais alargados porque a estas horas ainda está muito calor. A radiação solar intensa pode agravar os riscos de desidratação, queimaduras, insolação e pode piorar sintomas de doenças crónicas.

Use sempre protetor solar com fator elevado (SPF 30 ou superior), chapéu e óculos de sol. Se tiver de se deslocar de carro, evite as horas de maior calor e opte por veículos com ar condicionado. Não permaneça muito tempo dentro de carros estacionados ao sol.

 

4 – Escolher roupa adequada

 

A escolha da roupa influencia a forma como o corpo regula a temperatura. Em dias de muito calor, é preferível por roupas largas, leves, de cor clara e que cubram grandes áreas do corpo.

Além disso, é importante proteger a cabeça com chapéus de abas largas e usar óculos de sol com proteção UV. A exposição direta da pele ao sol deve ser evitada sempre que possível.

 

5 – Evitar atividades no exterior que exijam muito esforço físico

 

Atividades físicas exigentes aumentam significativamente o risco de desidratação, exaustão pelo calor ou insolação, especialmente quando feitas ao ar livre e sob temperaturas elevadas.

Se a atividade física for inevitável, é recomendável fazê-la durante as horas de menos calor (início da manhã ou final da tarde/noite), com pausas frequentes e ingestão de água regular.

 

6 – Fazer refeições leves

 

Cozinhar um assado durante uma onda de calor não parece a melhor ideia, não só porque utilizar o forno numa altura de calor é uma sensação quase dolorosa, mas também porque é uma comida pesada, que não promove a hidratação.

Quando as temperaturas estão muito altas deve optar por fruta, leguminosas, sopas frias refeições mais leves e evitar comidas gordurosas, quentes ou picantes.

 

7 – Não ignorar sintomas graves

 

Sintomas como tonturas, fadiga, sensação de confusão, náuseas, pele quente e seca ou ausência de transpiração podem ser sinais de alerta para situações graves, como insolação ou esgotamento pelo calor. Se surgirem estes sintomas, deve procurar ajuda médica de imediato.

De acordo com um comunicado da DGS, entre os dias 26 e 30 de julho, registaram-se mais 264 mortes do que o esperado, o que corresponde a um “excesso relativo de 21,2%, sobretudo no grupo etário com 75 ou mais anos de idade e na região Norte, conforme estimativas do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA)”.

“Não obstante todos os esforços de mitigação do impacto do calor na saúde, é esperado um período de excesso de mortalidade nos grupos etários mais velhos”, lê-se no comunicado.

 

8 – Dar atenção especial a grupos mais vulneráveis

 

Crianças, idosos, grávidas e pessoas com doenças crónicas são especialmente vulneráveis ao calor extremo. Assegure que permanecem em locais frescos, com boa ventilação, e que estão devidamente hidratadas.

Bebés com menos de seis meses não devem ser expostos ao sol, mesmo que de forma indireta. Acompanhe familiares ou vizinhos idosos, principalmente os que vivem sozinhos, garantindo o seu bem-estar.

 

9 – Manter-se informado relativamente às condições climatéricas

 

Estar atento às previsões meteorológicas e aos alertas da DGS, IPMA ou Proteção Civil permite antecipar medidas de proteção nos dias mais críticos. Siga as recomendações das autoridades e ajuste os seus comportamentos.

Graças às alterações climáticas têm tornado as ondas de calor mais frequentes e intensas. Por isso adotar hábitos de prevenção e vigilância é essencial para proteger a saúde.

Fonte: Sapo on-line Saúde

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