terça-feira, 21 de maio de 2024

“Musica: Edifício da C. M. Torres Vedras acolhe o concerto do 2º prémio de composição Darcos”


O concerto relativo à 2.ª edição do Prémio Internacional de Composição Darcos realiza-se no próximo dia 24 de maio, pelas 21h30, no átrio do Edifício Multisserviços da Câmara Municipal de Torres Vedras.

Nesse concerto, que se integra na “Temporada Darcos” e será levado a cabo pelo grupo de música de câmara Ensemble Darcos constituído na ocasião por Paula Carneiro (violino), Reyes Gallardo (viola), Fernando Costa (violoncelo) e Hélder Marques (piano), interpretar-se-ão as duas obras finalistas a concurso no âmbito da 2.ª edição do Prémio Internacional de Composição Darcos: PIANO QUARTET Nº 1 - O desespero, do compositor inglês Thomas Hooper; e VENILIORNIS - Ordens de voar, do compositor português Nuno Miguel de Peixoto Pinho.

De referir que as obras que concorreram à 2.ª edição do Prémio Internacional de Composição Darcos tiveram como ponto de partida a mesma instrumentação da obra O Espelho da Alma, de Eurico Carrapatoso. Esta será, de resto, a última obra que será interpretada no próximo concerto da “Temporada Darcos”, depois das duas anteriormente mencionadas.

Composta em 2009 para a “Temporada Darcos”, O Espelho da Alma, op.56 tem como subtítulo Subsídios para o estudo de uma orografia musical portuguesa. Concebida para violino, viola, violoncelo e piano, esta obra é constituída por sete andamentos, baseados em melodias tradicionais portuguesas, os quais definem um périplo, segundo o seu autor, em torno “de várias personagens psicológicas” Eterno, Pírrico, Sedoso, Careto, Saudoso, Pícaro e Materno. Ainda segundo Eurico Carrapatoso, O Espelho da Alma, op.56 percorre “um património da Humanidade que faz parte do dia-a-dia, no qual estas cantigas tradicionais concebem o que é o paradigma rural português genuíno e antigo”. De referir que Eurico Carrapatoso, figura incontornável das últimas décadas no panorama musical português, assume a tonalidade, a música tradicional, a citação e o humor como instrumentos ao serviço da sua personalidade criativa, recursos estilísticos pouco usuais na era pós-moderna, longe dos pressupostos estéticos da contemporaneidade, mas profundamente enquadrados numa estética pessoal refinada e numa intertextualidade luxuriante.

A iniciar o próximo concerto da “Temporada Darcos” serão interpretadas as partes V e VIII de uma obra de Olivier Messiaen, um dos compositores mais fascinantes do século XX: Quarteto para o fim dos tempos. Trata-se de uma composição que está divida em oito partes, sendo que as primeiras sete correspondem aos sete dias da criação e a última à “luz indefectível, da inalterável paz”. Uma obra, segundo o seu autor, “para o fim dos tempos”, cuja criação se constituiu como um ato de Fé, evocativo do fim dos conceitos de Passado e Futuro, apontando para o “início da eternidade”. Foi num campo de concentração de prisioneiros de guerra, o Stalag VIII-A, em Görlitz (Alemanha), para onde Olivier Messaien foi enviado depois de ter sido capturado pelos nazis em junho de 1940, que o Quarteto para o fim dos tempos foi composto. Para essa estreia contribuíram também Etienne Pasquier (violoncelista), Henri Akoka (clarinetista) e o ator e violinista amador Jean Le Btoulaire.

Compositores díspares na forma e conteúdo, Olivier Messaien e Eurico Carrapatoso têm, no entanto, em comum como pilares da sua discursividade musical a erudição, a Fé e o panejamento onírico.

As entradas no Edifício Multisserviços da Câmara Municipal de Torres Vedras para se assistir ao concerto relativo à 2.ª edição do Prémio Internacional de Composição Darcos são gratuitas.

De recordar que a “Temporada Darcos" constitui-se como uma iniciativa singular no panorama musical nacional, na qual se divulga a música clássica segundo as suas diversas abordagens e matizes estilísticas, sendo dirigida pelo compositor e maestro torriense Nuno Côrte-Real. Os espetáculos desta temporada são na sua maioria interpretados pelo grupo Ensemble Darcos, um dos mais prestigiados grupos de música de câmara portugueses da atualidade, o qual é dirigido também por Nuno Côrte-Real e apresenta uma formação que varia consoante o programa de concerto. De realçar que têm participado nos concertos da “Temporada Darcos” aclamados solistas e orquestras nacionais e internacionais, bem como proeminentes figuras do panorama musical nacional como comentadores. Sendo coorganizada pela Câmara Municipal de Torres Vedras e pela Darcos - Associação Cultural, a “Temporada Darcos” tem como ponto de partida o concelho de Torres Vedras. Em 2024 tem a sua 17.ª edição.

Fonte: Câmara Municipal Torres Vedras

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